Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

DAN Galeria inaugura novo espaço em Itu com exposição de Denise Milan

Itu, por Kleber Patricio

Fotos: Ana Pigosso.

“Útero Magmático”, da artista Denise Milan, é a exposição escolhida para inaugurar o mais novo espaço da DAN Galeria no interior de São Paulo. Instalado dentro da Fábrica São Pedro, onde está o FAMA Museu, o espaço abrigará a mostra de 6 de maio a 31 de julho.

Com curadoria assinada pela DAN Galeria, a individual apresenta um conjunto de 20 obras – sendo 13 inéditas – gestadas nos dois últimos anos. Gestacional também é o fio condutor da exposição, que traz como peça central um cristal cuja forma faz alusão a um útero, dando nome à mostra.

O espectador é convidado a interagir com a instalação através de um olho mágico: um quartzo rosa formado há 130 milhões de anos, que pulsa revelando o potencial de fecundação que origina todas as criações do planeta. Daí brota um princípio de criação presente na natureza e em todo ser humano que propicia a fecundação das ideias, do imaginário e dos sonhos.

Logo na entrada, o visitante se depara com “TrincAr”, obra que apresenta as rachaduras vulcânicas no corpo do planeta, por onde escorre a lava magmática. A peça faz uma associação direta com as trincas humanas, de acordo com a artista. Na sequência, o visitante se depara com recipientes preenchidos com um caldo cósmico anterior à aparição da humanidade – um convite à visitação e rememoração do ponto de origem da matéria que formaram as pedras da exposição.

“As trincas também fazem parte do processo da criação e são indispensáveis para que esse aconteça. Elas estão ligadas ao momento do nascimento quando a placenta se rompe e a criança nasce. Como as trincas da saúde, o coração partido de cada um e da memória”.

Para Denise, todos temos uma trinca na vida e é através delas que podemos entender como a matéria está em constante transformação. A artista ainda afirma que tudo é energia e as cristalizações são o oposto de momentos estáticos, sendo marcas de vitalidade da gestação, como o visitante pode conferir na obra “Cicatriz”, que integra a exposição.

No lado oposto do espaço expositivo, estão os ideogramas de quartzos que formam a “Linguagem da Pedra”, criados pela artista, que mergulhou nesse universo há 40 anos. Cada ideograma reflete o movimento dos átomos e das moléculas do quartzo numa relação com a dinâmica de nossas emoções e sentimentos, seus antagonismos e afinidades.

Num segundo ambiente, o público é atraído para o “Olhar Mater”: o olhar que vem da pedra e nos convida para o “Banquete Magmático”, onde estão servidos alimentos cozidos há milhões e milhões de anos. Um chamado para degustar os saberes e sabores dos subterrâneos.

Sobre a obra, o curador Gabriel Pérez-Barreiro, responsável pela curadoria da última mostra de Denise Milan na DAN Galeria, comenta: “uma metáfora da criação do universo, do mundo. O fato de estar trabalhando com uma matéria-prima de uns trezentos milhões de anos já coloca uma questão sobre o tempo que é muito interessante de ser colocada em um contexto de arte contemporânea”.

Para esta celebração, chegaram do imaginário da Terra, com 130 milhões de anos, os proto-humanos, primeiros esboços da nossa figura humana. Entre os “Proto-Humanos” se encontra o “Terceiro Olho”, onde os convidados poderão descobrir através do olho mágico a pedra original de onde surgiram. Este é o momento da revelação, segundo Denise, “o “Proto-Humano” olha você. A pedra deixa de ser objeto para se tornar protagonista”.

Nesta exposição a artista propõe uma nova experiência: com a transformação da nossa posição perante a natureza passamos a fazer parte dela e de um trajeto maior.

Sobre a artista

Denise Milan, artista brasileira contemporânea de renome internacional, nasceu em São Paulo em 1954. Atua em diferentes mídias, trabalha com especialistas em ciência e tecnologia, antropologia, filosofia, literatura e música. Usando a pedra como eixo criativo, seu trabalho abrange esculturas, arte pública, performance urbana, artes cênicas, ópera, poesia, videoarte e arte multimídia.

Fez exposições e instalações em diversas instituições e em museus de vários continentes. Alguns highlights: na América do Norte, em Nova York, “Garden of Light”, no P. S. 1, The Institute for Arts and Urban Resources – MoMA; em Chicago,“America’s Courtyard”, no Adler Planetarium & Astronomy Museum; “Between two infinites”, no Museu de Arte Contemporânea, “Mist of the Earth”, no Chicago Cultural Center e em Washington, no Wilson Center; “Genetic Blue Stone”, no John F. Kennedy Center para Artes Performáticas.

Na América do Sul, no Brasil, no Pará, com “U Ura Muta Uê”, na Casa das Onze Janelas; em Brasília, com “Améfrica”, no Centro Cultural Banco do Brasil; na Bahia, com “Redenção do Pelourinho”, e em São Paulo, com “Luzes”, no MAM, com “Gênese”, no MASP, com “Sectiones Mundi”, na 20ª Bienal de São Paulo, com a “Gruta de Maquiné”, na 21ª Bienal de São Paulo e com a “Ilha Brasilis”, na 33ª Bienal de São Paulo, com “TrincAr”, na 13ª Bienal do Mercosul.

Na África, no Marrocos, “Útero Oceânico”, “Útero Cósmico” e “Útero da Terra”, durante COP22, DO-FEST no Emerson Collective, Marrakech.

Na Ásia, em Taiwan, na Guandu Nature Park; na Europa, em Paris, na Galerie d’Architecture; na Itália, “No reino do Amor e Perdão: a Linguagem das Pedras”, no Palazzo del Monte Frumentário, e “Mandala de Pedra”, na Piazza del Angeli, Assis ,e com o “Banquete da Terra”, na Fondazione Berengo, Veneza.

Sobre a galeria

A DAN Contemporânea surgiu como um departamento de Arte Contemporânea da DAN Galeria. Em 1985, Flávio Cohn, filho do casal fundador, juntou-se à DAN criando o Departamento de Arte Contemporânea, que ele dirige desde então. Assim, foi aberto espaço para muitos artistas contemporâneos tanto brasileiros, como internacionais, fortemente representativos de suas respectivas escolas. Posteriormente, Ulisses Cohn também se associa à galeria completando seu quadro de direção.

Nos últimos vinte anos, a galeria exibiu Macaparana, Sérgio Fingermann, Amélia Toledo, Ascânio MMM, Laura Miranda e artistas internacionais: Sol Lewitt, Antoni Tapies, Jesus Soto, César Paternosto, José Manuel Ballester, Adolfo Estrada, Juan Asensio, Knopp Ferro e Ian Davenport.  Mestres de concreto internacionais também fizeram parte da história da DAN, tais como Max Bill, Joseph Albers e os britânicos Norman Dilworth, Anthony Hill, Kenneth Martin e Mary Martin.

A DAN Galeria incluiu em sua seleção importantes artistas concretos: Francisco Sobrino, François Morellet e Getúlio Alviani, bem como os artistas geométricos abstratos históricos Sandu Darié, Salvador Corratgé, Wilfredo Arcay e Dolores Soldevilla, só para mencionar alguns dos cubanos do grupo Los Once (The Eleven). O fotógrafo brasileiro Cristiano Mascaro; os artistas José Spaniol e Teodoro Dias (Brasil); os internacionais Tony Cragg (G. Bretanha), Lab [AU] (Bélgica) e Jong Oh (Coréia) se juntaram ao departamento de Arte Contemporânea da galeria. A DAN Galeria sempre teve por propósito destacar artistas e movimentos brasileiros desde o início da década de 1920 até hoje. Ao mesmo tempo, mantém uma relação próxima com artistas internacionais, uma vez que os movimentos artísticos historicamente se entrelaçam e dialogam entre si sem fronteiras.

Serviço:

Quando: entre 6 de maio e 31 de julho de 2023

Local: DAN Galeria Sala São Pedro

Endereço: Rua Doutor Graciano Geribello, nº 8 |Bairro Alto, Itu (SP)

Horário de visitação: quarta-feira a domingo, das 11h às 17h

Entrada: R$10,00 |Meia-entrada para estudantes, professores, educadores e moradores da cidade de Itu (necessário documento de comprovação) – R$5,00. Classificação indicativa: livre

Acesso para pessoas com mobilidade reduzida.

e-mail: info@dangaleria.com.br

Museu São Pedro

+55 11 4022-4828

contato@famamuseu.org.br.

(Fonte: A4&Holofote Comunicação)