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CCBB-BH recebe Matheus Nachtergaele, Renato Borghi e Elcio Nogueira Seixas em “Molière”

Belo Horizonte, por Kleber Patricio

Moliére – Matheus Nachtergaele, Renato Borghi e Elcio Nogueira Seixas. Foto: Eika Yabusame.

Uma disputa bem-humorada entre a Comédia, representada por seu mais ilustre autor, Molière (vivido por Matheus Nachtergaele), e a Tragédia, personificada pelo poeta Jean Racine (Elcio Nogueira Seixas), “Molière” chega ao Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte após quatro anos de temporadas de sucesso pelo país. A temporada na capital mineira será de 17 de março a 3 de abril, com apresentações de sexta a segunda, sempre às 19h30. Os ingressos custam R$30 a inteira e R$15 a meia. Clientes Banco do Brasil pagam meia-entrada. A peça tem classificação indicativa não recomendada para menores de 12 anos.

Embalada por músicas de Caetano Veloso, executadas ao vivo com arranjos originais do maestro Gilson Fukushima, a montagem integra o projeto de intercâmbio cultural da valorização da dramaturgia latino-americana, o projeto “Teatro Promíscuo”. A peça, que marca a estreia da obra teatral da renomada dramaturga mexicana Sabina Berman no Brasil, tem direção de Diego Fortes, ganhador do Prêmio Shell em 2017 pelo espetáculo “O Grande Sucesso”.

Foto: Aloysio Araripe.

Inspirada no teatro de Molière, que fundia diferentes estilos em uma mesma obra (Commedia Dell’Arte; influências renascentistas e barrocas; humor satírico), a encenação integra linguagens diversas em uma intensa dinâmica cênica. “A fusão de linguagens de Molière e a autenticidade de suas criações nos possibilitaram misturar cores e texturas com extrema liberdade, procurando sempre uma encenação em que regras pudessem ser quebradas”, diz o diretor Diego Fortes.

Em cena, quatorze atores e músicos vão narrar o inusitado conflito entre maneiras opostas de pensar o mundo, expressas pelas famosas máscaras do teatro: uma ri malandramente de tudo e de todos e a outra mostra reverência e temor diante da dor e da morte. O embate épico entre essas duas faces da vida tem como cenário a corte real de Luís XIV, o Rei Sol (Josie Antello), na França.

Amado por todos e favorito do extravagante rei, Molière trava uma luta tragicômica com seu aprendiz Racine para manter a posição de dramaturgo mais prestigiado da corte. Enquanto isso, o Arcebispo de Paris, entusiasta da guerra, Monsenhor Péréfixe (Renato Borghi), tenta se aproveitar de um conflito em curso para banir do reino o Teatro e seus artistas, endurecer a censura e lançar a França em uma era de obscurantismo, violência e sacrifício.

Foto: Aloysio Araripe.

É mais nobre fazer o público rir ou chorar? Os artistas devem mostrar o mundo como ele é ou como deveria ser? Por que proibir obras de arte e perseguir seus criadores? Até que ponto aqueles que criam devem submeter-se à vontade daqueles que pagam? Estas são algumas das grandes questões que permeiam o enredo do espetáculo.

O cenário de André Cortez evidencia o jogo de transições entre teatro e realidade, ao mesmo tempo em que dissipa os limites entre palco e plateia. O público, enquanto assiste a uma encenação de Molière ou de Racine, também acompanha as reações do Rei Luís XIV e do Arcebispo Péréfixe ao espetáculo. Os figurinos de Karlla Girotto brincam com a ideia irreverente de uma “França Tropical”, ou melhor, de uma delirante “Tropicália Francesa” irrompendo em plena corte absolutista do século XVII.

Paralelo ao espetáculo, Matheus Nachtergaele está no ar em ‘Cine Holliúdy’ (TV Globo) e entrará em cartaz com o longa ‘O Clube dos Anjos’, baseado na obra de Luis Fernando Veríssimo, com roteiro e direção de Angelo Defanti. O ator ainda pode ser visto no longa ‘Carro Rei’, com roteiro de Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro, que também assina a direção.

Foto: Aloysio Araripe.

Sinopse | O ilustre dramaturgo Molière (Matheus Nachtergaele), mestre da Comédia, e o estreante autor épico Jean Racine (Elcio Nogueira Seixas) travam uma luta tragicômica, repleta de trapaças e reviravoltas, pelo domínio dos palcos da corte de Luís XIV, o Rei Sol (Josie Antello). O fanático Arcebispo Péréfixe (Renato Borghi), entusiasta da guerra, se aproveita do conflito entre os artistas para banir do reino o próprio Teatro, instaurando no país uma era de censura, violência e sacrifício. Uma miríade de personagens da aristocracia, da plebe, do clero, do exército, das tabernas e dos tablados desfilam por palácios, igrejas, salas de espetáculo, bordéis e campos de batalha. A orquestra do maestro Lully (Fábio Cardoso) embala essa tumultuada França do século XVII com o toque tropical do cancioneiro de Caetano Veloso.

Sobre a autora

Sabina Berman (1955) é escritora, dramaturga, contista, ensaísta, diretora de teatro e cinema. Mulher de grande influência na cultura do México, é reconhecida como uma das mais prolíficas, originais e ousadas dramaturgas da língua espanhola de sua geração. Suas peças de teatro já foram montadas no Canadá, Estados Unidos e em vários países da Europa e América Latina. Berman ganhou quatro vezes o Prêmio Nacional de Dramaturgia do México e o prestigiado Prêmio Juan Ruiz Alarcón.

Como jornalista, escreve semanalmente crônicas políticas para o El Universal, principal jornal do México, e faz reportagens para a revista Vanity Fair. Foi honrada duas vezes com o Prêmio Nacional de Jornalismo do México (1999 e 2007).

Ficha técnica:

Texto: Sabina Berman

Tradução: Elcio Nogueira Seixas e Renato Borghi

Adaptação: Diego Fortes e Luci Collin

Direção: Diego Fortes

Elenco: Matheus Nachtergaele, Elcio Nogueira Seixas, Renato Borghi, Rafael Camargo, Luciana Borghi, Josie Antello, Jorge Hissa, Regina França, Marco Bravo, Débora Veneziani, Mafé Leal e Fábio Cardoso

Cenografia: André Cortez

Figurino: Karlla Girotto

Direção Musical: Gilson Fukushima

Iluminação: Beto Bruel e Nadja Naira

Assistente de Direção: Carol Carreiro

Fotos: Eika Yabusame, Aloysio Araripe e Guilherme Silva

Diretora de Produção: Camila Bevilacqua

Produtor Executivo: Diogo Pasquim

Idealização: Teatro Promíscuo

Produção: Lady Camis Produções

Produção Local: Guinada Produções

Assessoria de Imprensa Local:  Fábio Gomides – A Dupla Informação.

Personagens:

Molière – Matheus Nachtergaele

Racine – Elcio Nogueira Seixas

Arcebispo Péréfixe – Renato Borghi

Luís XIV, o Rei Sol – Josie Antello

La Fontaine – Rafael Camargo

Madeleine e Rainha Mãe – Luciana Borghi

Gonzago – Jorge Hissa

Mademoiselle Du Parc e Madame Parnelle – Regina França*

Baron e Primeiro Médico – Marco Bravo

Armande – Débora Veneziani

Lully, o maestro – Fábio Cardoso

Instrumentistas da orquestra de Lully – Mafê Leal, Joana Araújo, Renata Neves e Nathanne Rodrigues.

Circuito Liberdade | O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

Serviço:

Molière

Período: de 17 de março a 03 de abril de 2023 – de sexta a segunda, às 19h30

Local: Teatro I – Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte – CCBB BH (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários)

Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia), disponíveis no site bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB BH

Duração: 120 minutos

Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos.

(Fonte: A Dupla Informação)