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Galeria Jaqueline Martins & Casa Gabriel apresentam exposição “Dobras no Tempo”

São Paulo, por Kleber Patricio

Ana Mazzei – “Pôr do Sol”.

A Galeria Jaqueline Martins e a Casa Gabriel apresentam “Dobras no tempo”, uma exposição coletiva que reúne artistas históricos e contemporâneos do programa da galeria em diálogo com o espaço expositivo recém-inaugurado na cidade de São Paulo. O projeto também conta com a participação das editoras 55SP e Ikrek, com uma sessão dedicada a obras e livros de artistas com edições limitadas.

Divida entre três núcleos ou temporalidades, a exposição apresenta, em primeira instância, diálogos entre trabalhos que investigam nuances poéticas entre imagem e palavra. As obras apresentadas apontam para uma condição contemporânea em que o hibridismo entre linguagens permite a diluição das fronteiras entre o verbal e o visual – por meio de múltiplos suportes, exprimem-se poéticas de diferentes tempos.

Regina Vater, “Dobras no tempo”, 1987/88.

Em um segundo núcleo, um teor mais abstrato e um formalismo geométrico expandem as noções de forma, espaço e teatralidade. Propõe-se, a partir da reunião destes trabalhos, um movimento pendular entre o bi e o tridimensional – obras que investigam as fronteiras entre desenho, arquitetura, escultura e instalação – revelando assim uma linguagem compartilhada com uma profunda compreensão do potencial transformador do espaço.

Os trabalhos do terceiro núcleo investigam uma subjetividade do orgânico, de uma escuta da natureza e do corpo. Neste contexto, pontos de vista telúricos ocupam o espaço com proposições em diferentes meios e materialidades mergulhando na interseção do mundo natural e da psique humana.

Esta exposição tem como objetivo celebrar a diversidade da expressão artística por meio da justaposição das obras de diferentes artistas, convidando os espectadores a contemplar o diálogo que emerge de suas visões contrastantes. O projeto busca dar continuidade ao programa da galeria de comprometer-se com propostas colaborativas entre diferentes espaços multidisciplinares do cenário artístico.

Casa Gabriel

Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 2906 — Jardim América – São Paulo (SP). Artistas participantes: Adriano Amaral, Ana Mazzei, Charbel-joseph H. Boutros, Dudu Santos, Juraci Dórea, pedro frança, Regina Vater e Robert Barry.

Galeria Jaqueline Martins

Ana Mazzei, Instalação “FIAC”, 2021.

Fundada em 2011 em São Paulo, a Galeria Jaqueline Martins é um espaço de pesquisa, documentação, fomento e exibição da produção artística contemporânea. Propõe estratégias curatoriais colaborativas que fomentem o diálogo entre diferentes gerações e distintas perspectivas culturais. Mantém como diretriz principal o estímulo às práticas artísticas caracterizadas pelo conceitualismo, pela ênfase nos processos e pela postura crítica e, muitas vezes, subversiva.

Desde sua inauguração, a Galeria desenvolve um programa especial de investigação em torno das produções artísticas realizadas durante o período ditatorial no Brasil – em particular nas décadas de 1970 e 1980. Promove uma revisão histórica de processos desenvolvidos a partir de forte resistência intelectual, cuja ousadia e compromisso com a arte transformaram a prática no país, mas cuja expressão, no entanto, foi extensivamente negligenciada ao longo das últimas décadas.

Ao integrar pesquisas e práticas que confrontam a cena contemporânea em seu programa expositivo, a Galeria contempla revitalizar o debate que compreende ações artísticas como zona de contato para o exercício de mudanças estéticas, sociais e políticas. Em 2020, a Galeria inaugurou seu segundo espaço expositivo, em Bruxelas, com o objetivo de ampliar sua presença na Europa e desenvolver um programa multidisciplinar que promova conexões entre seus artistas e as práticas da arte brasileira em um contexto internacional.

Casa Gabriel   

Ana Mazzei – “Pavão”.

A Casa Gabriel é um espaço de arte focado em fomentar a cultura brasileira, com ênfase na produção nordestina e em novos talentos. Fundada pela empresária e fotógrafa cearense Renata Vale, a Casa Gabriel nasce como um local para estimular a pluralidade de manifestações artísticas e disseminar conhecimento, por meio de exposições, cursos e conversas que compõem sua programação.

55SP   

55SP é um projeto multidisciplinar que tem como princípio difundir a arte contemporânea fomentando novos colecionadores e a produção artística por meio de projetos independentes, com caráter experimental e que acreditam na arte como ferramentas de transformação. Um projeto híbrido que comissiona edições, publicações, exposições e ações voltadas a todas as vertentes culturais contemporâneas.

Entre os projetos recentes, idealizou junto das artistas Marilá Dardot e Lais Myrrha e a curadora Cris Tejo o Quarantine (2020), um modelo de re-imaginação econômica para o mercado das artes, um projeto criado para incentivar a produção e venda de trabalhos durante e de acordo com as condições de quarentena e o Projeto Reconecte +5511 (2021) com o intuito de transformar e reocupar praças da periferia da cidade de São Paulo. O projeto conta com oficinas e instalações de artistas visuais, como Raphael Escobar e Sallisa Rosa, e teve apoio da Secretaria Municipal de São Paulo.

Juraci Dórea – “Histórias do sertão CXIX”.

Com grande interesse na intersecção da música e arte e pesquisando o assunto ao longo dos últimos anos, realizou o Ressonância (2022), projeto em parceria com CCSP que aborda encontro de editores, podcasts e exposições, correalizou junto a Casa do Povo, Black Shabat (2018) com direção artística de Mauricio Ianês, e o projeto Dissonante (2017), em que fez curadoria com Marcio Harum.

Atuando desde 2017 como agente de pesquisa e possibilidades para projetos artísticos em formatos transdisciplinares e em territórios livres, usa como fios condutores a curadoria de múltiplos e edições e projetos em intersecção com outras áreas das artes, como música, arquitetura, culinária e outras.

Ikrek   

A Ikrek Edições publica, desde 2014, livros de artistas brasileiros e estrangeiros. Mais de 30 títulos já foram produzidos. São obras de arte que tomam o livro como suporte. Ou seja, não são livros sobre os artistas e, sim, projetos artísticos. Artistas de gerações distintas (nascidos desde a década de 1930) apresentam obras que possuem diferentes poéticas e, portanto, demandam diversos tipos de impressão (desenho em nanquim, litografia, cianotipia, offset, risografia, serigrafia), resultando em múltiplas tiragens (5, 15, 30, 50, 100, 1000, até 1.500 exemplares).

Os livros da Ikrek estão em importantes acervos como os do MoMA NY (Estados Unidos), Serralves Porto (Portugal), MAC USP e Itaú Cultural. Resenhas críticas sobre os livros e a editora já foram publicadas nos jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, revistas Select, Arte!Brasileiros, Dardo Magazine, Vogue Latioamerica, Casa Vogue, Veja São Paulo, DASArtes, além de mídias virtuais. Os livros já foram expostos no Brasil e no exterior.

(Fonte: Index Conectada)