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Geometrismo e consciência ambiental marcam mostra da artista visual carioca Myriam Glatt na Casa Contemporânea

São Paulo, por Kleber Patricio

ENTREABAS 3, 2020 colagem papel cartão com pintura acrílica sobre madeira 115x85x3 cm.

A artista visual Myriam Glatt apresenta a solo “O outro lado da superfície” a partir do dia 29 de julho de 2023 (sábado), 11h–17h, na Casa Contemporânea, na Vila Mariana, em São Paulo. Com texto crítico de Renato De Cara, a mostra reúne 25 obras recentes em vários suportes, como descartes de caixa de papelão, embalagens de produtos, jornais e pintura acrílica sobre tela.

Usando do Geometrismo como base da sua pesquisa, a artista resolveu, pela primeira vez, trabalhar com suportes fora da tradição da pintura, escolhendo as caixas de papelão ao ver o excesso delas descartadas no seu bairro, no Rio de Janeiro, no dia da coleta dos recicláveis.

“Desde 2019, comecei a usar a caixa de papelão como um fim e não mais como um meio para representar algo. Eu respeitei as abas das caixas, que desde então vem permeando todas as minhas séries. Ela (aba) pra mim é uma possibilidade de criar uma escultura e a relação do neoconcretismo e o espectador participativo me interessava”, afirma Glatt, que apresenta a peça “AbaMóvel 1” em São Paulo, em que o público pode interagir. No seu processo criativo, a artista desenvolve uma dualidade, entre a materialidade da escultura e a plasticidade da pintura, quebrando a questão de limites entre técnicas.

Aba 11, 2023, acrílica sobre tela, 140×175 cm.

A peça cinética fez parte da série “AbaMóvel” apresentada no 11º Salão Artistas Sem Galeria na Galerias Zipper, Lona SP e Murilo Castro BH, que aconteceu em janeiro/2020, pouco antes da Pandemia de Covid-19. Ela foi premiada, ganhando 3º lugar no salão organizado pelo curador Celso Fioravante.

Na entrada, o visitante se depara com uma instalação de papelões que dialoga com a arquitetura da casa. A exposição culmina no segundo andar com cinco pinturas sobre tela, em grande formato, na série Abas (representadas no plano).

Sobre a artista visual

Myriam Glatt nasceu no Rio de Janeiro/RJ, onde vive e trabalha. Estudou Arquitetura pela Santa Úrsula R.J., em 1980 e fez Pós-graduação em arte\filosofia na PUC RJ em 2014. Estudou arte no San Francisco Art Institute e no Santa Barbara City College, CA, USA (83/84). Estudou pintura/teoria no Parque Lage R.J. com Charles Watson (95/97), João Magalhães, Ivair Renaldim, Daniel Senise, Fernando Cocchiarale e Marcelo Campos (2008 a 2013). Participou de grupo de estudos dos curadores Marcelo Campos (2015), da Daniela Labra (2017), Keyna Eleison (2018), Marisa Flórido (2019), Julia Lima SP (2021) e Paulo Pasta SP (2022).

Aba 34,2023, acrílica sobre tela, 140×130 cm.

Realizou uma dezena de solos, sendo os destaques “Arquiteturas Instáveis”, na Galeria da Cândido Mendes, RJ, curadoria Paulo Sergio Duarte, em 2020/21; “Plano Pictórico Piloto”, no Museu dos Correios Brasília, curadoria Ivair Reinaldim, em 2019; “descartes”, no Centro Cultural Correios RJ, crítica curatorial Keyna Eleison, em 2017; “Flor, da contenção à Expansão”, no Centro Cultural Correios Niterói, curadoria Isabel S.Portella, em 2017 e “Coletivos, manchas e contornos”, na Galeria TAC, curadoria de Mario Gioia, em 2015.

Participou de diversas coletivas, como “Quadrantes da Miragem”, no Ateliê 31, no Rio de Janeiro, com curadoria de Shannon Botelho, em 2023; “Artistas do papel”, no Museu Judaico SP, curadoria Ruth Tarasantchi e Felipe Chaimovich, em 2023; “A alegria não é a prova dos nove”, na Casa França Brasil RJ, curadoria Alexandre Sá, em 2022; 1º Salão de artes Visuais da Galeria Ibeu On Line, curadoria Cesar Kiraly, em 2021; “Nas águas que se escondem”, no Espaço Cultural Correios Niterói, curadoria Marisa Flórido, em 2019; Arte Formatto – Espaço Bossa Cidade Jardim SP – curadoria Gisele Rossi e Lica Pedrosa, em 2018; “Carpintaria para Todos” – curadoria Marcelo Campos, Bernardo Mosqueira e Luisa Duarte, em 2017; Circuito Interno fevereiro, na Fábrica Bhering, em 2017; “Qual é seu link?”, no Centro M. Calouste Gulbenkian, Curadoria Lúcia Avancini e Marilou Winograd, em 2016; “Ponto Transição (Vade Retro Abacaxi)”, na Fundição Progresso, Curadoria Xico Chaves, Luiza Interlenghi e Sonia Salcedo, em 2016, e “O Cortiço”, na Galeria Ceperj, curadoria Marcelo Campos, em 2012.

Tem obras em coleções particulares e instituições brasileiras. https://www.myriamglatt.com.br/.

Sobre o curador

Renato De Cara é formado em Jornalismo pela PUC/SP, em 1985. Interessado em arte, cultura e moda, especializou-se em estética contemporânea produzindo, escrevendo, editando e fotografando para marcas e veículos de comunicação. Hoje é curador do Paço das Artes, em São Paulo, e dá consultoria em arte e mentoria para vários clientes, artistas e instituições privadas.

Colaborou para jornais como Folha de S.Paulo e O Estado de São Paulo; revistas como Vogue, World Fashion, Select e Bravo; e estúdios de criação. Em 2006, criou a Galeria Mezanino e, até 2017, produziu e curou exposições individuais e coletivas apresentando novos nomes e resgatando artistas em meio de carreira, cruzando linguagens e propondo novas abordagens no mercado de arte contemporânea.

Em 2018, foi convidado pelo secretário de Cultura da cidade de São Paulo, André Sturm, para assumir a direção do Departamento de Museus da Cidade, com 15 equipamentos em casas e prédios históricos, além de um importante acervo fotográfico, de bens móveis, de memória oral e, também, de arte popular, folclórica e etnográfica. A rede se configura como o Museu da Cidade de São Paulo. De 2020 a 2022, colaborou com conteúdo de artes visuais para o Centro Cultural b_arco e também para a galeria e arte contemporânea de mesmo nome. https://br.linkedin.com/in/renato-de-cara-615b6463

Sobre a Casa Contemporânea

Há 14 anos, a Casa Contemporânea é um espaço multidisciplinar que realiza exposições, encontros e debates sobre arte e assuntos correlatos. Idealizado por Marcia Gadioli, artista visual e por Marcelo Salles, arquiteto e curador, está instalada em um sobrado da década de

40 que, com adaptações pontuais, transformou-se em galeria para exposições de arte contemporânea e comercialização, além de atelier voltado à grupos de discussão e de estudos, propiciando a complementação da formação de artistas visuais. É uma casa que acolhe novos artistas com interesse e produção em arte contemporânea e áreas afins. Um local para discutir, ver e pensar. https://casacontemporanea370.com/

Serviço:

Mostra O outro lado da superfície, da artista visual Myriam Glatt – 25 obras em vários suportes: descartes de caixa de papelão, embalagens de produtos, jornais e pintura acrílica sobre tela

Texto crítico: Renato De Cara

Abertura: 29 de julho de 2023 (sábado), 11h -17h

Visitação: 1º a 26 de agosto de 2023 (ter a sex,14-19h,  sáb 11h-17h)

Onde: Casa Contemporânea – Rua Capitão Macedo, 370 – Vila Mariana – São Paulo – SP

Quanto: gratuito e livre

Site: https://casacontemporanea370.com/

Redes sociais

Myriam Glatt: @myriamglatt

Renato De Cara: @renatodecara

Casa Contemporânea: @casacontemporanea370.

(Fonte: Marmiroli Comunicação)