Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Desaparecimento do corpo humano é elemento central da nova exposição de Renan Marcondes na OMA Galeria

São Paulo, por Kleber Patricio

Detalhe da fotoperformance “Dessa vez vai ser diferente”. Imagem: cortesia do artista.

A OMA Galeria apresenta entre 7 de julho e 12 de agosto “Reorganizar os líquidos do corpo”, exposição individual de Renan Marcondes com curadoria de Galciani Neves. Em sua primeira mostra na OMA desde a mudança da galeria para os Jardins, o artista ocupa o espaço com cerca de doze obras inéditas que giram em torno do corpo e sua influência sobre nossas formas de existir no mundo.

Passando por resoluções como bordado sobre tecido, fotografia, desenho e papel de parede, Marcondes joga com ações de desaparecimento e reaparecimento; presença e ausência e repouso e movimento do corpo.

Ainda na área externa da galeria, o visitante se depara com uma cortina de veludo vermelho que deve atravessar para ter acesso à mostra. Logo na entrada do espaço expositivo está “Outro estranho desaparecimento (para Vera Chaves Barcellos)”, sequência de fotografias que se assemelham a uma história em quadrinhos e dialogam com a histórica obra da artista brasileira. As imagens mostram, passo a passo, o artista entrando atrás de uma cortina preta até desaparecer completamente.

O desaparecimento também está presente na série “Repousos”, formada por quadrados de veludo vermelho bordados com linha de mesma cor. Nela, objetos utilizados por humanos descansam, em um mundo livre de nós. A visualização do trabalho depende do ângulo de observação, obrigando o visitante a movimentar seu próprio corpo para ter acesso a seu conteúdo.

Da série “Repousos”.

A ciclicidade é outro elemento frequente na exposição, caso de “Dessa vez vai ser diferente”, fotoperformance que se inicia e termina com a mesma imagem. O artista, vestido de vermelho, manipula uma caixa de madeira em frente a uma lousa escolar. Ao fundo, há um papel de parede com os mesmos elementos manipulados – mas sem a presença do corpo.

Brincando com o corpo e com situações que podem causar estranhamento, o artista nos lembra de que somos indissociáveis de nossos corpos e que é só os modificando que podemos modificar o mundo que nos cerca. Como diz o texto da curadora Galciani Neves, “Líquido sinovial; líquido pleural; líquido peritoneal; líquido espinhal, líquido pericárdico; culdocentesis; líquido amniótico; linfa, líquido intracelular e intersticial, sangue e secreções. São muitas correntezas interagindo dentro e fora do corpo (há dentro e fora?). Vivemos, pois trocamos líquidos com o mundo”.

Sobre Renan Marcondes | Renan Marcondes é artista e pesquisador da arte da performance e suas articulações com dança e teatro. É doutor em Artes da cena pela Universidade de São Paulo, com estágio na Justus Liebig Universität em Giessen (Alemanha). Atualmente realiza pós-doutorado pela ECA USP com bolsa do CNPq. Sua tese foi contemplada em 2022 Prêmio Tese Destaque USP e publicada em livro pela editora Annablume. Alguns de seus principais projetos incluem “Protetores de Proximidade Humana” (prêmio MAJ SESC 2015; Temporada de Projetos do Paço das Artes; prêmio aquisição 43º SARP) e “Como um jabuti matou uma onça e fez uma gaita de um de seus ossos” (ProAc 2015, prêmio do setor de performances da SP-Arte 2015). Em 2018 foi contemplado com o Prêmio de criação em residência para jovens coreógrafos no MIS SP e em 2020, pelo 25º Festival Cultura Inglesa. Em 2019 e 2022 foi indicado para o Programa de Bolsas e Comissões do Cisneros Fontanals Art Foundation. Já participou de mostras como Verbo (2023, 2022, 2019 e 2015), Bienal Sesc de Dança, Mostra Internacional de Teatro e IC Encontro de Artes, dentre outras. Possui obras nos acervos no Museu de Arte do Rio, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte do Espírito Santo, Museu de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto, no acervo municipal de Santo André e na Pinacoteca de São Bernardo do Campo.

Sobre a OMA Galeria | A OMA Galeria foi fundada em 2013 como o primeiro e único espaço privado de artes visuais do ABC, sob os cuidados do galerista Thomaz Pacheco. Em 2022, a galeria inaugurou sua segunda unidade, expandindo suas atividades para o bairro dos Jardins, em São Paulo. Em pouco tempo, a OMA tornou-se referência, destacando-se no circuito das artes visuais por seus projetos culturais promovidos pelo OMA Educação e OMA Cultural. Atualmente, a galeria representa os artistas Andrey Rossi, Fernanda Figueiredo, Fernando Velázquez, Júlio Vieira, Michel Cena7, Mônica Ventura, MOOLA, Nario Barbosa, Paulo Nenflidio e Renan Marcondes.

Serviço:   

Exposição Reorganizar os líquidos do corpo

Visitação: 7/7 a 12/8/2023

Horário: terça–sexta-feira: 14h às 19h; sábados,10h às 15h

Local: OMA Galeria

Endereço: Rua Pamplona, 1197, casa 4 – Jardins – São Paulo, SP

Entrada gratuita.

(Fonte: OMA Galeria)