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Suzana Vieira apresenta ‘Shirley Valentine’ em Campinas

Campinas, por Kleber Patricio

Suzana Vieira em ‘Shirley Valentine’. Foto: Daniel Chiacos.

A comédia ‘Shirley Valentine’, com Suzana Vieira, é a principal atração da semana no Teatro Oficina do Estudante, localizado no Shopping Iguatemi campinas. O clássico de Willy Russell é um dos mais importantes textos do teatro moderno, com encenações premiadas em todo o mundo. O espetáculo será apresentado nos dias 28, sábado, às 21h e, 29, domingo, às 19h. Os preços dos ingressos variam de R$60,00 a R$120,00 e podem ser comprados na bilheteria do Teatro e site www.ingressodigital.com. A classificação etária é 12 anos.

A versão brasileira é de Miguel Falabella e trata com leveza e bom humor os dilemas da personagem. Susana Vieira dá vida à protagonista, uma mulher casada, mãe de dois filhos e que convive com o pior tipo de solidão: aquela que se sente mesmo estando acompanhada. Até que, cansada de conversar com as paredes, Shirley decide dar uma virada em sua vida e embarca para a Grécia, sem a família, ao lado da melhor amiga, Wanda. É um voo rumo à liberdade, à possibilidade de reencontro com a menina sonhadora e cheia de vida que Shirley foi um dia.

No palco, a personagem divide com o público as suas angústias, buscando entender onde foram parar seus sonhos. Ela fala do ser humano, daquele instante em que se percebe que o tempo passou e a vida ficou parada em alguma esquina. E mostra que nunca é tarde para recomeçar. A direção é de Tadeu Aguiar.

(Fonte: Com Vera Longuini/Ateliê da Notícia)

Dia do rádio: como o meio tradicional ainda conecta culturas e artistas no Brasil

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: FreePik.

Na era do avanço do streaming e das plataformas digitais, muitos podem pensar que o rádio perdeu seu espaço e importância no cenário midiático. No entanto, o papel deste meio de comunicação continua sendo de grande relevância, especialmente no Brasil, onde, segundo a pesquisa Inside Audio 2023, 80% da população brasileira escuta rádio, com tempo médio de escuta diária de 3h55.

O rádio, que completa mais de um século de história, mantém-se atual e vital na difusão de conteúdos culturais, locais e regionais, além de desempenhar um papel crucial na descoberta de novos talentos. Para artistas como a cantora Helena Serena, o rádio oferece uma experiência comunitária diferente das playlists individualizadas de streaming, além de poder conectar-se diretamente com as pessoas.

Helena Serena.

“O rádio tem algo muito especial, que é essa capacidade de criar uma experiência comunitária, algo que as playlists individualizadas não conseguem oferecer. Quando minha música toca em uma rádio, sei que várias pessoas estão ouvindo juntas, em diferentes lugares, mas conectadas pela mesma frequência. Isso cria uma sensação de pertencimento, uma troca coletiva que só o rádio proporciona. Além disso, o rádio permite um contato mais direto e real com o público, especialmente nas entrevistas ao vivo. Eu consigo falar diretamente com os ouvintes, contar as histórias por trás das músicas e isso fortalece uma relação mais íntima e sincera, diferente do que acontece nas plataformas digitais”, comenta a ex-The Voice Brasil.

Ainda de acordo com o levantamento, 76% dos entrevistados acreditam que o meio tem se tornado mais moderno em relação aos conteúdos e formatos. Para 83%, as notícias chegam de forma rápida. Além disso, a credibilidade do rádio também é alta: 64% dos ouvintes confiam nas notícias veiculadas.

A adaptação das rádios ao mundo digital também permitiu o nascimento de programas de nicho, valorizando as cenas regionais e fortalecendo movimentos culturais locais. Emissoras comunitárias e independentes, por exemplo, continuam sendo uma força viva para a divulgação de artistas como a banda Corpo e Alma, do Rio Grande do Sul, que encontram nesses espaços uma maneira de propagar sua música, sua mensagem e sua identidade.

“As rádios comunitárias e independentes são uma força viva para a música regional e para movimentos culturais que muitas vezes não têm espaço nas grandes plataformas de streaming. Esses programas de nicho dão voz para quem está fora dos grandes centros, fortalecendo a identidade local e permitindo que nossa música, nossa mensagem, chegue diretamente ao público que valoriza suas raízes. A rádio, mesmo em meio ao digital, continua sendo um meio poderoso de conexão e divulgação para a nossa arte”, afirma Wagner Schneider, vocalista da banda gaúcha Corpo e Alma.

Banda Corpo e Alma.

Num país de dimensões continentais e realidades socioeconômicas tão diversas como o Brasil, o rádio desempenha um papel fundamental na difusão cultural e musical, conectando regiões e públicos que muitas vezes estão distantes, tanto geograficamente quanto em termos de acesso a tecnologias mais avançadas. Em muitos casos, é o único veículo que garante a circulação dessas expressões artísticas, ao reforçar a diversidade cultural e a inclusão de todos os brasileiros nesse vasto mosaico sonoro.

(Fonte: Com Douglas Silva/Press FC)

Galeria Marcelo Guarnieri apresenta ‘desmesura’, de Victor Mattina

São Paulo, por Kleber Patricio

Victor Mattina, Elegia I (Verificação), 2024. Fotos: Rafael Salim.

A Galeria Marcelo Guarnieri São Paulo o anuncia ‘desmesura’, segunda individual do artista carioca Victor Mattina na cidade. A mostra, que reúne dez pinturas inéditas e um díptico, é acompanhada pelo poema ‘O Monstro’, de Flávio Morgado.

Em ‘desmesura’, Mattina explora, por meio da pintura, a qualidade da representação monstruosa e a condição de liberdade sob a qual reside a figura do monstro. Suas composições se constroem a partir de visões fragmentadas, vultos, manchas, criaturas antropomórficas e associações improváveis, como se estivéssemos diante de um mundo que, ainda que orientado pelos mesmos símbolos que compõem o nosso, operasse sob uma outra lógica. É nesse limiar entre o reconhecível e o absurdo que se sustentam as pinturas de Mattina e é nessa impossibilidade de categorizar suas figuras, como em ‘Capital amanhece sob um novo sol’ ou seus encontros estranhos, como em ‘Missa para raios catódicos’, que o artista enxerga uma potencial emancipação da imagem.

Victor Mattina, Missa para raios catódicos, 2024.

Embora tenha como base de sua prática a pintura figurativa, Victor Mattina não a utiliza como ferramenta para uma representação transparente; pelo contrário, é o seu domínio da técnica que lhe permite aproximar a figuração ao inverossímil. “Em ‘Arteriograma de Ka’ há uma cena algo barroca com corpos amontoados em primeiro plano, em frente a uma espécie de templo. É uma pintura de índices, alusiva a uma ideia de antiguidade sem nunca dizer onde ou sobre quem”, observa o artista.

O poema ‘O Monstro’, de Flávio Morgado, que acompanha a exposição, é fragmentado em seis partes, em diálogo com a montagem de ‘Elegia I’ e ‘Elegia II’, pinturas que possuem mais de 4 metros de comprimento cada, também divididas em seis partes. O poema percorre alguns aspectos das pinturas de Mattina – A dimensão, A correspondência, A feitura, A técnica, A escala, A paleta –, aspectos estruturais que apontariam para uma análise mais categórica da obra, mas que por meio da linguagem poética se libertam de definitivos, transbordando os seus limites. Em ‘desmesura’, texto e imagem se reconhecem pela recusa das funções que deveriam exercer em um mundo normativo. Criam, juntos, uma espécie de limbo visual, como escreve Morgado na primeira parte do poema: “monturo de ossos, inóspita paisagem / que nos acolhe, o ponteiro da estranheza / marca meia-noite na consciência e / seis telas declamam, no eco de sua fatura, / um grande verso de desterro.”

Victor Mattina, O Seminarista, 2024.

Em diálogo com a mostra ‘desmesura’, de Victor Mattina, serão apresentadas no mezanino da Galeria um conjunto de obras de Marcello Grassmann (1925–2013), Oswaldo Goeldi (1895–1961), Guima (1927–1993) e Iberê Camargo (1914–1994), artistas brasileiros que, por meio da gravura e da pintura, também exploraram a dimensão monstruosa da representação figurativa.

Victor Mattina (1985) vive e trabalha no Rio de Janeiro – RJ. Desenvolve suas pesquisas em pintura, gravura e vídeo. O ponto nevrálgico de seu trabalho é a relação indicial que as imagens estabelecem conosco e como nós lidamos com o mundo mediado por estas imagens. Mattina participou de diversas residências, como Vermont Studio Center (EUA), Soy Loco Por ti Juquery (SP), Fundação Joaquim Nabuco (PE) e Bolsa Pampulha (MG). Dentre as principais exposições, destacam-se as individuais Assim que passou a ver tudo quanto não havia (Galeria Athena, Rio de Janeiro), ponto-zero/ponto-nulo (Galeria Marcelo Guarnieri, SP) e Antes do Fórum (Paço Imperial, Rio de Janeiro) e as coletivas SORRY CAPS (ainda brasil, SP), A Luz que Vela o Corpo é a mesma que Revela a Tela (Caixa Cultural, RJ) e Mais Pintura (Sesc Quitandinha, RJ). Victor vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Flávio Morgado (1989) nasceu e foi criado em Brás de Pina, zona da Leopoldina, subúrbio carioca. É poeta, autor de um caderno de capa verde (7Letras/2012), uma nesga de sol a mais (7Letras/2016), Refinaria da cólera (Coleção Megamini/2019) preciso (7Letras/2019) e Quero te dar o corpo total do dia (em parceria com a artista plástica Marcela Cantuária, editado pela Revista Philos/2021). Em 2013, chegou às semifinais dos prêmios Jabuti e Portugal Telecom (atual Prêmio Oceanos) e, em 2017, às semifinais dos mesmos prêmios. Teve poemas traduzidos em coletivas estrangeiras para o espanhol, inglês, alemão, francês e grego.

Victor Mattina: desmesura 

Abertura: 4/10/2024 | 19h – 22h

Em cartaz: Até 8/11/2024

Galeria Marcelo Guarnieri

Alameda franca, 1054 – São Paulo – SP

Tel.: +55 (11) 3063-5410 / 3083-4873

galeriamarceloguarnieri@gmail.com

Seg-sex 10h – 19h / sab 10h – 17h.

(Fonte: Com Martim Pelisson Moraes/Pool de Comunicação)

Microplásticos vindos do porto de Itajaí (SC) chegam a praias a 80 km em até dois dias, constata estudo

Santa Catarina, por Kleber Patricio

Pesquisadores destacam urgência de medidas para controlar a perda de microplásticos transportados em contêineres. Foto: woosel007/Wikimedia Commons.

Um novo estudo verificou a rápida dispersão de microplásticos com origem no porto de Itajaí, em Santa Catarina. Esse material pode chegar às praias de Florianópolis, cerca de 80 quilômetros ao sul, em até dois dias. As constatações, que acendem um alerta para a gestão portuária sobre perda de materiais transportados em contêineres, estão em artigo na revista científica Marine Pollution Bulletin publicado nesta quinta (26).

Assinado por pesquisadores das universidades federais de Santa Catarina (UFSC) e do Espírito Santo (Ufes) e da Universidade de São Paulo (USP), o trabalho avaliou a trajetória de microplásticos primários, conhecidos como pellets, lançados dos portos de Itajaí e de Imbituba, este ao sul de Santa Catarina. Os pellets são pedaços de plástico com cerca de cinco milímetros utilizados como matéria-prima para a fabricação de produtos maiores pela indústria.

A equipe realizou simulações mensais durante um ano, levando em conta que as condições de circulação no oceano variam de acordo com os meses e podem afetar a direção e a velocidade do material. O estudo se baseia em modelo de dispersão de partículas que considera condições como temperatura, salinidade e fluxo da água para prever a movimentação dos pellets e em quais regiões eles tendem a se depositar.

Para avaliar a chegada das partículas à costa, os cientistas calcularam um índice de poluição que considera o número de itens identificados por metro quadrado de superfície. Segundo o índice, as praias com nível mais alto de contaminação por resíduos plásticos são Moçambique e Brava, ao norte de Florianópolis. “Os resultados confirmaram a nossa hipótese de que os pellets que chegam a Florianópolis vêm do porto de Itajaí”, conta a oceanógrafa Camila Kneubl Andreussi, principal autora do estudo. “O que nos surpreendeu foi o quão rápido eles chegaram até a Ilha de Santa Catarina e em locais bem mais ao sul, como a região de Laguna”.

Os autores observam que ainda há poucos estudos avaliando a trajetória dos microplásticos na costa brasileira. O artigo alerta que não somente as praias de Florianópolis, mas também outras áreas da região, como o Sistema Estuarino de Laguna e a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, estão sendo atingidas pelos pellets, reforçando a necessidade de monitoramento abrangente.

Segundo os especialistas, há uma urgência da implementação de medidas de controle e de redução de perdas durante o manuseio e transporte de pellets. “São importantes programas de cooperação entre municípios e autoridades regionais para criar ações coordenadas de monitoramento da poluição”, complementa Andreussi. A oceanógrafa diz que a equipe pretende continuar investigando o impacto dos eventos extremos na dispersão dos plásticos e essa dispersão, também, em outras regiões.

(Fonte: Agência Bori)

Seis em cada dez indígenas que vivem em áreas urbanas têm ao menos uma doença crônica, revela estudo

Brasil, por Kleber Patricio

Pressão alta é a condição mais prevalente entre mulheres e idosos indígenas que vivem fora das aldeias. Foto: FreePik.

Cerca de 60% da população indígena brasileira não aldeada convive com, pelo menos, uma doença crônica. Hipertensão arterial, problemas de coluna vertebral, colesterol alto e depressão estão entre os principais diagnósticos, segundo pesquisa inédita da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicada na quinta (26) na revista Saúde em Debate. O trabalho revela, ainda, que cerca de 35% dos indígenas que vivem fora das aldeias no Brasil, com 20 anos ou mais, têm duas ou mais enfermidades.

A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é a mais prevalente entre mulheres e idosos. Os indígenas com mais de 60 anos são também os que mais apresentam problemas na coluna vertebral (29%) e com o controle do colesterol (26%).

Os pesquisadores fizeram um levantamento inédito do perfil de saúde da população indígena não aldeada brasileira a partir de dados de 651 indivíduos, da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. A idade média entre homens e mulheres indígenas que vivem fora de aldeias é de 45 anos. A maioria tem rendimento de até um salário mínimo (66%) e tem o ensino fundamental completo (67%), dado educacional crescente em relação aos censos demográficos anteriores. O levantamento revela também que cerca de 90% residem em áreas urbanas e não têm plano de saúde privado. Ou seja, dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para a coautora do estudo, Deborah Malta, da UFMG, o mapeamento revela uma mudança no estilo de vida da população indígena que vive em centros urbanos, assim como de outros grupos populacionais. “As prevalências elevadas de doenças crônicas não transmissíveis neste grupo podem decorrer de mudanças de estilos de vida, piora na alimentação, aumento da expectativa de vida e aumento da obesidade”, complementa. Em relação à população indígena de todo o Brasil, o artigo cita dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena, que registrou cerca de 42 mil casos notificados de doenças crônicas entre 2015 e 2017.

A pesquisadora da UFMG destaca a importância de ampliar os estudos envolvendo a população indígena do Brasil, que dependem de políticas de inclusão, como o Sistema Único de Saúde, especialmente aquela que vive em aldeias e em áreas isoladas, como os ianomâmis. Essa população tem situação “agravada frente às invasões de suas terras, destruição de rios e florestas e piora de sua saúde, com aumento de desnutrição, malária e doenças infecciosas, em decorrência de falta de políticas de proteção durante o governo Bolsonaro”, diz Malta.

Segundo ela, ainda há muito o que avançar no sentido equidade, embora o governo federal tenha adotado importantes iniciativas para reduzir estas desigualdades, como, por exemplo, a criação do Ministério dos Povos Indígenas.

(Fonte: Agência Bori)