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Galeria BASE apresenta exposição “Agentes Concretos” de Guilherme Gafi

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação/Galeria BASE.

A Galeria BASE, de Daniel Maranhão, exibe “Agentes Concretos”, primeira individual no espaço do artista Guilherme Gafi. Com texto crítico de Eloísa Almeida, a mostra tem abertura agendada para quarta-feira – 3 de maio – às 18h30. A exposição apresenta mais de 30 obras, entre pinturas e esculturas, que percorrem a trajetória do artista desde as obras figurativas do início da carreira, executadas em aquarela há cerca de uma década, até as obras abstratas mais recentes.

Nessa ação, Gafi retorna ao figurativismo com um painel da série “Agentes Concretos”, que empresta o nome à exposição. Na obra, vemos um trabalhador de rua exercendo seu ofício. Segundo Eloísa Almeida, “uma cena de trabalho de um gari ou um varredor de vias públicas. Lembramos sua roupa, suas ferramentas, a paisagem ao seu redor, mas nunca seu rosto. Qual o seu rosto? Qual o seu nome?”. A série trata justamente desse anonimato pelo qual padecem os trabalhadores que atuam nas ruas.

Além das obras figurativas, tem-se também uma ampla gama de abstratas onde o artista utiliza diversos suportes, como papel, tela, madeira e chapas galvanizadas. Na técnica, prevalecem a tinta acrílica, colagens e o spray, de forma sutil – um resquício de sua época de grafiteiro. É na rua que Guilherme Gafi mantém sua pesquisa e isso se verifica em suas obras. As paisagens podem ser visivelmente percebidas nas obras com degradê de azul; porém, somam-se manchas, sobreposições de camadas, largas e rápidas pinceladas, trazendo uma desordem para a paisagem bucólica.

Segundo Eloisa, “É uma paisagem em ruínas. Diferente da paisagem ligada ao horizonte preenchido de céu e campo. É organizada no caos: uma contradição desajeitada. Formada por pedaços assimétricos, são como falhas de execução”.

As chapas galvanizadas, suporte duro e pouco utilizado, ganham extrema leveza a partir dos vincos e dobras feitos pelo artista – o resultado final é que tais chapas muito se assemelham a folhas de papel expostas nas paredes, no chão ou penduradas no teto, como móbiles. Em algumas obras, sobretudo nas esculturas, Gafi utiliza materiais coletados na rua, como baldes, embalagens plásticas e luvas, entre outros.

“Nas obras presentes nesta exposição há um rastro do anônimo das outras mãos que manejaram os materiais encontrados nos caminhos de Guilherme Gafi. Um rastro notado na pintura da série “Agentes Concretos”, iniciada em 2018. Em grande escala, uma cena de trabalho de um gari ou um varredor de vias públicas”, conclui Eloisa Almeida.

O artista

Guilherme Gafi (Santo André, SP, 1986) – artista que teve seu primeiro contato com a arte por meio das pinturas em murais e street art, em 2004.

Desenvolveu pinturas de grandes formatos pelas superfícies da cidade, experiências que serviram de alicerce para sua produção plástica. Em 2006, iniciou a faculdade de Artes Visuais Licenciatura plena em Educação Artística na Fainc, em Santo André, SP. Em 2010, apresentou a primeira individual no Museu de Santo André, SP, trazendo elementos do cotidiano urbano; em 2012, foi selecionado para a coletiva “Processos Públicos” no Paço das Artes, em São Paulo e ganhou o prêmio de aquisição no 1° Salão de Artes Visuais de São Caetano do Sul, além de ter participado de outras mostras. Em 2013, abriu sua segunda individual ,”Processos Intermináveis”, na Casa do Olhar Luiz Sacilotto, SP. Em 2014, compôs o time de artistas em residência no “Espaço Atemporal”, Espaço Apis, Lapa, RJ, e recebeu várias premiações, incluindo menções honrosas e prêmios de aquisição em salões de arte. Em 2015, participou de diversas exposições coletivas e individuais, incluindo a 3ª Bienal de Graffiti Fine Art, no Parque Ibirapuera, Pavilhão das Culturas Brasileiras, em São Paulo-SP. Também realizou uma residência na Cidadela Art District CASACAIS, Portugal. Em 2016, participou de diversas exposições coletivas e realizou várias individuais. Em 2017, apresentou seu primeiro solo project para a coleção particular do Real Hotels Group, em Alcantara, Portugal, e realizou sua primeira individual no RJ com a galeria TAL – “Soluções Duradouras” ,sob curadoria de Paulo Galina. Em 2018, participou de várias coletivas, incluindo “Coletiva Retrotopias”, em São Paulo, SP, e “Mostra Transeunte” na RV Cultura e Arte, em Salvador, Bahia.

A obra de Guilherme Gafi incorpora diferentes técnicas e suportes e tem como ponto de partida elementos do contexto urbano, resultando em trabalhos que refletem a dinâmica da cidade e seus processos intermináveis.

Exposição “Agentes Concretos “

Artista: Guilherme GAFI

Texto Crítico: Eloísa Almeida

Coordenação Artística: Daniel Maranhão

Montagem: Harpia Design e Produções

Abertura: 03 de maio – quarta-feira – das 18h30 às 21h30

Período: de 04 de maio a 03 de junho 2023

Horário: de terça a sexta-feira, das 11hs às 19hs; sábado, das 11hs às 15hs.

Local: Galeria BASE

Endereço: Al. Franca 1030, Jardim Paulista | São Paulo, SP

Telefone: (11) 3062-6230 | WhatsApp (11) 98327-9775

E-mail: contato@galeriabase.com.br

Site: http://www.galeriabase.com

Instagram: https://www.instagram.com/galeriabase/

Número de obras: 30

Técnica: pinturas e esculturas

Dimensões: variadas

(Fonte: Balady Comunicação)