Com o objetivo de disponibilizar exposições de artes visuais para os associados do Helvetia Polo Country Club e seus convidados, estão pré-agendados para este ano dois eventos na sede do clube, em Indaiatuba, com a participação dos artistas nos vernissages. A ideia é mostrar as obras – telas, gravuras e esculturas – nas salas da sede social do clube, durante três semanas, no mínimo, deixando acessíveis livros e demais informações sobre o artista, suas obras e técnicas.

A primeira exposição, Um equilibrista mediterrâneo, com o mestre Inos Corradin, está prevista para o período de 20 de maio a 11 de junho. A segunda mostra, Maranhão Universal, deverá acontecer entre 5 e 27 de agosto, reunindo os artistas Cosme Martins & Betto Pereira.

A curadoria das exposições fica a cargo de Ligia Testa Escritório de Artes, que já conta com cerca de 25 exposições no currículo. “Levar arte onde as pessoas que amam arte estão; propiciar que elas cheguem a um lugar e encontrem obras de arte envolvendo-as em encantamento e estética, como se estivessem num pequeno museu ou numa pequena galeria. Isto é algo que tenho feito com paixão, algo que presenciei nos países nórdicos e que penso como se fosse ‘fragmento de museu/galeria’, não apenas apresentando as obras de arte de um ou mais artistas, mas alimentando de informações sobre o artista, sua técnica, o contexto de sua obra no mundo da arte, entre outros. Agora, produzir eventos de arte com artistas renomados como Inos Corradin, Cosme Martins e Betto Pereira no Helvetia me enche de honra e de responsabilidade. E considero um privilégio para os associados e seus convidados a oportunidade de conversar e interagir com os artistas!

Inos Corradin, italiano de nascimento e jundiaiense de coração, é este Equilibrista Mediterrâneo, de 87 anos, recém-homenageado pela Escola de Samba X9 de São Paulo, com mais de 400 exposições mundo afora. Cosme Martins e Betto Pereira, com prêmios internacionais, trazem as cores explosivas da São Luís/MA deles (agora cidadãos cariocas), já preparadas para arrebatar o mundo; eles são o Maranhão Universal”, pontua a curadora Ligia Testa.

Inos Corradin

Pintor de renome internacional, com obras espalhadas pelo mundo, nasceu em Vogogna, Itália, em 1929. Passou a infância e a juventude na Itália até os vinte e um anos, quando vem para o Brasil. A origem veneta e as raízes culturais no vasto plano atravessado pelo Rio Ádige, entre Padova, Verona, Mântova e Rovigo, bem como o novo visual que ele vislumbra ao chegar ao Brasil com 21 anos de idade, significaram muito na memória profunda de Inos. Essa vivência e seu olhar especial diante da vida se traduzem na riqueza de sua obra, na sua fantástica criatividade e na ludicidade de sua comunicação artística com o mundo e as pessoas.

Ao longo desses anos de muito trabalho, foram inúmeras as exposições que fez pelo Brasil e pelo mundo afora: Estados Unidos, Argentina, Canadá, Alemanha, Áustria, Itália, Suíça, Israel, Uruguai, França e Holanda, entre outros. Sua trajetória ao longo desses mais de 60 anos o situa entre os grandes artistas brasileiros da atualidade. Em suas obras, sempre a marca registrada de um estilo e uma linguagem peculiar que nos permite identificar: INOS.

Cosme Martins

O artista maranhense veio para o Rio na década de 80, onde obteve orientação de grandes artistas como Rubens Gerchman, Luiz Áquila, Aluísio Carvão, Kate Van Scherpenberg e José Maria Dias da Cruz. Tais experiências com grandes mestres da arte brasileira favoreceram a obtenção de prêmios e participações em salões e importantes museus de arte, como Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro e Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Recebeu apoio, reconhecimento e interferências de críticos notáveis. Walmir Ayala afirmou que sua maneira de pintar era a “nova escrita”. Já Roberto Pontual abriu as primeiras portas para o mercado de arte. Foi ele que recebeu Cosme Martins em Paris quando foi vencedor do Prêmio Viagem através da participação na exposição A Mão Afro Brasileira em Pintura. Nessa viagem, Cosme Martins relembra a oportunidade que teve de conhecer Cícero Dias, Mabe e reencontrar Rubens Gerchman, que lhe deu aulas e foi o primeiro a dizer, anos antes ainda no Maranhão, que era possível alcançar reconhecimento em projeção nacional.

Na fase conhecida como Favelas, observa-se a transição entre o figurativo e o abstrato na obra do artista. Elementos como barracos e pessoas foram se tornando cada vez menos óbvios, até a pintura alcançar a total ausência da figura, como podemos perceber nos trabalhos atuais de Cosme Martins. Suas telas apresentam texturas feitas em terracota, construídas com uma técnica que o artista não revela (dizendo ser um “segredo” que mantém a firmeza e evita craquelês com o passar dos anos). A variedade de cores presente em sua obra é movida pela sensibilidade do artista, que diz não conseguir chegar a um limite até que sua agonia seja substituída pela sensação de prazer ao terminar suas telas.

Cosme Martins confessa já ter conseguido muito mais do que imaginava quando saiu do Maranhão, ao se referir a conquista de seu espaço dentro do cenário artístico. Afirma, também, ter consciência de que o trabalho de um artista não é reconhecido de um dia para o outro e que são necessários anos de trabalho e pesquisa em conjunto com pessoas influentes que acreditam em sua obra.

Betto Pereira

Betto Pereira é um personagem de grande talento. Artista sensível, que através da sua arte enaltece sua cultura local, transita também pelos caminhos da música. Suas telas são ilustrações de suas composições e memórias de infância e o resultado é extremamente colorido e lúdico. A pintura e a música atuam como grandes irmãs na história de sua carreira e sua identidade cultural maranhense está presente em todas as suas vertentes artísticas. Já há alguns anos ele prioriza seu trabalho como pintor. Muito querido e reconhecido pela classe artística, vem encantando o mundo com sua arte. Também teve belíssima exposição no Museu de Belas Artes do Rio.