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Pesquisadora da Unesp colabora com estudo internacional inédito que mapeou mudanças em ecossistemas campestres ao longo de quase 40 anos

São Paulo, por Kleber Patricio

Ema passeando na área de pesquisa no cerrado brasileiro, em Três Lagoas (MS). Foto: Lucíola Santos Lannes.

Quando se pensa em ambientes com rica biodiversidade, o mais comum é que venham à mente imagens exuberantes de florestas tropicais úmidas. O Brasil abriga dois exemplos celebrados mundialmente: a Amazônia, que abriga cerca de 10 mil espécies de árvores, e a Mata Atlântica, em que podem ser encontradas cerca de 140 diferentes espécies arbóreas compartilhando uma área relativamente pequena, pouco maior do que um campo de futebol. Porém, outra fonte importante de biodiversidade são as chamadas áreas campestres. Estudos chegaram a apontar que a biodiversidade presente nesses espaços é comparável àquela encontrada nas florestas tropicais e, em áreas menores do que 50 m², ela chega a apresentar uma maior variedade de espécies de plantas do que ambientes florestados.

As áreas campestres estão em todos os continentes, com exceção da Antártica. Elas cobrem cerca de 40% de toda as terras emersas globais e recebem muitos nomes, incluindo pradarias, pampas, estepes e savanas. Apesar de sua presença marcante, porém, as áreas campestres ainda são objeto de poucas pesquisas, o que prejudica diretamente a adoção de iniciativas e políticas públicas para a sua preservação. Segundo um estudo publicado em fevereiro deste ano pela Grasslands, Rangelands, Savannahs and Shrublands (GRaSS) Alliance, esses ecossistemas estão entre os menos protegidos globalmente ao mesmo tempo que mais da metade das áreas campestres sofreram com degradação dos seus espaços.

Em um esforço para compreender um pouco mais sobre esses ambientes, um grupo internacional de pesquisadores ligados à NutNet (Nutrient Network), uma rede global com foco em análises de áreas campestres, publicou um estudo analisando as variações desses ecossistemas nos seis continentes, ao longo de quase 40 anos. Intitulada Widening global variability in grassland biomass since the 1980s, a pesquisa foi publicada na revista científica Nature Ecology & Evolution, do grupo Nature, e contou com a colaboração da docente Lucíola Santos Lannes, da Faculdade de Engenharia da Unesp, campus de Ilha Solteira. Combinando análises de imagens de satélite e pesquisas de campo, o grupo pôde constatar que, enquanto regiões mais úmidas e quentes tiveram um aumento da biomassa das áreas campestres, locais secos e com menor biodiversidade apresentaram uma diminuição dessas áreas.

A biomassa é tudo o que conseguimos ver

Crédito da imagem: Equipe de arte da ACI – Unesp.

De maneira geral, a biomassa vegetal de um ecossistema nada mais é do que a quantidade de plantas vivas presentes em uma determinada área. “Quando a planta recebe luz solar, produz fotoassimilados, como açúcares e outros componentes. Uma parte desse material é utilizada para as funções metabólicas e para a respiração, e outra é usada no crescimento da planta. A biomassa é a parte que cresce, a parte que nós conseguimos ver”, explica a bióloga.

Pela identificação dos padrões da biomassa os pesquisadores podem perceber de que maneira um ecossistema experimentou crescimento ou diminuição e também estimar a duração da temporada do crescimento da vegetação, desde seu nascimento até a morte. Analisadas em conjunto com outros dados, como a variação de temperatura ou de chuvas, por exemplo, as informações sobre as variações da biomassa indicam tendências de desenvolvimento dos ecossistemas e apontam variações que podem ser utilizadas na elaboração de políticas públicas de preservação e restauração.

Na pesquisa, o grupo utilizou imagens de satélite para observar as alterações na biomassa de 84 regiões diferentes do planeta coletadas entre 1984 e 2020. Para medir as alterações que ocorreram no período, foi empregado um índice de vegetação chamado NDVI, sigla para Normalized Difference Vegetation Index, ou Índice de Vegetação por Diferença Normalizada, em português. Esse indicador é utilizado em observações via sensoriamento remoto que medem a quantidade, saúde e vigor da vegetação em uma determinada área. Basicamente, o NDVI funciona como um ‘termômetro’ da vegetação, indicando quão viva ela está a partir de cores de luz que as plantas refletem. Quando a planta está saudável, ela reflete muito infravermelho e pouco vermelho, informação que é identificada pelo NDVI para gerar uma pontuação: quanto mais alto o número, mais viva a planta está e, quando a área não tem vegetação ou a vegetação está morrendo, o número é baixo ou mesmo negativo.

Para complementar as análises feitas a partir das imagens geradas via satélite, equipes de pesquisadores espalhadas pelas 84 áreas estudadas em todo o planeta conduziram estudos de campo com o objetivo de garantir a precisão obtida pelo NDVI. “O trabalho de campo consiste em selecionar uma parcela da área estudada, cortar a biomassa e deixá-la secando no laboratório. Com a biomassa seca, nós fazemos uma pesagem e podemos identificar, por exemplo, que a biomassa de uma área é de 900 gramas por metro quadrado”, explica Lannes. Entre 2007 e 2020 o grupo realizou uma coleta anual em cada uma das regiões, comparando os resultados do campo com os obtidos pelo NDVI. Isso funcionou como uma garantia de que aquilo que era observado no satélite estava, de fato, acontecendo na terra.

Os resultados revelaram que as áreas campestres sofreram variações no mundo inteiro e chegando a índices bastante expressivos, indo de um aumento de biomassa em até 51% em alguns lugares a um decréscimo de 34% em outros. As regiões com maiores aumentos de biomassa incluem o Ártico, noroeste do Pacífico e Europa Ocidental, enquanto áreas áridas na Austrália, Argentina e Califórnia apresentaram maiores declínios.

Embora a constatação de que o crescimento expressivo da biomassa possa parecer, inicialmente, uma boa notícia, Lannes destaca que, do ponto de vista do equilíbrio ecológico, não é necessariamente uma variação desejável. “A gente quer que a biomassa permaneça estável, não que aumente ou diminua”, diz a bióloga. Ela enfatiza que é preciso estar atento, também, aos motivos ensejando alterações. Esse é o tema de uma pesquisa que ela conduz. “A diminuição geralmente ocorre por conta da degradação ambiental. Por outro lado, o aumento da biomassa em áreas campestres não costuma ocorrer na forma de expansão da vegetação nativa e, sim, por meio da sua substituição por vegetação cultivada. Em geral, são grandes monoculturas, como soja e milho. Isso não é algo desejável porque diminui a biodiversidade do ecossistema.”

O ecossistema depende da biodiversidade

Savana africana, em Serengeti, na Tanzania. O local é considerado uma
das áreas campestres mais biodiversas no mundo. Foto: NutNet.

“A biomassa é um dos principais componentes para a sobrevivência dos ecossistemas e para diversos processos ecológicos que ocorrem no planeta”, diz Lannes. Entre as diversas funções associadas está a ciclagem de nutrientes. Neste ciclo, a morte das plantas gera a queda das suas folhas que se depositam no solo e começam a se decompor. Isso resulta na liberação dos nutrientes que, até então, estavam contidos dentro delas, e serviam aos processos internos de respiração e crescimento. Estes nutrientes nutrem o solo, preparando o espaço para uma nova temporada de crescimento.

Outro papel importante desempenhado pela biomassa é sua ação na captura do gás carbônico, um dos principais gases de efeito estufa. Isso ocorre naturalmente durante o processo de fotossíntese das plantas, quando elas absorvem o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e liberam oxigênio. Estima-se que as áreas campestres armazenem aproximadamente um terço dos estoques globais de carbono terrestre, o que faz desses ecossistemas importantes aliados na regulação e na mitigação das mudanças climáticas.

Para que possam cumprir de forma adequada essas e outras funções, entretanto, é essencial que essas áreas preservem sua biodiversidade, uma vez que esse fator será responsável por permitir que o ecossistema se desenvolva de maneira saudável, em especial por meio de um processo ecológico conhecido como ‘facilitação’. A facilitação ocorre quando características específicas de determinadas espécies permitem e favorecem o crescimento de outras. “Plantas com raízes profundas conseguem captar água em camadas subterrâneas e trazê-la à superfície. As gramíneas, com raízes curtas, podem então aproveitar essa água para facilitar seu crescimento. Além disso, elas produzem uma enzima chamada fosfatase, que libera fósforo no solo, permitindo que outras plantas se beneficiem desse nutriente para o próprio desenvolvimento”, explica.

A genética de cada espécie irá permitir que ela realize processos específicos, seja a captura de água, a liberação de enzimas, a fixação de nitrogênio ou algum outro. Por isso, explica Lannes, um sistema que seja biodiverso se mostrará mais resiliente às alterações climáticas. Essa resiliência permitirá que ele desempenhe funções que são aproveitadas também por atividades humanas – como no caso do sequestro de carbono ou da fixação de nutrientes no solo, que propiciam boas condições para a agricultura. Porém, quando a área é ocupada por monoculturas, o quadro é diferente. Uma vez que todas as plantas neste caso apresentam as mesmas características, elas competem pelos mesmos recursos. O resultado é um ambiente mais vulnerável, como um todo, a pragas, doenças e condições climáticas.

Leia aqui o texto completo.

(Fonte: Assessoria de imprensa da Unesp)

Voluntariado no currículo escolar contribui para a formação de cidadãos ativos e preocupados com a sociedade

Belo Horizonte, por Kleber Patricio

Estudantes do Colégio Santo Agostinho em atividades de voluntariado em lar de idosas. Foto: Divulgação.

O Dia Nacional do Voluntariado, comemorado em agosto, é crucial para reconhecer e celebrar a importância do serviço altruísta, onde indivíduos dedicam seu tempo e habilidades a causas que beneficiam o bem-estar coletivo. O Colégio Santo Agostinho, pertencente à Rede Lius Agostinianos, foi uma das primeiras instituições de ensino em Minas Gerais a incluir o voluntariado no currículo escolar, com as horas de atividades registradas no histórico dos alunos.

O Programa de Voluntariado Agostiniano ocupa um espaço estratégico na Instituição por ser um espaço de aprendizado e transformação dos estudantes. “Mais do que isso, eles vivenciam a solidariedade em sua essência, compreendendo a importância de se colocar a serviço do próximo e lutar por uma sociedade mais igualitária”, destaca Jonathan Félix, coordenador institucional de Pastoralidade da Rede Lius.

Com 846 estudantes voluntários espalhados pelas unidades de Belo Horizonte, Gutierrez, Nova Lima, Contagem e na Escola Profissionalizante Santo Agostinho (EPSA, a instituição somou, no primeiro semestre de 2024, mais de 10.140 horas de trabalho voluntário, beneficiando 22 instituições em três eixos de atuação: educação, saúde e territorialidade. “Os grupos de voluntariado da Escola atuam de forma contínua até dezembro e o engajamento dos alunos tem sido notável. A participação ativa não só promove a formação social desses estudantes, mas também amplia sua visão de mundo e desenvolve habilidades essenciais como liderança, trabalho em equipe e resolução de problemas”, pontua.

O projeto na prática

A Rede Lius busca inserir os estudantes em diferentes realidades sociais: comunidades periféricas, instituições de cuidado a crianças e idosos, projetos socioambientais, coletas solidárias e campanhas de mobilização, para, a partir daí, transformá-las. “Oferecemos uma jornada para transformar as pessoas que vão transformar o mundo. Essa diversidade de experiências nos faz entender o serviço voluntário como uma forma de educar para a participação cidadã na sociedade. Queremos que, a partir desse conhecimento sobre a realidade do entorno em que estão inseridos — considerando o país, a cidade e o bairro — eles possam ser sensibilizados para ajudar a transformar vidas”, destaca.

Os integrantes do Programa cuidam desde a preparação das ações até a avaliação do trabalho realizado. Os projetos são desenvolvidos por meio de parcerias com instituições locais idôneas nas áreas de educação, promoção humana e assistência social, a partir da missão institucional e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. O voluntariado é oferecido para estudantes a partir do 6º ano do Ensino Fundamental.

A estudante Fernanda Lott Gonçalves, da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Santo Agostinho – Belo Horizonte, conta que iniciou no voluntariado da Instituição aos 15 anos. “Ser voluntária é uma experiência maravilhosa na minha vida. Eu me sinto importante fazendo parte de algo maior, que pode mudar a vida de alguém e deixá-la mais feliz”, diz.

Fernanda relata que, ao planejar as ações, sempre pensa no impacto que elas terão na vida dos assistidos. “Participar do projeto me ajudou a sair da minha bolha. Conhecer pessoas novas, com diferentes realidades e vivências, também desfaz os pré-julgamentos; afinal, você passa a ver o mundo com outros olhos. Em cada ação, me sinto feliz e realizada e espero que eles se sintam assim sempre que nos encontramos. Nem sinto que estou fazendo um trabalho voluntário, mas sim que faço parte de um grupo de amigos”, destaca.

Jonathan ressalta que o registro dessas experiências no currículo escolar é fundamental, pois reconhece e valoriza o compromisso dos estudantes com a transformação social. “Na nossa instituição educacional, pioneira nessa prática, todas as horas de voluntariado são cuidadosamente registradas no histórico do estudante, atestando sua dedicação e impacto positivo na comunidade”, ressalta. Ele acrescenta que “a desigualdade social é um problema que nos afeta a todos, não é apenas um problema alheio. Conscientizar os estudantes sobre a necessidade de transformar o mundo a partir de uma nova perspectiva proporcionará a eles uma compreensão mais ampla de cidadania global e de responsabilidade coletiva.”

Marco Henrique Silva, diretor de Ação Social e Pastoralidade da Rede Lius, enfatiza que o voluntariado é uma oportunidade para que a escola promova a cidadania ativa e o compromisso com a construção de uma sociedade melhor. “É fundamental que continuemos a apoiar e integrar o voluntariado em nossos programas educacionais. Integrar o voluntariado ao currículo escolar também permite que os estudantes desenvolvam novas habilidades. Muitas vezes, essas experiências os ajudam a identificar áreas de interesse que contribuem muito para as suas escolhas futuras”, pontua.

Conheça mais sobre o Programa de Voluntariado Agostiniano no site https://bh.santoagostinho.com.br/programa/Voluntariado.

(Fonte: Com Lorraine Souza/Interface Comunicação)

Conheça a Rota do Vinho em Lisboa

Lisboa, por Kleber Patricio

A Quinta de Sant’Ana. Fotos: Divulgação.

É fato que, desde os tempos de isolamento da Covid, os brasileiros passaram a beber mais e melhor, aguçando seu paladar por vinhos de qualidade. Com base nisso, a Associação Turismo de Lisboa (ATL) propõe um roteiro enoturístico especial, convidando todos os entusiastas a percorrerem por sua longa história no universo da viticultura.

A rota lisboeta é uma oportunidade de aprender, vivenciar e experimentar alguns dos melhores e mais carismáticos vinhos do mundo. Sua produção é, tradicionalmente, caracterizada pela combinação de conhecimentos ancestrais, inovação, sabor e as mais belas paisagens. Da beleza desse território surge uma grandeza de solos, microclimas e topografias onde prosperam as famosas castas portuguesas, marcadas sempre por traços fortes e de caráter único.

Entre planícies, serras e rios, suas vinhas situam-se em terras que condicionam também o terroir, valorizando assim a singularidade das diferentes uvas nas diversas regiões em que são plantadas. Tão produtiva quanto heterogênea, a região vitivinícola de Lisboa abriga várias denominações de origem controlada. Adegas como Casa Cadaval, Quinta do Sanguinhal e Casa Santos Lima proporcionam as melhores experiências.

Vinícolas

Lisboa, por si só, já concentra uma infinidade de pontos de interesse ao enoturismo. Um deles é o Parque Vinícola, responsável pela produção das castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Arinto. Com área de 2 hectares e vista para o aeroporto Humberto Delgado, o local destina-se a promover a sensibilização e a educação ambiental acerca da vinha e do vinho nas tradições, na cultura e na economia nacional. A próxima parada, no Terreiro do Paço, é a ViniPortugal, um espaço onde é possível provar vinhos de diferentes regiões.

Adega da Palmela.

Com três endereços na cidade, a Garrafeira Nacional, fundada em 1927, é uma das especialistas de maior renome em vinhos e espirituosos, com um acervo que impressiona pela alta qualidade. Na unidade Santa Justa, há um pequeno museu com os mais raros e excecionais néctares da história vitivinícola portuguesa e internacional.

E por falar em tradição, que tal desfrutar de uma bela taça em atrações icônicas, como a Torre de Belém e o Castelo de S. Jorge, enquanto aproveita a melhor vista sobre o Tejo e a cidade? A Wine with a view viabiliza essa possibilidade, vendendo suas taças em pequenas motos. Já, com função de educação, investigação e produção, a Vinha da Meia Encosta, no Instituto Superior de Agronomia, na Tapada da Ajuda, é a única que assume uma perspectiva absolutamente experimental, dependendo muitas vezes da ajuda de voluntários para a realização da vindima.

Sob reserva prévia, a Villa Oeiras oferece visita guiada à vinha e às adegas, com direito a provas. Uma delas é a Adega do Palácio de Marquês de Pombal — edifício do século XVIII cuja arquitetura é atribuída a Carlos Mardel. Ali perto, a Estação Agronómica, importante berço do ilustre vinho de Carcavelos.

Limitada a oeste pelo Atlântico e a sul pela serra de Sintra, chega-se a Colares, denominação de origem controlada desde 1908. Sede da cooperativa mais antiga de Portugal, a Adega de Colares, fundada em 1931, prioriza a proteção e a preservação da cultura do vinho local, bem como suas castas e métodos de cultivo.

Seguindo para Mafra, encontra-se a romântica Quinta de Sant’Ana. Situada junto à Tapada de Mafra, oferece uma autêntica experiência portuguesa, incluindo uma visita pelas ondulantes vinhas e finalizando com uma prova de vinhos numa impressionante adega centenária. Como se isso não bastasse, ainda é possível hospedar-se numa das cinco casas familiares do espaço. Também pode optar por experiências diferentes de enoturismo com a Manzwine.

Já em Bucelas, o destaque vai para o Museu do Vinho e da Vinha. Instalado num prédio cuja história está ligada à tradição vitivinícola local, tem o Arinto como seu vinho caraterístico e sua casta rainha da região, demarcada desde 1911.

Adega da Palmela.

Partindo para sul, no coração de Palmela, uma antiga adega surpreende o visitante pela beleza interior do edifício. É a Casa Mãe, central de informação enoturística e de reservas para visitas guiadas nas adegas, entre outras atrações. Atua também como loja, com degustação, dos vinhos certificados.

Inserida numa paisagem especial, a Quinta da Bacalhôa remete ao início do século XIV, tendo sido embelezada ao longo dos tempos com azulejos portugueses evocando desenhos mouriscos. Lá, é possível ver peças únicas da coleção de arte privada do Comendador Berardo, passando pelos jardins e vinhas, onde destaca-se o primeiro azulejo datado em Portugal. O museu dispõe, também, de uma sala de provas onde o visitante pode experimentar o vinho enquanto admira o horizonte. Ainda em Azeitão, há de se conhecer a bela Casa Museu Jose Maria da Fonseca e provar alguns de seus famosos vinhos. O trajeto começa com uma breve explicação sobre a história da empresa, seguindo-se a visita aos locais onde estagia o popular Periquita e onde repousam os mais antigos Moscatéis de Setúbal; entre os quais, algumas verdadeiras relíquias com mais de um século.

Finalizando, há a possibilidade de fazer o Percurso Pedestre Jardins de Vinhas na região, uma rota de 11 km, com duração de três horas, que leva os visitantes a conhecerem as várias castas caraterísticas do local a partir de adegas como a Fernão PÓ e Filipe Palhoça.

Sobre a Associação Turismo de Lisboa (ATL) | Fundada em 1998, a ATL é uma organização sem fins lucrativos constituída através de uma aliança entre entidades públicas e privadas que operam no setor do turismo. Atualmente conta com cerca de 900 associados, tendo como principal objetivo melhorar e incrementar a promoção de Lisboa como destino turístico e, consequentemente, aprimorar a qualidade e competitividade. Informações:

www.visitlisboa.com

https://www.instagram.com/visit_lisboa/

https://www.facebook.com/visitlisboa

https://twitter.com/TurismodeLisboa.

(Fonte: Com Lívia Aragão/Mestieri PR)

Lume Teatro abriga temporada do espetáculo de clown ‘La Scarpetta’

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: Mariana Rotili.

Palhaço que se preze necessita de um mestre. Ou melhor, de alguns. Um dos principais professores do ator-pesquisador Ricardo Puccetti, do Lume Teatro (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais – Unicamp), foi o clown italiano Nani Colombaioni, referência da palhaçaria internacional e colaborador do cineasta Federico Fellini em filmes como ‘I Clowns’ (1970). E qual o resultado desse encontro? É claro, só poderia dar em espetáculo: ‘La Scarpetta’, em cartaz de sexta (20/9) a domingo (22/9), às 20h, na Sede do Lume Teatro, em Barão Geraldo, Campinas (SP). A entrada é franca (os ingressos serão distribuídos uma hora antes de cada apresentação).

A temporada de La Scarpetta faz parte do Ciclo 1 | Lume em Casa, que integra o projeto Atuação e Presença, contemplado pela Lei Paulo Gustavo (Edital LPG nº 18/2023 – Manutenção de Atividades). Realizada pelo Ministério da Cultura e Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria da Cultura e Economia e Indústrias Criativas, a iniciativa abre a celebração de 40 anos de fundação do Lume Teatro, que acontecerá em 2025.

Em cartaz desde 1997, La Scarpetta – Spettacolo Artistico é uma das montagens mais antigas do Lume Teatro que permanecem ainda em cartaz. De lá para cá, o solo clownesco, com 80 minutos de duração e classificação indicativa livre, já desembarcou em palcos convencionais, bem como em ruas, praças e picadeiros de circo de diversas cidades do Brasil, além de países como Itália, Espanha, Bolívia, Dinamarca, França, México, Estados Unidos, Portugal, Inglaterra, Colômbia e Luxemburgo.

Foto: Tina Coelho.

Na cena, o Palhaço Teotônio, uma espécie de artista ‘pau para toda a obra’, apresenta seu Spettacolo Artistico, composto de números de magia, equilibrismo, contorcionismo, música e acrobacia com ovos, provocando e surpreendendo o Respeitável Público, que vê surgir diante de si o caos. Com grande vivacidade, o jogo de Teotônio é contagiante, fazendo da alegria uma potência anárquica. Ou seja, uma demonstração do potencial de guerrilha do palhaço com o seu subversivo poder de transformação. “Uma das características principais do meu palhaço é justamente essa transformação, que o Nani Colombaioni sacou desde o início do trabalho. Teotônio é todo atrapalhado, todo confuso, se mete a todo instante em problemas e enrascadas, mas está sempre feliz e otimista, buscando resolver as adversidades do seu caminho e, claro, jamais desistindo. A ideia do solo ficou sobre esse poder. Ele chega para fazer um show, nada dá certo, mas continua, sempre continua…”, pontua o ator-pesquisador.

Um dos destaques do solo, de acordo com o protagonista, está na parceria do Lume Teatro com Nani Colombaioni, artista italiano circense de renome cuja família remonta à Commedia Dell’Arte. Ao longo de três anos, imerso em um intercâmbio abrigado na Itália, Ricardo Puccetti foi tecendo, a partir da observação e dos saberes do velho palhaço, o espetáculo em cartaz. Após a morte de Nani, em 1999, os laços não desataram: o artista brasileiro passou, desde então, a trabalhar e aprender com o filho do mestre, o também palhaço Leris Colombaioni.

“A Família Colombaioni tem um repertório de soluções e ideias que é impressionante. Por exemplo, se o chapéu do palhaço cai, os Colombaioni têm 50 maneiras de pegá-lo, todas elas muito interessantes e criativas. O que mais me pegou no trabalho com o Nani foi essa riqueza de criação, do imaginário do palhaço e da mistura dos repertórios, que precisam estar todos a serviço da concepção de uma cena ou de um número. Isso tudo aliado a um tempo cômico muito preciso e que precisa ser respeitado para dar certo”, destaca Ricardo.

Foto: Luana Navarro.

E como manter o espetáculo em pleno vigor, mesmo após quase 30 anos em cartaz? “Na verdade, eu tenho que estar mantendo é a vivacidade do meu palhaço. Eu vejo a palhaçaria como uma lente de aumento. O palhaço é como se a gente colocasse uma lente de aumento na própria pessoa. Por isso, tal como esse indivíduo por detrás, o palhaço também vai crescendo, se desenvolvendo, ficando mais velho, o corpo se transformando e mudando ainda a maneira de ver o mundo. Ele nunca pode estar cristalizado. Inclusive, com sua relação com a plateia, que também é dinâmica e diferente a cada encenação”.

Por fim, qual mensagem Teotônio gostaria de estampar na mente da plateia a partir de suas peripécias circenses? Ricardo Puccetti responde pelo fanfarrão: “A que a vida vale a pena ser vivida, independentemente das coisas que acontecem, dos obstáculos e dos problemas. Precisamos estar sempre dispostos a aprender e a nos divertir com o ato de viver e experimentar”, finaliza o ator-pesquisador.

FICHA TÉCNICA

Atuação: Ricardo Puccetti

Concepção e criação: Ricardo Puccetti e Nani Colombaioni

Criação de cenografia e acessórios: Nani Colombaioni, Ricardo Puccetti e Abel Saavedra

Confecção de cenografia e acessórios: Abel Saavedra e Francisco Barganian

Técnicos responsáveis: Dani Salvi, Eduardo Albergaria e Francisco Barganian

Design Gráfico: Arthur Amaral

Audiovisual: Alessandro Poeta Soave

Realização: Lume Teatro

Tempo de Duração: 80 min.

Indicação Etária: Livre

Ciclo 1 | Lume em Casa

Trata-se da encenação de espetáculos do repertório do Lume Teatro em sua sede. Os próximos serão La Scarpetta (20/9 a 22/9) e Cnossos (26/10 a 28/10). Com entrada franca (os ingressos serão distribuídos uma hora antes de cada sessão), as apresentações serão realizadas sempre às 20h na Sede do Lume Teatro.

O Lume

Fundado em 1985, o Lume Teatro se tornou uma referência internacional na pesquisa da arte da atuação. Composto atualmente pelos atores pesquisadores Ana Cristina Colla, Carlos Simioni, Jesser de Souza, Naomi Silman, Raquel Scotti Hirson, Renato Ferracini e Ricardo Puccetti, o grupo já se apresentou em mais de 30 países, atravessou quatro continentes e vem desenvolvendo parcerias com coletivos, universidades, pensadores, mestres, mestras e artistas da cena mundial.

Vencedor do Prêmio Shell 2013 em pesquisa continuada, o Lume Teatro possui um repertório diversificado de ações artísticas e acadêmicas que abrange uma grande diversidade de processos experimentais no campo artístico e pedagógico das artes presenciais.

Assista o teaser em vídeo. Quer saber mais? Acesse www.lumeteatro.com.br.

Saiba mais:

O quê: Lume em Casa | setembro | La Scarpetta

Quando: sexta-feira (20/9), sábado (21/9) e domingo (22/9), às 20h

Onde: Lume Teatro (Rua Carlos Diniz leitão, 150 | Vila Santa Isabel | Barão Geraldo | Campinas/SP)

Quanto: Entrada franca (os ingressos serão distribuídos uma hora antes da apresentação).

Informações: @lumeteatro.

(Fonte: Com Thiago Gonçalves/Assessoria de Imprensa Lume Teatro)

Brasil e Espanha fortalecem cooperação cultural durante visita da ministra Margareth Menezes

Madri, por Kleber Patricio

Foto: Segib.

Na segunda-feira (16), seguindo sua missão pela Espanha, a ministra da Cultura Margareth Menezes participou de uma série de compromissos com autoridades locais e representantes de organismos ibero-americanos. Entre eles, ela se reuniu com o ministro da Cultura da Espanha, Ernest Urtasun Domènech, com quem tratou de ações bilaterais, além da troca de experiências entre os países.

A ministra enfatizou a importância da economia criativa como um instrumento de justiça social e sustentabilidade, temas que também têm sido discutidos nos eventos paralelos do G20. Margareth Menezes aproveitou para convidar o ministro espanhol para a reunião de Ministros de Cultura do G20, que será realizada em novembro, em Salvador, na Bahia. “Queremos fortalecer pautas e relações culturais com a Espanha. Visitei alguns lugares e sei que a Espanha tem muita colaboração a oferecer, podemos aprender muito com essa troca”, afirmou a ministra.

Outro tema discutido foi a regulação do ambiente digital, especialmente no que se refere à arrecadação de direitos autorais e à atuação das grandes empresas de tecnologia, as chamadas Big Techs. “Temos debatido mundialmente com grandes empresas para regular esse ambiente”, disse a ministra brasileira ressaltando a necessidade de um marco regulatório robusto. “Muito se discute no Congresso e em outras instâncias sobre a necessidade de uma regulação que fortaleça tanto o Ministério da Cultura quanto o setor cultural como um todo, especialmente como uma fonte de geração de renda”, completou.

O ministro Ernest Urtasun também abordou questões de relevância para a Espanha, como os direitos autorais e a necessidade de regulação no setor cultural digital, incluindo a regulação de games e da Inteligência Artificial (IA), além das propostas de um acordo de coprodução audiovisual entre os países. “Estamos muito satisfeitos com o interesse da Espanha em firmar uma parceria na área do audiovisual. Podemos avançar nesse sentido, envolvendo a Ancine e a Secretaria do Audiovisual”, acrescentou a ministra.

Outras agendas

Mais cedo, em reunião com a Secretaria-Geral Iberoamericana (Segib), a ministra discutiu temas importantes sobre a cooperação ibero-americana na cultura. Um dos principais tópicos foi o Programa de Cooperação Ibero-Americana de Videogames, que ainda aguarda a adesão formal dos países-membros. A ministra destacou a relevância de um marco regulatório para o setor de games, mencionando o Brasil como exemplo, já que o país possui um modelo sólido que pode servir de referência para as outras 22 nações participantes. Essa regulação foi considerada essencial para o crescimento sustentável do setor.

Outro ponto de destaque foi o encontro programado para 14 e 15 de novembro, no Equador, que celebrará os 20 anos do programa Cultura Viva e os 10 anos do Ibercultura Viva, reunindo representantes de 12 países. Também foi discutida a importância do Mondiacult, com a necessidade de preservar a relevância do conceito de cultura e desenvolvimento nas negociações internacionais.

Em seguida, a ministra da Cultura reuniu-se também com representantes da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), incluindo o secretário-geral Mariano Jabonero e o diretor-geral de cultura, Raphael Callou. A identidade cultural do Brasil no cenário ibero-americano foi um dos principais temas, com ênfase no papel da cultura como propulsor do desenvolvimento das nações latino-americanas. Raphael Callou expressou interesse em fomentar a cultura por meio de novos mecanismos de financiamento.

A reunião terminou com o reforço do compromisso entre a OEI e o MinC de promover o desenvolvimento cultural e econômico por meio da cooperação e ações concretas.

(Fonte: Com Nathalia Neves/Ministério da Cultura)