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Centro Cultural São Paulo recebe solo “Deusas”, com a bailarina Luma Preto

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Ana Poltronieri.

“Deusas” é um trabalho solo de dança que estará em breve temporada no CCSP dias 12, 13 e 14 de março às 21h. O trabalho é uma realização do Núcleo Boia de Dança, com criação e interpretação de Luma Preto, direção e concepção de Ilana Elkis. Com curadoria de Mark Van Loo, “Deusas” integra a programação deste mês junto à outras artistas da dança, em comemoração ao Mês da Mulher.

“Deusas” (2023) é um braço da obra “Musa” (2020-2022), que aqui se desmembra em uma versão solo, que busca refletir sobre coreografias impregnadas no corpo a partir de valores culturais que ditam o ideal da mulher. A partir de um olhar sob a mulher na história da arte, da antiguidade à contemporaneidade, ambos trabalhos se propõem a instaurar uma discussão acerca da mulher como objeto-imagem sob a perspectiva do olhar do seu consumidor- espectador, em um contexto patriarcal e ocidental.

Ensaio com Ilana e Luma.

Enquanto “Musa” é realizado por quatro-performers, “Deusas” é um trabalho solo onde a criadora e intérprete Luma Preto incorpora tais assuntos somando a um olhar para algumas Deusas da mitologia grega do livro “Mulheres e Deusas” de Renato Noguera.

A distribuição do público ao redor da bailarina seminua faz alusão a uma experiência de exposição de uma obra de arte, contexto onde o corpo da mulher é contemplado e objetificado sistematicamente sob um olhar hegemônico, geralmente masculino.

Durante o trabalho, que tem duração de 40 minutos, a bailarina vai compondo instantaneamente tensões e torções, onde imagens- sensações vão sugerindo em nosso imaginário figuras híbridas, entre o real e o mítico, que instauram uma experiência de sensações que passam do encantamento ao incômodo. Após o término da apresentação, haverá um bate-papo com o público, a direção e a bailarina para fomentar discussões sobre o trabalho em si, assim como sobre os processos de criação em dança realizados por mulheres.

Sobre o Boia e o solo “Deusas” | Boia é um núcleo artístico de pesquisa em dança que Ilana Elkis desde 2018 vem coordenando junto às parcerias artísticas para concentrar e articular investigações e práticas. O nome Boia, se trata de uma metáfora escolhida, justamente para imaginar uma plataforma que busca se estabilizar dentro de contextos instáveis da realidade, que nos é apresentada ao trabalhar com arte e cultura em São Paulo, no Brasil e no mundo. Boia é um lugar inventado para resistir e dar continuidade ao labor processual.

“Deusas” foi criado de forma independente, com apoio do programa de residentes do Centro de Referência da Dança, mas sem nenhum financiamento público ou privado. Teve a oportunidade de se apresentar em diferentes contextos. Foi apresentado pela primeira vez como mostra de processo em março/2023, na Mostra de Residentes do Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo. Teve sua estreia oficial em maio/2023 em uma breve temporada de quatro dias no Teatro Centro da Terra, sob a curadoria de Diogo Granato. Em agosto/2023 foi convidada para participar da semana de inauguração do novo espaço do curso de Graduação em Dança da Universidade Anhembi Morumbi e, em setembro/2023, a obra foi contemplada a participar da 7ª edição do Mulheres em Cena, idealizado por Vanessa Macedo e produzido pela Cia. Fragmento de Dança, onde se apresentou na Oficina Cultural Oswald de Andrade.

Sobre a diretora Ilana Elkis

Ilana Elkis é artista da dança e das artes performativas. Nasceu em 1982 na cidade de São Paulo, onde trabalha atualmente como bailarina, coreógrafa, pesquisadora, diretora e professora. É bacharel e licenciada em Dança e Movimento pela Universidade Anhembi Morumbi (2010), e Mestre em Artes Cênicas pela ECA–USP, onde desenvolveu a dissertação “Entre Lugares”, acerca da dança em espaços dentro-fora da caixa cênica.

Em 2018, fundou o núcleo Boia, no qual assina a direção/coreografia de dois trabalhos, “Lampejo” (2019) e “Musa” (2021), que foi contemplado pela Lei Municipal Aldir Blanc. Atualmente, desenvolve um solo dança-instalação “Lugar Provisório” (2021-22) que traça um diálogo performativo com a dança, e retoma a investigação de som-movimento-imagem de Ressonuance (2016). Em 2011/2016, cocoreografou Plongeé – dança site-specific contemplada por dois prêmios e NC: NC-Site –Specific do CCSP (2011) e Funarte circulação Klauss Vianna (2015).

Também é intérprete-criadora, há 14 anos, dos núcleos artísticos paulistanos – Silenciosas e Núcleo Cinematográfico de Dança. Professora atuante de Dança Contemporânea na Sala Crisântempo é parceria pontual no curso de extensão da São Paulo Escola de Dança, como professora de técnica de chão. Atua como educadora do movimento, através das abordagens somáticas e Pilates em estúdios e salas, em São Paulo.

Sobre a bailarina Luma Preto (@lumapreto)

Foto: Beto Amorim.

Luma Ribeiro Preto, 33 anos, natural da cidade de São Paulo/SP, é bailarina, professora e pesquisadora em Dança formada em Bacharel e Licenciatura em Dança pela Universidade Anhembi Morumbi, desde 2018. Formada em Ballet Clássico pelo método cubano da Escuela Nacional de Ballet de Cuba, a partir da escola de dança Ballet Paula Castro, desde 2012. Estudou ballet por três meses com bolsa de estudos na Escuela Nacional de Ballet de Cuba em Havana/Cuba, em 2011. Atuou como bailarina na companhia Ballet Centro del Conocimiento em Posadas – Missiones/ Argentina, em 2013.

Atua como intérprete-criadora do Boia Núcleo de Dança sob direção de Ilana Elkis desde 2018. Atua como professora de balé no projeto Balé na Vila sob direção de Zélia Monteiro, com quem mantém aulas regulares de balé. Atua como professora na Associação Fernanda Bianchini, onde ministra aulas de balé e dança para adultos e crianças com e sem deficiência.

Desenvolveu em 2022/2023 um solo de dança contemporânea nomeado “Deusas” junto ao Boia Núcleo de Dança sob direção de Ilana Elkiscdeusda que reflete sobre influências ocidentais que formam um corpo feminino e possíveis transformações e ressignificações dessas influências. Além disso, desde junho/2023 participa do Grupo de Estudos dirigido por Diogo Granato.

Ficha Técnica

Nome da obra: Deusas

Grupo: Boia Núcleo de Dança

Criação, produção e interpretação: Luma Preto

Direção: Ilana Elkis

Curadoria: Mark Van Loo

Criação de Luz: Fellipe Oliveira

Operação de luz: Letícia Trovijo e Giorgia Tolaini

Comunicação: Mara Ribeiro

Criação da trilha: Natália Nery e Lana Scott

Operação de som: Ilana Elkis

Produção: Verônica Piccini

Vídeo: Mayra Azzi

Foto: Mica Wernicke

Agradecimentos: Centro de Referência da Dança, Jambu Galpão e Bombelêla Estúdio de Dança

Duração: 60min

Classificação indicativa: 16 anos

Data: 12, 13 e 14 de março/2024, de terça a quinta

Local: Centro Cultural São Paulo – Sala Jardel Filho

Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade – São Paulo/SP

Agradecimentos: Centro de Referência da Dança, Jambu Galpão e Bombelêla Estúdio de Dança

Duração: 60min

Classificação indicativa: 16 anos

Data: 12, 13 e 14 de março/2024

Local: Centro Cultural São Paulo – Sala Jardel Filho

Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade – São Paulo/SP

CCSP – Ingressos Gratuitos

BOIA

Site

(Fonte: Mara Ribeiro Comunicação Multimídia)