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Galeria Lume apresenta individual de Nazareno “Faz tempo que aquele buraco não sobe na parede”

São Paulo, por Kleber Patricio

A partir da investigação de relações interpessoais e reflexões internas, o artista plástico Nazareno apresenta sua individual “Faz tempo que aquele buraco não sobe na parede”, a ser inaugurada dia 20 de maio na Galeria Lume. Com texto crítico de Diego Matos, a mostra apresenta grandes obras de mármore, maciças e corpulentas, mas visualmente lapidadas e brandas, contrastadas as suas próprias abstrações.

Na sala principal da galeria, o visitante se depara com uma lâmina de mármore com serpentes, sobre a qual é permitido caminhar descalço. Considera-se um risco seguir tal caminho de forma vulnerável quando rodeado pelo perigo iminente das cobras? Ou sente-se o alívio de saber que o que o cerca são cascas, o envoltório do que um dia foi perigo, parede de um ser que hoje é outro, ainda que seja o mesmo?

Um grande alvo, imponente, intocável, carnoso e quase vivo, pronto para receber de peito aberto as flechas impiedosas da vida, também é um receptor de desejos, ambições e instrumento de passagem a uma outra situação. No corredor da galeria, duas cadeiras contemplam a imensidão, juntas e, ao mesmo tempo, sozinhas. Travesseiros de mármore lembrando o visitante do inalcançável mundo do sono, divinal, premonitório, familiar e ainda assim tão distante, preso em sua forma rígida e privilegiada de ser o único lugar no qual se pode sonhar. Será?

Nazareno instiga a subjetividade das palavras que permeiam seu trabalho, estimula o espectador a buscar o que é o buraco, de onde saem os mármores, as ideias e quais paredes sobem ao nosso redor, prontas para exibi-los. Tudo aquilo que sobe na parede, hoje é buraco.

Sobre o artista Nazareno

São Paulo, 1967. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Nazareno nasceu em São Paulo mas cresceu em Fortaleza, CE. Aos 19 anos mudou-se para Brasília – DF, onde cursou o bacharelado em Artes Visuais na UnB. Em 2003 mudou-se para São Paulo – SP.

Em suas obras, aborda aspectos relativos à memória, infância, contos de fadas e narrativas, bem como a fragilidade do sujeito contemporâneo frente à impossibilidade de transcendência. Realizadas em variadas mídias como desenho, esculturas, instalações, vídeos, gravuras e livros de artista, entre outras, são trabalhos que potencializam a atenção do espectador pelo caráter de sua miniaturização evidenciando outras realidades e eventualmente conduzindo o adulto/espectador a um estranhamento em seu rebaixamento a uma condição infantil.

Com uma carreira que conta com exposições nacionais e internacionais, além de prêmios e publicações em revistas, catálogos e livros de arte, as obras do artista estão em diversas coleções públicas e privadas.

Sobre a Galeria Lume

A Galeria Lume foi fundada em 2011 com a proposta de fomentar o desenvolvimento de processos criativos contemporâneos ao lado de seus artistas e curadores convidados. Dirigida por Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo, a Lume se dedica a romper fronteiras entre diferentes disciplinas e linguagens, por meio de um modelo único e audacioso que reforça o papel de São Paulo como um hub cultural e cidade em franca efervescência criativa.

A galeria representa um seleto grupo de artistas estabelecidos e emergentes dedicados à introdução da arte em todas as suas mídias e voltados para a audiência nacional e internacional por meio de um programa de exposições plural e associado a ideias que inspiram e impulsionam a discussão do espírito de época. Foca-se também no diálogo entre a produção de seus artistas e instituições, museus e coleções de relevância.

A presença ativa e orgânica da galeria no circuito resulta na difusão de suas propostas entre as mais importantes feiras de arte da atualidade, além de integrar e acompanhar também feiras alternativas. A galeria aposta na produção de publicações de seus artistas e realização de material para pesquisa e registro. Da mesma forma, a Lume se disponibiliza como espaço de reflexão e discussão. Recebe palestras, performances, seminários e apresentações artísticas de natureza diversa.

Serviço:

Faz tempo que aquele buraco não sobe na parede

Texto crítico: Diego Matos

Local: Galeria Lume

Abertura: 20 de maio, sábado, das 11h às 17h

Período expositivo: 20 de maio de 2023 a 05 de agosto de 2023

Horário de visitação: Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h

Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo – SP

Entrada gratuita

Informações para o público: tel.: (55) 11 4883-0351

e-mail: contato@galerialume.com

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https://galerialume.com/.

(Fonte: Galeria Lume)