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Mostra “Desenhos e Pinturas”, do artista plástico Gregório Gruber, marca sua volta na galeria São Paulo Flutuante

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Romulo Fialdini.

O artista plástico Gregório Gruber apresenta a mostra “Desenhos e Pinturas” até o dia 14 de outubro de 2023 na galeria São Paulo Flutuante, na Barra Funda, em São Paulo. O texto curatorial fica a cargo de Denise Mattar.

Reunindo cerca de 42 trabalhos inéditos e obras relevantes do seu acervo particular (entre pinturas acrílicas, pastel sobre papel, esculturas e assemblages), a exposição marca o retorno do artista – nascido em Santos, mas criado em São Paulo, que não expunha – de forma solo, há quase uma década. As obras datam de 2020, época da pandemia de Covid-19, até 2023, e mostram cenas (diurnas e noturnas) da capital paulistana, como Avenida Paulista, Vale do Anhangabaú, Parque Dom Pedro I, Marechal Deodoro e Pacaembu, entre outras.

Como parte complementar, será exibido o documentário “Gregório no Centro”, que foi contemplado pelo Programa de Ação Cultural – ProAC Expresso LAB 51/2020, “Prêmios por Histórico de Realização em Artes Visuais” da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. Produzido por Lorena Hollander (filha do pintor), pesquisa e entrevista de Laura Escorel e captação e edição de Renata Chebel, o artista plástico, com 50 anos de atuação, abre seu estúdio e conta sobre suas primeiras lembranças do centro de São Paulo.

O artista já teve textos escritos sobre a sua obra por críticos, curadores e artistas como Aracy Amaral, Jacob Klintowitz, Miguel de Almeida, Pietro Maria Bardi, Carlos von Schmidt, Sheila Leirner, Olívio Tavares de Araújo, Wesley Duke Lee, Ernestina Karman, Jayme Maurício, Mario Schenberg, Flávio de Aquino, Roberto Pontual, Frederico de Morais, Flávio Motta e Radha Abramo.

“A vivência no Centro da cidade me fez querer pintar o meu entorno, os edifícios, as ruas e as pessoas que fazem parte do meu círculo. Foi a lição que a História da Arte me ensinou, como por exemplo, Van Gogh pintou Arles na sua época e Gauguin pintou as ilhas marquesas. Eu tinha essa consciência que precisava me relacionar com que estava perto”, afirma o artista que foi criado na Rua Martins Fontes, no centro de São Paulo, e é filho do também pintor Mário Gruber (1927–2011).

Sobre o artista

Gregório Gruber nasceu em 1951 em Santos/SP. Vive e trabalha em São Paulo. Surgiu no cenário artístico no início dos anos 70 como desenhista e gravador, coincidindo com a volta da figuração e da pintura.

Depois de entrar na faculdade de Artes Plásticas, na FAAP em São Paulo, viajou para a Europa e frequentou diversos cursos de artes em diferentes cidades como Paris, Londres e Amsterdam. Em 1974, a convite de Pietro Maria Bardi, voltou ao Brasil para realizar sua primeira mostra individual no MASP. A partir daí participou de diversas bienais, mostras em museus e de exposições em galerias pelo mundo todo.

Entre suas principais mostras estão XV Bienal Internacional de São Paulo, Bienal de Paris, O Desenho Moderno no Brasil e Retratos e Autorretratos na Coleção Gilberto Chateaubriand.

Foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte em Melhor gravura, ganhou o Prêmio de Aquisição no Salão Nacional de Artes Plásticas e, pela Funarte, foi premiado no 10º Salão Paulista de Arte Contemporânea. Em 1989, passou a criar também em seu estúdio em Barcelona onde ampliou seus recursos técnicos produzindo esculturas, pinturas matéricas e cenografias. Atualmente reside em São Paulo e na Serra da Cantareira, onde mantém um estúdio desde os anos 80, trabalhando com as mais variadas técnicas, como pintura a óleo e acrílica, escultura em argila e madeira, litografia, gravura em metal e assemblage.

Sobre a galeria São Paulo Flutuante

A Galeria São Paulo resultou de um ideal inspirado na paixão pela produção de arte brasileira, provavelmente a mais pródiga do mundo, e da precariedade dos mercados para seu florescimento na época de sua inauguração.

A marchande Regina Boni, que iniciara precocemente sua aliança e história com a arte, vinha nessa época – depois de sua vivência exuberante com o grupo tropicalista, iniciada pela marchande brasileira Ceres Franco, dona da histórica galeria L’oeil de Boeuf em Paris – desenvolvendo trabalhos que envolviam eventos no circuito das galerias europeias.

Anos depois, voltando ao Brasil pretendeu criar um novo modelo, que contra todas as opiniões dos estrategistas de mercado, abriria uma nova realidade para a produção das artes plásticas brasileiras.  Um espaço construído, projetado pelo arquiteto Marcos Acayaba, para ver, viver, discutir, debater, adquirir arte. Bonito, grande e moderno. E que pudesse abrigar outros eventos além da tradicional pintura. Um acervo adquirido junto aos grandes artistas e artistas jovens.

Eventos institucionais, edição de catálogos com texto de críticos, escritores e intelectuais de vanguarda. Ações culturais de grande porte gerando interesse das mídias escritas e televisivas. Participação e colaboração importantíssima de alguns colecionadores como Adolpho Leirner e Gilberto Chateaubriand, que aderiram à sua ideia efetuando compras sistemáticas junto ao acervo da galeria durante seus primeiros dois anos, garantindo a sobrevivência da mesma.

A galeria São Paulo, em pouco tempo, mereceu o troféu dado pela APCA pelo desenvolvimento de todo o setor.  Com o apoio de artistas consagrados e interesse de jovens talentos que aderiram ao movimento, a galeria se tornou conhecida e ampliou sua base, um mercado novo e eficaz.

No ano de 1986, a galeria São Paulo realiza uma exposição histórica, revelando ao público brasileiro e internacional a obra de Hélio Oiticica, realizada através do apoio do Projeto HO e com a colaboração e participação dos artistas Luciano Figueiredo, Lygia Pape, Lygia Clark e do poeta Wally Salomão. Críticos europeus, depois responsáveis pela divulgação da obra nos circuitos internacionais, como Guy Brett e Catherine David, responsáveis pela implantação de Hélio Oiticica no mercado internacional, foram trazidos ao Brasil pela galeria. Na primeira retrospectiva de Hélio Oiticica, foram expostas pela primeira vez em uma galeria, obras emblemáticas como “Parangolés” e o “Penetrável Tropicália”, além de bólides, meta-esquemas e outros trabalhos. Uma parte da escola de samba Mangueira veio do Rio de Janeiro para homenagear a inauguração do evento em uma grande festa que começava para celebrar o artista.

Hélio Oiticica ainda foi mostrado em mais cinco mostras na galeria São Paulo durante os próximos anos: “meta-esquemas”, “grupo Frente”, “Penetráveis” e “duas Cosmococas”.

Aos 21 anos de idade, a galeria São Paulo encerrou suas atividades, que agora em 2020, diante de um cenário completamente diferente, com grandes desafios pela frente, renasce acreditando no poder de perseverança e permanência da arte. Baseada fisicamente em um grande galpão no bairro da Barra Funda, que abrigará além de exposições de artes plásticas, eventos envolvendo outras linguagens artísticas (como música, dança, literatura e cinema), a Galeria São Paulo aguarda ansiosamente o momento de sua reabertura.

Serviço:

Exposição “Desenhos e Pinturas” do artista plástico Gregório Gruber

Texto curatorial: Denise Mattar

O quê: pinturas, desenhos, esculturas, vídeo e assemblages

Visitação: até 14 de outubro de 2023 (segunda a sexta, 10h às 18h e sábados, 10h às 16h)

Local: Galeria São Paulo Flutuante

Rua Brigadeiro Galvão, 130 – Barra Funda – São Paulo – SP

Tel: (11) 94907-9892

Valor: gratuito

Metrô: estação Marechal Deodoro (L3 – vermelha)

Redes sociais:

Gregório Gruber @gregoriogruber

Denise Mattar @mattardenise

Galeria São Paulo Flutuante @sp_flutuante.

(Fonte: Marmiroli Comunicação)