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Exposição “Liuba – Corpo Indomável” no MuBE é prorrogada para 2023

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: João Lucca Piovan.

Em 15 de outubro, o Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia (MuBE) abriu suas portas em São Paulo para uma das mais completas exposições já realizadas sobre a obra de Liuba (1923-2005), artista plástica de origem búlgara, naturalizada brasileira, que desenvolveu a maior parte de sua carreira no país. Na produção de Liuba, que parte de uma tradição do modernismo europeu, mas que encontra caminhos para uma linguagem contemporânea, dois materiais merecem atenção: o bronze da peça escultórica, visto em força, equilíbrio e solidez; e o cimento, da unidade construtiva do tijolo, usado como base para suas esculturas, que se iniciam com a figuração e se expandem em suas representações de um mundo de existências possíveis – plantas, bichos, totens, humanos, bestas, personagens, deuses e mitos.

Entre os destaques, estão uma obra em grande escala, uma madona em bronze, com mais de 3,20 m de altura, encomendada a Liuba pelo arquiteto Franz Heep para o projeto de sua autoria para a Paróquia São Domingos, localizada no bairro de Perdizes, em São Paulo. É a primeira vez que esta obra, uma imagem de Nossa Senhora de Todos os Tempos, deixa o local para o qual foi criada.

E, pela primeira vez, as formas originais do projeto “Letras Maiúsculas” (Capital Letters) da artista plástica Liuba estão sendo exibidas ao grande público. Desenvolvido nos anos 1970 em parceria com o editor e marchand argentino Julio Pacello, o projeto, que não chegou a ser concluído, mostra desenhos, geometrias e esculturas para as letras maiúsculas que iniciam os versos de parte da obra poética “Les Illuminations”, do poeta francês Arthur Rimbaud (1854-1891). Da publicação original, foi escolhida a seção “Marine”.

A mostra conta também com um livro realizado em parceria entre Liuba e Pacello. A publicação, intitulada “Relevos Liuba”, foi publicada pela editora Cesar em 1969. Em tiragem limitada, contém seis relevos e um folheto descritivo com um poema da crítica de arte e escritora Lélia Coelho Frota (1938-2010).

Mais sobre Liuba

Vinda da tradição do modernismo europeu, mas com a abertura de caminhos para uma linguagem contemporânea, Liuba Boyadjieva Wolf trabalhou sistematicamente ao longo de seis décadas. Nascida na Bulgária em 1923, radicada no Brasil na década de 50 e falecida na cidade de São Paulo em 2005, a produção artística de Liuba –  que soma quase duas centenas de obras – se divide nas três cidades em que residiu e estudou: Paris, Zurique e São Paulo.

Por meio de esculturas em suas várias transições de escala, suporte, razão matérica e condição expográfica, percebemos uma forte conexão entre as peças, em sua maioria produzidas em bronze e cimento, e o espaço que a artista habita – plantas, bichos, totens, humanos, bestas, personagens, deuses e mitos. Além disso, sua obra estabeleceu forte apreço e conexão com o contexto brasileiro e sua cultura popular.

Sobre o Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia

O MuBE, ou Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia, foi criado a partir da concessão do terreno, situado entre a Avenida Europa e a Rua Alemanha, pela Prefeitura de São Paulo à Sociedade dos Amigos dos Museus (SAM), no ano de 1986, para a construção de um Centro Cultural de Escultura e Ecologia.

Para a escolha do projeto do prédio da instituição cultural, foi realizado um concurso vencido por Paulo Mendes da Rocha. Nascia, então, o MuBE e seu prédio, que é um marco da arquitetura mundial e que conta também com o jardim projetado por Roberto Burle Marx.

O Museu tem como objetivo divulgar os mais diversos segmentos da arte, priorizando a escultura e os suportes tridimensionais.

Siga o MuBE no Instagram: mube_sp.

Serviço:

Exposição “Liuba – Corpo Indomável”

Aberta ao público das 11h até às 17h, de terça-feira a domingo

O MuBE está localizado na Rua Alemanha, 221 – Jardim Europa

O ingresso é gratuito.

(Fonte: Agora Comunicação)