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‘Fábulas Teatro de Bonecos’ será apresentado no Sesc Belenzinho

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Milena Medeiros.

O Sesc Belenzinho recebe de 9 a 31 de março o espetáculo “Fábulas Teatro de Bonecos” da Cia Mevitevendo. O espetáculo de Teatro de Animação – com máscaras, bonecos e atores – mostra quatro fábulas de diferentes partes do mundo: Brasil (O Velho, O Burro e o Menino), África (A Cobra e o Sapo), Grécia (O Pássaro e o Gato) e França (A Cigarra e a Formiga). Usando a linguagem da animação de forma contemporânea, o espetáculo brinca com elementos do teatro de bonecos e transgride a narrativa tradicional das fábulas, dando novos significados e pontos de vista sobre as histórias.

Num tempo em que os bichos ainda falavam, lá onde as antigas histórias nasceram, ainda existe um mundo fabuloso de seres, sons e imagens. Animais inteligentes e tolos, corajosos e covardes, honestos e trapaceiros aparecem em diferentes fábulas, nos mostrando de maneira engraçada e comovente, como podemos ser tão iguais e tão diferentes deles.

Este é o novo espetáculo da Cia. Mevitevendo, que há 24 anos dedica-se exclusivamente ao Teatro de Figuras (Teatro de Animação). Antigas histórias de diferentes tradições compõem a encenação; aparentemente simples e ingênuas, elas mostram-se sutis e elaboradas – um achado para um trabalho com bonecos, máscaras e manipulação de materiais e um material rico para o teatro de bonecos contemporâneo. Aos pequenos, apresenta um universo mágico e instigante; aos adultos, traz de volta a memória afetiva da infância.

Um pouquinho sobre as fábulas

Elas fazem parte de nosso imaginário coletivo e criar um espetáculo com fábulas não é uma tarefa fácil. Foram inventadas para educar (antigamente eram associadas à famigerada moral da história) e atualmente, no teatro contemporâneo, aparecem para divertir e fazer pensar. Zombando do Rei Sol no século XVII ou protagonistas em espetáculo de Bob Wilson, essas alegorias curtas e cômicas estão cheias de bichos falantes com defeitos e virtudes humanas. As fábulas são atemporais, são sempre compreendidas por todos e há séculos conectam gerações no mundo todo.

A tradição ocidental da fábula começou com o grego Ésopo, que escreveu cerca de 200 contos em 4 a.C., mas depois ela povoou a Idade Média e foi no final do século XII que Marie de France publicou sua incrível coleção de histórias. Em 1668, La Fontaine lançou a famosa coletânea de fábulas satirizando a corte, os burocratas, a igreja e a burguesia – sucesso estrondoso. E, assim, as pequenas histórias críticas e engraçadas espalharam-se pela Europa e influenciaram muitos autores.

No Japão, as Histórias de Kojiki e Nihon Shoki do século VII são fábulas orientais com animais falantes: bichinhos pequeninos e inteligentes e animalões grandes e estúpidos. Já na Índia, a tradição oral das fábulas data do século V a.C., que teve seu apogeu com Panchatantra – uma compilação sânscrita de histórias de animais. Na África, berço de inúmeras fábulas que se espalharam em versões pelo mundo, elas eram transmitidas desde tempos remotos pelos Griôs, tradicionais contadores de histórias que viajavam de vilarejo em vilarejo contando e cantando fábulas que encantavam gente grande e pequena, povoadas de bichos que pareciam gente.

Do século 19 em diante a fábula conquistou um novo público com a ascensão da literatura infantil. Entre os autores mais célebres, estão Lewis Carroll, Beatrix Potter, Andersen, Wilde, Tolkien, Saint-Exupéry e, no Brasil e Monteiro Lobato.

A companhia

Cleber Laguna e Marcia Fernandes criaram a Cia. Mevitevendo (Teatro de Bonecos e Máscaras) em 1998, ano em que mudaram do RS para São Paulo. Em 21 anos, já pesquisaram e encenaram os mais diferentes tipos de espetáculos: curtos, longos, dentro e fora de teatros; uns sem palavras, outros com muito texto, com pequenas figuras articuladas de papel, sombras, bonecos em escala humana e até com um personagem gigante. Seus bonecos estiveram em festivais e programações culturais em 20 estados brasileiros, na Espanha, França e Portugal. Num trabalho que mistura atores, bonecos, máscaras e referências que vão das artes visuais ao cinema de animação, os artistas da Companhia inventam mundos onde personagens “diferentes” habitam lugares estranhos, sempre instigando ideias, pensamentos e criação.

Ficha técnica

Ideia original: Cia. Mevitevendo

Criação e atuação: Cleber Laguna e Marcia Fernandes

Bonecos e máscaras: Cleber Laguna

Figurinos e trilha sonora adaptada: Marcia Fernandes

Cenário e objetos: Cia. Mevitevendo

Operador de som e luz: Adriani Simões

Direção: Cleber Laguna e Marcia Fernandes

Fábulas

De 9 a 31 de março de 2024; sábados e domingos, 12h

Local: Teatro (374 lugares)

Ingressos: R$30,00 (inteira); R$15,00 (meia entrada); R$10,00 (Credencial Plena do Sesc)

Gratuidade para crianças até 12 anos

Recomendação etária: Livre

Duração: 50 minutos

Sesc Belenzinho

Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – São Paulo (SP)

Telefone: (11) 2076-9700

Estacionamento: de terça a sábado, das 9h às 22h; domingos e feriados, das 9h às 20h

Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$5,50 a primeira hora e R$2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$12,00 a primeira hora e R$3,00 por hora adicional.

Transporte Público: Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m).

(Fonte: Assessoria de Imprensa Sesc Belenzinho)