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Fernanda Figueiredo constrói memória pública dos ataques de 8 de janeiro em exposição na OMA Galeria

São Paulo, por Kleber Patricio

“Marx abatido”, de Fernanda Figueiredo. Imagens: divulgação/OMA.

A OMA Galeria inaugurou no dia 2 de junho “Passado, passado, futuro”, exposição individual de Fernanda Figueiredo com curadoria de Paula Borghi. As oito pinturas inéditas apresentadas foram inspiradas pelos principais acontecimentos políticos do país nos últimos tempos, culminando nos ataques à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro deste ano.

As obras são parte da série “País do futuro”, iniciada pela artista em 2020, ainda durante o governo Bolsonaro. Partindo de notícias de jornal, televisão e lives no YouTube, Figueiredo coloca as obras de arte, elementos arquitetônicos, artefatos, tapeçarias e outros objetos localizados nos prédios governamentais de Brasília como testemunhas oculares da história que ali é construída.

Nas pinturas mais recentes, a artista se debruça sobre os acontecimentos de 8 de janeiro, quando os edifícios do Supremo Tribunal Federal, do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional foram invadidos e depredados. Durante os ataques, diversas obras de arte foram danificadas – como resultado, além de espectadoras, a artista coloca algumas obras também como vítimas: caso de “Programa de proteçāo à testemunha”, que retrata “As Mulatas” de Di Cavalcanti, pintura que recebeu facadas dos invasores.

Detalhe de “Programa de proteção à testemunha”.

Fernanda pretende provocar o pensamento crítico sobre questões políticas e sociais do país. Entre as referências retiradas das obras danificadas pelos invasores estão muitos elementos ligados a religiões de matriz africana, personagens negras e do sexo feminino, promovendo reflexões sobre o racismo, o machismo e o preconceito religioso tão presentes no governo Bolsonaro.

Através da pintura, a artista cria uma memória coletiva da história política do país, mais perene que as notícias de jornal. Segundo Fernanda, “Com a série ‘País do Futuro’, ofereço ao público registros sensíveis dessa história para começar uma conversa, para pensar junto e para não perder a memória”.

Sobre a OMA Galeria | A OMA Galeria foi fundada em 2013 como o primeiro e único espaço privado de artes visuais do ABC, sob os cuidados do galerista Thomaz Pacheco. Em 2022, a galeria inaugurou sua segunda unidade, expandindo suas atividades para o bairro dos Jardins, em São Paulo. Em pouco tempo, a OMA tornou-se referência, destacando-se no circuito das artes visuais por seus projetos culturais promovidos pelo OMA Educação e OMA Cultural. Atualmente, a galeria representa os artistas Andrey Rossi, Fernanda Figueiredo, Fernando Velázquez, Júlio Vieira, Michel Cena7, Mônica Ventura, MOOLA, Nario Barbosa, Paulo Nenflidio e Renan Marcondes.

Serviço: 

Passado, passado, futuro

Local: OMA Galeria

Endereço: Rua Pamplona, 1197, casa 4 – Jardins – São Paulo, SP

Visitação: até 24/6/2023

Horário: terça a sexta-feira das 14h às 19h e sábados das 10h às 15h

Entrada gratuita.

(Fonte: OMA Galeria)