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Fundação Bienal de São Paulo promove colheita do milho em obra de Denilson Baniwa

São Paulo, por Kleber Patricio

Denilson Baniwa. Fotos: Levi Fanan.

Na última sexta-feira, a Fundação Bienal realizou um ato coletivo para a colheita do milho, fruto da obra ‘Kaá’, de Denilson Baniwa. Comandado pelo artista, defensor dos direitos indígenas, o ato coletivo ocupou o espaço externo do Pavilhão da Bienal, em São Paulo, e contou ainda com uma roda de conversas.

O encontro teve a presença de nomes como Francineia Baniwa, pesquisadora e a primeira mulher indígena brasileira a publicar um livro de antropologia, e Idjarrure Kadweu, poeta, editor, tradutor e antropólogo social, além de membros da comunidade Guarani de São Paulo e convidados.

Segundo Denilson, na enorme estrutura de madeira de aproximadamente 250 m², cheia de terra cultivável, erguida sobre o chão de concreto, foram plantadas e cultivadas cerca de 25 espécies, entre elas milho, pimenta, batatas, mandiocas e outras sementes. “Essa foi uma instalação muito colaborativa; criamos um ambiente transformador, de muita troca. Foi um processo mágico, desde as pesquisas a ver a vida brotando em meio ao concreto; observar essa obra viva passar por cada fase foi lindo. É a força da natureza se mostrando, resistindo ao calor forte, às chuvas e tempestades de vento de São Paulo. Essa é como uma verdadeira roça Guarani em meio à selva de pedra. Hoje fechamos esse ciclo colhendo o milho que plantamos e levando um pedaço desse projeto conosco para a mesa”, conta.

Sobre a Fundação Bienal de São Paulo | Fundada em 1962, a Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição privada sem fins lucrativos e vinculações político-partidárias ou religiosas cujas ações têm como objetivo democratizar o acesso à cultura e estimular o interesse pela criação artística. A Fundação realiza a cada dois anos a Bienal de São Paulo, a maior exposição do hemisfério Sul, e suas mostras itinerantes por diversas cidades do Brasil e do exterior. A instituição é também guardiã de dois patrimônios artísticos e culturais da América Latina: um arquivo histórico de arte moderna e contemporânea que é referência (Arquivo Histórico Wanda Svevo), e o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, sede da Fundação, projetado por Oscar Niemeyer e tombado pelo Patrimônio Histórico. Também é responsabilidade da Fundação Bienal de São Paulo a tarefa de idealizar e produzir as representações brasileiras nas Bienais de Veneza de arte e arquitetura, prerrogativa que lhe foi conferida há décadas pelo Governo Federal em reconhecimento à excelência de suas contribuições à cultura do Brasil.

(Fonte: Index Conectada)