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Diogo Santos apresenta exposição “Vigésima terceira carta” na Samba Arte Contemporânea

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Caderno2.

No dia 8 de outubro, será inaugurada na Galeria Samba Arte Contemporânea a primeira exposição individual do artista carioca Diogo Santos no Rio de Janeiro, intitulada “Vigésima terceira carta”. Serão apresentadas 25 obras inéditas produzidas entre 2018 e 2022. São pinturas, desenhos, esculturas, gravuras, desenhos e uma instalação.

Os trabalhos partem da inquietação do artista diante da percepção de um mundo, com uma sociedade desigual, que parece caminhar para a autodestruição, e retratam um ambiente utópico mágico, mais justo e igualitário. Anna Bella Geiger e Victor Arruda assinam os textos críticos da exposição.

Diogo Santos se apropria de elementos das fábulas infantis, do imaginário acerca dos games e dos quadrinhos, do ambiente da casa, do lar, criando uma atmosfera lírica e acolhedora. Seres fantásticos, utopias, armas místicas e elementos do imaginário brasileiro, mesclados a personagens de fotografias que o artista adquiriu em feiras de antiguidades, estão presentes nos trabalhos. “Aceito todas as referências, sem julgamento, para formar esse mundo lírico, mágico, que passa pelo universo da casa, do aconchego, do lar e da família”, conta o artista.

As bandeiras do meu país, 2022.

“Curiosamente, assim como eu, Diogo Santos teve uma formação acadêmica na área da literatura. Destaco esse aspecto em comum porque percebo questões de narrativa em suas obras, refletidas também nos próprios títulos, que promovem um diálogo entre texto e imagem, e levam a uma inquietação e uma busca de significados”, afirma a artista Anna Bella Geiger no texto que acompanha a exposição.

Obras em exposição

Um dos destaques da mostra é a instalação “Voltar ao lugar de origem” (2018), composta por 300 pequenas latas com 5 cm de diâmetro cada, dentro das quais estão pinturas, desenhos, esculturas e fotos. “São pequenas memórias que formam um mapa da cultura, o que somos, falam sobre os afetos, as esperanças, os pequenos rastros que nos constituem enquanto indivíduo e nossa posição diante da sociedade, do poder e do medo”, conta o artista, que acrescenta que esta instalação “tende ao infinito, pois sempre será possível acrescentar mais elementos”. A instalação será colocada propositalmente no chão para que as pessoas precisem se abaixar para ver, aproximando-as do mundo infantil.

Pinturas em grandes dimensões estarão lado a lado com obras de menor tamanho. Vestígios e símbolos que transitam silenciados em sonhos, jogos, brincadeiras infantis e ficção são apresentados em obras como “Labirintos de utopia”, construindo um jogo poético com diversas influências, que vão desde os quadrinhos e o videogame até a filosofia e a literatura.

Da série “As bandeiras de meu País”, produzida em 2022, são apresentadas três pinturas sobre tecido que ressignificam as fantasias advindas do imaginário medieval, apontando para novos mundos utópicos.

O lobo do homem.

Também fazem parte da exposição cerca de 25 desenhos da série “Levar o Monstro para Casa”, produzidos entre 2019 e 2020 com líricos traços em nanquim e aquarela, nos quais são mostrados a perplexidade do mundo infantil diante do atual momento histórico em que as opressões políticas, sociais e ambientais se contrastam com sonhos, promessas e lutas.

Completam a mostra três pinturas em grande formato (1,90m X 1,60m) da série “Mais do que apenas desejar o Infinito”, ganhadoras do 3º prêmio do Salão dos Artistas Sem Galeria (2022), duas linóleo gravuras únicas e duas esculturas inéditas em bronze e cerâmica, que representam seres quiméricos que jogam luz sobre a dicotomia entre as forças do mágico e do real, o passado e o presente, a opressão e a esperança.

Haverá, ainda, a obra “Tomei Morada em Anor Londo”, um conjunto constituído por um altar e peças que dialogam com os arquétipos do tarô e o zine, com poemas da série “Glória ao Sol e ao Deus Sombrio”, gravado em uma chapa de latão de 29cm x 42cm.

O título da exposição, a vigésima terceira carta, tem a ver com o jogo de tarot, mas em referência a uma carta imaginária e que não existe no jogo tradicional.

Eventos em torno da exposição

Ao longo do período da mostra, serão realizados diversos eventos relacionados a exposição:

No dia 15 de outubro, Diogo Santos fará o workshop de desenho “A poética da criação”, na galeria samba.

No dia 22 de outubro, haverá uma conversa na galeria entre os artistas Diogo Santos e Victor Arruda.

Sem existir, nos bastou.

No dia 29 de outubro, será realizado o finissage da exposição com o lançamento do “Livro de artista”, um fac-símile dos cadernos de estudo de Diogo Santos, que virão acompanhados de uma gravura, uma história em quadrinhos original e uma cópia impressa do poema gravado em latão.

Sobre o artista

Diogo Santos é multiartista visual, poeta e educador. Doutor em Poética pela UFRJ (2011), graduado em Letras/Português/Literaturas (2004) e Mestre em Literatura Comparada (2007) pela mesma instituição. Paralelamente, desenvolveu seus estudos na área de artes visuais com passagens por instituições como IART-UERJ, SESC, Centro Cultural Calouste Gulbenkian e EAV – Parque Lage. Foi coordenador do festival online “Parada Fotográfica: Cartografias Insurgentes” (2021) e curador da exposição “100tenário Fayga Ostrower” (Galeria Candido Portinari, 2022).

Dentre suas exposições, estão as individuais “Memórias Transeuntes” (SESC – 2019) e “Até a Última Sílaba do tempo” (FAN Niterói -2016) e as coletivas Festival Internacional de Arte Urbana – Paratissima, Lisboa (2016), “Gravura – Novos Rumos” (SESC, 2020) e do 13º salão dos Artistas Sem Galeria, organizado pelo Mapas das Artes e realizado nas galerias Zipper e Lona, em São Paulo (2022), entre outras.

Sobre a galeria

A Samba Arte Contemporânea, fundada em 2015 por Arnaldo Bortolon e Cali Cohen, é um espaço que privilegia o diálogo contínuo entre artistas renomados e emergentes de diferentes gerações e regiões brasileiras.

Com seu variado acervo em exposição permanente, apresenta de forma singular as obras desses artistas, que, colocados lado a lado, nos oferecem inúmeras possibilidades de apresentação e percepção, independentemente de escala, suporte e técnica.  A galeria possui dois espaços expositivos – sua ocupação se alterna entre as exposições de acervo, as individuais dos artistas representados e as de projetos curatoriais particulares.

Com o intuito de divulgar, promover e difundir a produção contemporânea, a galeria se propõe também a ser um espaço de pesquisa, experimentação e educação através de ações relacionadas. Atua em cooperação com projetos de integração da arte com o entorno, extrapolando o espaço expositivo da galeria e aproximando as obras dos artistas do público circulante.

A galeria trabalha com Antonio Bandeira, Antonio Dias, Adriana Lerner, Anna Maria Maiolino, Ascânio MMM, Bruna Amaro, Erinaldo Cirino, Diogo Santos, Elisa Arruda, Fernando Mello Brum, Franz Weissmann, Ione Saldanha, José Rezende, Jota Testi, Manfredo de Souzanetto, Roberval Borges,Thiago Haidar e Washington da Selva, entre outros.

Serviço:

Exposição Diogo Santos – Vigésima Terceira Carta

Abertura: 8 de outubro de 2022, às 16h

Exposição: até 29 de outubro de 2022

Samba Arte Contemporânea

Shopping Fashion Mall – São Conrado

Estrada da Gávea 899 – 2º piso – loja 231 – Rio de Janeiro – RJ

De segunda a sábado, das 10h às 20h. Domingos e feriados, das 14h às 20h.

(21) 3082-0337

Entrada franca

www.sambaartecontemporanea.com.

(Fonte: Midiarte Comunicação)