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Rubem Alves e Gandhi: reflexões sobre não violência

São Paulo, por Kleber Patricio

Capa.

Rubem Alves, um dos mais influentes educadores, psicanalistas e teólogos do Brasil, continua a inspirar leitores dez anos após sua morte, com a nova edição da obra Reverência pela vida: A sedução de Gandhi, uma reflexão sobre a jornada desse líder indiano. Ao narrar em primeira pessoa a trajetória do pacifista, o autor se aproxima do contexto atual, trazendo questões que falam de política, violência e lutas cotidianas.

Na obra, publicada pela Papirus Editora, pautado sempre pelo princípio da não violência e da pacificação mundial, o educador brasileiro trata da forma como as pessoas reagem às adversidades e da escolha dos caminhos para lidar com os percalços da vida. A nova edição conta com prefácio assinado por Raquel Alves, filha caçula do autor, que traz uma perspectiva íntima e pessoal ao livro. Fundadora do Instituto Rubem Alves, ela revela a emoção de reviver as palavras do pai e reflete sobre a profundidade da obra dele.

Este livro mexeu com minhas entranhas emocionais.
Primeiro, pelo fato de ser uma obra incrível, que reúne todas as nossas questões mais profundas
ligadas à vida e ao nosso viver em um único lugar.
Segundo, pelo fato de ter sido escrito em primeira pessoa,
o que quer dizer que o autor vestiu a pele de Gandhi,
como se sentisse e pensasse em seu lugar, e isso, por si só,
já é um ato de coragem e ousadia que somente uma alma muito boa
e sensível se arriscaria a fazê-lo com responsabilidade e sabedoria.
Por fim, vem aqui o fato de eu ser filha de Rubem Alves. (
Reverência pela vida, p. 13)

O ano de 2024 é marcado pelos dez anos do falecimento de Rubem Alves, conhecido por sua crítica ao modelo educacional tradicional e defensor de uma pedagogia humanizada e poética. Ele deixou um legado que permanece vivo até os dias de hoje em ensaios, crônicas e livros infantis. 

Ficha técnica
Título: Reverência pela vida
Subtítulo: A sedução de Gandhi
Autor: Rubem Alves
Editora: Papirus
ISBN: 978-65-5650-172-7
Formato: 16 x 23 cm
Páginas: 144
Preço: R$59,90 (físico) R$29,90 (e-Book)
Onde encontrar: https://a.co/d/1QlvpL6

Sobre Rubem Alves (1933–2014): foi um teólogo, psicanalista, educador e escritor brasileiro. Sua obra aborda temas como educação, espiritualidade e filosofia, com uma perspectiva que busca humanizar a vida e promover reflexões profundas sobre a condição humana.

Instagram: @institutorubemalvesoficial

Raquel Alves com o pai.

Sobre Raquel Alves: é arquiteta graduada e pós-graduada pela PUC-Campinas. Após o falecimento do pai, Rubem Alves, assumiu a presidência do Instituto Rubem Alves, dedicando-se a disseminar seu legado. Atualmente, é palestrante e escritora infantil.

Instagram: @raquelalvesescritora

Sobre a Papirus: A Papirus Editora se destaca pela publicação de obras nas áreas de educação, filosofia e psicologia, além de temas relacionados a desenvolvimento pessoal e profissional. Com um catálogo diversificado e autoral, busca promover o conhecimento e o debate sobre questões relevantes para a sociedade contemporânea.

Instagram: @papiruseditora.

(Fonte: Com Genielli Rodrigues/LC Agência de Comunicação)

Balé da Cidade de São Paulo apresenta remontagem ‘Variação’, de David Pontes e inédita ‘o que é o coro. coro’, de Marcela Levi e Lucía Russo

São Paulo, por Kleber Patricio

Coreografia Variação. Fotos: Larissa Paz.

O Balé da Cidade de São Paulo estreia sua terceira temporada na sala de espetáculos do Theatro Municipal de São Paulo. Grupo marcadoo pela sua relevância nadança contemporânea e inovação artística, apresenta a remontagem ‘Variação’, de Davi Pontes e coreografia inédita ‘o que é o coro.coro’, de Marcela Levi e Lucía Russo. As apresentações acontecem de 23, 24, 25, 26, 27, 29, 30 e 31 de outubro e os ingressos variam de R$10 a R$87.

o que é o coro.coro: uma metáfora para o corpo

A coreografia o que é o coro.coro parte do conceito de coro já explorada nas peças Natureza Monstruosa (2011), Mordedores (2015) e Deixa Arder (2017) da dupla Marcela Levi e Lucía Russo. Antes da palavra ‘coreografia’ surgir no século XVII, a dança era vista como uma arte coral, registrada no tratado francês ‘Orchesographie’, de 1589. Levi e Russo resgatam esse princípio mostrando como o ‘coro’ é uma metáfora para o corpo, visto como suporte de múltiplas existências e influências. Para elas, o coro é turbilhão e cacofonia, e sua ‘des-orquesografia’ propõe poesia e vida.

A carioca Marcela Levi e a argentina radicada no Rio de Janeiro Lucía Russo fundaram, em 2010, a Improvável Produções. Marcela e Lucía apostam em um projeto de autoria compartilhada, em uma direção artística que aponta para um regime de sentido aberto em que diferentes posições inventivas se entrecruzam em um processo que acolhe linhas desviantes, dissenso e diferenças internas como força crítica construtiva.

Marcela Levi foi artista residente e convidada em instituições ao redor do mundo e seus projetos têm sido apresentados em vários festivais e centros de arte no Brasil, na Europa e na América Latina. Já Lucía Russo estudou psicologia na Universidade de Buenos Aires e dança contemporânea no EDDC (Holanda) e no Centro Cultural Rojas (Argentina). Se move entre a criação artística, os processos de transmissão e intercâmbio e a gestão cultural. Desde os anos 2000 mergulha na prática continuada da direção.
Variação: 31 bailarinos em cena e inúmeras releituras

Variação explora a relação entre movimento e emoção, convidando o espectador a uma jornada sensorial por meio de uma linguagem coreográfica contemporânea. Com uma trilha sonora envolvente e um elenco talentoso, a obra busca dialogar com a pluralidade das vivências humanas, traduzindo-as em dança de forma única e cativante.

Com 31 bailarinos em cena se revezando em uma plataforma, eles executam imagens de seus arquivos pessoais que se repetem e se recombinam, desafiando formas de viajar no tempo e a linearidade. Um jogo que brinca e questiona, aponta e esgarça os limites e perigos de uma história única.

Davi Pontes graduou-se em Artes pela Universidade Federal Fluminense e é Mestre em Artes pela mesma instituição. Foi premiado no ImPulsTanz – Young Choreographers’ Award 2022 e no Artlink Award – 100 artists from around the world, em 2022. Foi destaque como artista da 35ª Bienal de São Paulo de 2023.

David Pontes, conhecido por sua habilidade em unir técnica e criatividade, afirma: “Essa coreografia é um convite à reflexão sobre as diferentes camadas da experiência humana. Cada movimento é uma variação de sentimentos, e espero que o público se sinta tocado e inspirado.”

Serviço:

Balé da Cidade de São Paulo

23 OUT, quarta-feira, 20h

24 OUT, quinta-feira, 20h

25 OUT, sexta-feira, 20h

26 OUT, sábado, 17h

27 OUT, domingo, 17h

29 OUT, terça-feira, 20h

30 OUT, quarta-feira, 20h

31 OUT, quinta-feira, 20h

Sala de Espetáculos – Theatro Municipal de São Paulo

Ingressos de R$12,00 a R$87,00 (inteira)

Classificação indicativa – 18 anos

Duração total: Aproximadamente 18 minutos (com intervalo)

Variação

Davi Pontes, coreografia e concepção

Iara Izidoro, assistência

Podeserdesligado, trilha sonora

Julliana Araújo, designer de moda

Alanis Machado, assistente de moda

Mirella Brandi, desenho de luz

Elenco: Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Ariany Dâmaso, Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Fabio Pinheiro, Grecia Catarina, Harry Gavlar, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Leonardo Silveira, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Márcio Filho, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Odu Ofá, Rebeca Ferreira, Renata Bardazzi, Reneé Weinstrof, Victor Hugo Vila Nova, Victoria Oggiam e Yasser Díaz.

o que é o coro.coro (estreia)

Marcela Levi e Lucía Russo, concepção, direção e desenho de som

Martim Gueller, cocriação do desenho de som e pianista convidado

Lucas Fonseca, assistente de coreografia

Laura Salerno, desenho de luz

Camila Schmidt, cenografia

Levi e Russo em colaboração com João Victor Cavalcante, figurino

André Omote, sonorização

Performance e cocriação: Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Ariany Dâmaso, Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Fabio Pinheiro, Fernanda Bueno, Grecia Catarina, Harry Gavlar, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Leonardo Silveira, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Márcio Filho, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Odu Ofá, Rebeca Ferreira, Renata Bardazzi, Reneé Weinstrof, Victor Hugo Vila Nova, Victoria Oggiam e Yasser Díaz

Mais informações disponíveis no site.
(Fonte: Com Letícia Santos/Assessoria de imprensa Theatro Municipal)

Limpeza de manguezais mobiliza comunidades na costa amazônica

Pará, por Kleber Patricio

Moradores de comunidades costeiras retiram lixo dos rios. Fotos: Projeto Mangues da Amazônia.

O lixo marinho é um dos principais desafios socioambientais na costa amazônica, no Amapá, Pará e Maranhão – região que abriga a maior faixa contínua de manguezais do planeta. Descartados nas cidades, levados até o litoral pelos rios ou trazidos de outras partes do mundo pelas correntes oceânicas, os resíduos – sobretudo plásticos – demandam soluções que mobilizam comunidades costeiras em busca da conservação da biodiversidade e melhor qualidade de vida. “Com a sensibilização ambiental, há uma maior percepção pública para a necessidade de mudar atitudes em relação ao lixo, prevenindo riscos à fauna e flora, aos meios de sustento e à saúde das pessoas”, afirma Marcus Fernandes, coordenador do Mangues da Amazônia e do Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Bragança (PA).

No projeto Mangues da Amazônia, realizado pelo Instituto Peabiru e Associação Sarambuí com apoio do LAMA, a importância da destinação adequada dos resíduos inspira ações coletivas de limpeza de manguezais e praias, no contexto do uso sustentável dos recursos naturais. Desde 2021, o projeto, que tem patrocínio da Petrobras e do Governo Federal por meio do Programa Petrobras Socioambiental, mobilizou quase mil pessoas nessa iniciativa, com mais de 5,5 mil quilos de resíduos coletados. Só em 2024, foram realizados dez mutirões de limpeza em diferentes municípios do Pará, no total de 741 participantes.

Com o apoio da Petrobras, “a iniciativa nasceu da importância de trabalhar a educação ambiental não só em salas de aula, mas ir a campo e envolver vários atores e parceiros nas localidades”, explica Dayene Mendes, pesquisadora do LAMA e coordenadora das atividades sobre resíduos no Mangues da Amazônia.

As ações se integram ao movimento global World CleanUp Day, realizado em setembro. Os materiais são coletados por grupos de voluntários em pontos estratégicos da zona costeira e separados para classificação e pesagem. Uma parte é destinada a cooperativas de reciclagem. Entre os resíduos mais comuns incluem-se cordas, redes e outros apetrechos da chamada ‘pesca fantasma’, na qual esses materiais – descartados no mar por barcos pesqueiros como lixo – acabam atingindo e matando caranguejos nos manguezais e peixes, tartarugas e outros animais nos estuários e no mar. “Além da limpeza, a iniciativa tem sido importante na sensibilização dos moradores e na mudança de práticas como queimar o lixo nos quintais”, observa Dayene Mendes, pesquisadora voltada a estudos sobre microplásticos no ambiente marinho, tema abordado na sua tese de doutorado, apoiada pelo projeto Mangues da Amazônia.

Expansão das atividades socioambientais nos manguezais

Lixo coletado durante a atividade de limpeza realizada pelo Projeto com a participação da comunidade.

A Amazônia estará sob os holofotes do planeta na COP 30 – a conferência do clima da ONU, no próximo ano, em Belém. Ainda bem conservada, a costa atlântica da região, no Pará, é vitrine de soluções que conciliam uso sustentável da biodiversidade, geração de renda e mitigação climática. “O reconhecimento desse trabalho chega em momento oportuno para dar visibilidade aos manguezais, normalmente esquecidos nas agendas”, pondera John Gomes, gestor do Mangues da Amazônia.

Em 2024, em seu segundo ciclo de atividades, o projeto expandiu a abrangência para quatro municípios paraenses – Bragança, Tracuateua, Augusto Corrêa e Viseu. As ações ambientais, sociais e culturais beneficiam direta e indiretamente cerca de 15 mil pessoas na região, com estratégia de maior aproximação com a sociedade. “A etapa atual é de validação científica das ações como frentes transformadoras, de modo a consolidar e replicar o modelo de atuação”, afirma Gomes.

No aspecto ambiental, o trabalho dá continuidade à recuperação de manguezais em áreas degradadas, totalizando 16 hectares até o momento, com uso de tecnologias inovadoras. Além do mapeamento participativo dos locais para plantio de mudas com apoio das comunidades extrativistas, o trabalho monitora o retorno dos caranguejos às áreas já restauradas no passado. Amostras de árvores são coletadas em diferentes áreas de pesquisa dos manguezais para o estudo de variabilidade genética, indicando onde estão as sementes que podem apresentar maior resiliência e sucesso no reflorestamento.

No campo social, além dos mutirões contra a poluição por resíduos, o projeto tem como destaque atividades educativas que envolvem mais de mil estudantes de diferentes faixas etárias: o Clube do Recreio (crianças de 4 a 6 anos), o Clube de Ciências (10 a 12 anos), o Protetores do Mangue (13 a 15 anos) e o AlfaMangue, voltado à alfabetização de crianças na idade entre 7 e 9 anos.

A agenda inclui excursões para visita a outras cidades, inclusive a capital, visando à troca de experiências e à abertura de novos horizontes. De igual modo, estudantes das maiores cidades chegam às comunidades e conhecem um novo mundo por meio da iniciativa Escola Vai ao Mangue. “É essencial envolver as novas gerações no debate sobre desenvolvimento sustentável”, afirma Gomes. Há, ainda, o trabalho psicossocial junto aos estudantes e suas famílias, com encaminhamento para redes de apoio nos municípios atendidos pelo Mangues da Amazônia.

Sobre o Projeto Mangues da Amazônia | O Mangues da Amazônia é um projeto socioambiental com foco na recuperação e conservação de manguezais em Reservas Extrativistas Marinhas do estado do Pará. É realizado pelo Instituto Peabiru, Associação Sarambuí e Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e conta com patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Com início em 2021 e duração de dois anos, o projeto foi renovado por mais 3 anos e atua na recuperação de espécies-chave dos manguezais, educação ambiental e ações socioculturais.

Sobre a Associação Sarambuí | A Associação Sarambuí é uma Organização da Sociedade Civil (OSC) com sede em Bragança – Pará, constituída em 2015, cuja missão é promover a geração de conhecimento de maneira participativa, em prol da conservação e sustentabilidade dos recursos estuarino-costeiros. Nossas ações são direcionadas ao ecossistema manguezal, ao longo da costa amazônica brasileira, em particular no litoral do Estado do Pará. É uma das organizações realizadoras do projeto Mangues da Amazônia.

Sobre o Instituto Peabiru | O Instituto Peabiru é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) brasileira fundada em 1998 que tem por missão facilitar processos de fortalecimento da organização social e da valorização da sociobiodiversidade. Com sede em Belém, atua nacionalmente, especialmente no bioma Amazônia, com ênfase no Marajó, Nordeste Paraense e na Região Metropolitana de Belém (PA). É uma das organizações realizadoras do projeto Mangues da Amazônia.

(Fonte: Com Hedylaine Boscolo/Arco W Comunicação e Design)

Dia do Idoso: invisibilidade de pessoas LGBTQIA+ ganha contornos ainda maiores na terceira idade

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Getty Images/Unsplash.

No dia 1º de outubro é comemorado o Dia do Idoso e dentro desse grupo, que já enfrenta algumas dificuldades por conta do estigma associado ao envelhecimento, ainda existe uma parcela dessas pessoas que também enfrentam a dupla marginalização devido ao preconceito por sua orientação sexual ou identidade de gênero. “A população LGBTQIA+ mais velha tem um histórico de resistência e luta por direitos. Muitas dessas pessoas foram pioneiras em movimentos sociais e ativismos, enfrentando a opressão e contribuindo para a conquista de direitos que temos hoje. No entanto, ao envelhecerem, muitas se encontram em ambientes que não reconhecem suas identidades ou necessidades específicas, resultando na falta de apoio adequado”, explica Amara Moira, coordenadora de Educação, Exposições e Programação Cultural do Museu da Diversidade Sexual.

Ainda existe um estranhamento da sociedade com pessoas LGBTQIA+ idosas. Um exemplo marcante ocorreu em 2015, quando a TV Globo exibiu a novela ‘Babilônia’, que apresentava um casal de senhoras lésbicas octogenárias, interpretadas por Nathalia Timberg e Fernanda Montenegro. Após a exibição de um beijo entre as personagens no terceiro capítulo, a audiência registrou uma queda significativa. Matérias da época relataram que a emissora decidiu cortar cenas de beijo após fazer pesquisas junto a telespectadores, que revelaram que, embora aprovassem as personagens, preferiam não ver cenas de beijo entre elas.

Nesse contexto social, espaços como o Museu da Diversidade Sexual são importantes para o acolhimento e também preservação da memória da cultura LGBTQIA+. A exposição ‘Pajubá: a hora e vez do close’ traz o documentário ‘LGBT+60: corpos que resistem’, obra audiovisual que documenta as vivências e experiências da população LGBTQIA+ na terceira idade. Além de exposições, o museu tem ações especiais como a Terapia Comunitária Integrativa, encontros organizados para que pessoas diversas possam ter um espaço de acolhimento e escuta ativa. Assim, os participantes podem transformar um grupo impessoal em uma comunidade solidária que legitima sua história e reconhece os valores de sua cultura. O encontro é aberto para todas as idades e, em outubro está marcado para o dia 19 às 14h.

O medo de não envelhecer ou de envelhecer sozinho

A preocupação da população LGBTQIA+ com a velhice começa muito cedo, pois existe um receio de sequer conseguir alcançá-la. A expectativa de vida de alguns membros da comunidade não é nada animadora. Em 2023, o Brasil foi eleito pelo 14° ano consecutivo como o país com mais homicídios de pessoas transexuais, de acordo com o relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). A associação também estima que a expectativa de vida de uma pessoa trans é de apenas 35 anos.

Como parte da comunidade ainda enfrenta a resistência de aceitação e respeito da família, existe também o medo de envelhecer sozinho carecendo de cuidados. Outros receios como discriminação em serviços de saúde, falta de reconhecimento da identidade de gênero ou da orientação sexual, precariedade financeira e desconexão da comunidade LGBTQIA+ também existem. “Embora a velhice possa trazer algumas limitações, é importante fazer um esforço para frequentar espaços que ainda nos representam, conectar-se com nossos semelhantes e cultivar um sentimento de pertencimento. O Museu da Diversidade tem como objetivo não apenas preservar a história da comunidade LGBTQIA+, mas também criar conexões genuínas e servir como uma rede de apoio para todas as gerações, valorizando, também, a diversidade entre os mais velhos. Pois sem eles, talvez nem estivéssemos onde estamos”, conclui Amara.

Sobre o Museu da Diversidade Sexual | O Museu da Diversidade Sexual de São Paulo é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas destinada à memória, arte, cultura, acolhimento, valorização da vida, agenciamento e desenvolvimento de pesquisas envolvendo a comunidade LGBTQIA+ contemplando a diversidade de siglas que constroem hoje o MDS e seu reconhecimento pela sociedade brasileira. Trata-se de um museu que nasce e vive a partir do diálogo com movimentos sociais LGBTQIA+, se propõe a discutir a diversidade sexual e de gênero e tem, em sua trajetória, a luta pela dignidade humana e promoção por direitos, atuando como um aparelho cultural para fins de transformação social.

(Fonte: Com Mariana Mimoso/Pine PR)

Demônios da Garoa & Toquinho estrelam Série Encontros Históricos na Sala São Paulo neste sábado (5)

São Paulo, por Kleber Patricio

Demônios da Garoa. Foto: Divulgação.

Em 2024, a Sala São Paulo traz para seu palco mais uma temporada da popular série Encontros Históricos. Após quatro edições recebendo grandes nomes da nossa música popular acompanhados da Brasil Jazz Sinfônica, entre 2020 e 2023, a atual safra de concertos conta com novidades: formado por 20 músicos brasileiros, o grupo instrumental São Paulo Big Band é agora o residente do projeto. E a quinta data deste ano terá como convidados o tradicional grupo Demônios da Garoa ao lado do cantor e compositor Toquinho, no próximo sábado (5/out), às 21h – ainda há duas performances até o fim do ano; saiba mais sobre elas no site oficial.

Toquinho. Foto: Marcos Hermes.

A edição de 2024 teve início dia 13/abr com Fernanda Abreu e Paula Lima cantando sucessos da Rainha do Rock Rita Lee (1947–2023). Os cariocas Xande de Pilares e Wilson Simoninha, por sua vez, foram os convidados em maio. O catarinense Vitor Kley e a mineira Roberta Campos foram as atrações do terceiro encontro, em junho. Os instrumentistas, compositores e cantores Di Ferrero (da banda NX Zero) e Edgard Scandurra (do grupo Ira!) estrelaram o projeto em agosto e Sandra Sá e Izzy Gordon fizeram um espetáculo muito divertido em setembro. Em outubro, será a vez de grandes representantes do samba e da bossa nova: o lendário conjunto Demônios da Garoa e o cantor e compositor Toquinho. Os ingressos já estão esgotados, mas todos os concertos da série têm transmissão ao vivo no canal oficial da Sala São Paulo no YouTube.

Foram inúmeros os momentos marcantes nesses quatro anos de projeto, como os duetos entre Erasmo Carlos & Roberta Sá, Ivan Lins & MP4, João Donato & Marcos Valle, Paulinho da Viola & Família, Alcione & Martinho da Vila, Daniela Mercury & Maria Gadú, Gilberto Gil & Aldo Brizzi, Céu & Vanessa da Mata, Tulipa Ruiz & Liniker e Simone & Zé Ibarra, entre outras performances inesquecíveis no palco da Sala. “Em 2024, na quinta edição dos Encontros Históricos na Sala São Paulo, seguimos recebendo grandes ícones da MPB no palco da Sala São Paulo. Como novidade, temos a alegria de dar as boas-vindas à São Paulo Big Band, que acompanhará os artistas convidados. Um grupo instrumental criado em 2021 e que tem despontado no cenário brasileiro. Com isso, promoveremos uma nova experiência artística ao público”, afirma Marcelo Lopes, diretor executivo da Fundação Osesp, instituição idealizadora do projeto e responsável pela gestão da Sala São Paulo.

Sobre a São Paulo Big Band

São Paulo Big Band. Foto: Íris Zanetti.

A São Paulo Big Band une o instrumental refinado do universo das big bands à música popular brasileira e latino-americana. Com arranjos exclusivos que abrangem Bossa Nova, samba, choro, frevo e vários outros ritmos brasileiros, a banda oferece uma interpretação contemporânea de melodias intemporais. Criado em 2021, o conjunto solidificou rapidamente sua posição como uma das principais big bands do país. É composto por 20 membros permanentes, com uma formação dinâmica que inclui cinco saxofones, quatro trombones, quatro trompetes, bateria, guitarra, contrabaixo, percussão e piano. Já foi atração principal em inúmeros festivais prestigiados e se apresentaram em espaços culturais de renome em todo o Brasil proporcionando performances eletrizantes como uma big band independente, ao lado de orquestras sinfônicas e colaborando com convidados como Daniela Mercury, João Bosco, Paula Lima, Simoninha, Ana Cañas, Vanessa Moreno, Toquinho, Ed Motta e Carlinhos Brown. Em 2024 faz sua estreia no projeto Encontros Históricos na Sala São Paulo, a convite da Fundação Osesp.

A quinta edição da série Encontros Históricos na Sala São Paulo tem o patrocínio de Itaú, Porto, B3, Volkswagen Financial Services e EMS Farmacêutica, copatrocínio de Cebrace, Vivo e Embraer, apoio de Mattos Filho, Bain & Company e AlmavivA do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e ProAC ICMS. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução.
PROGRAMA

ENCONTROS HISTÓRICOS: DEMÔNIOS DA GAROA & TOQUINHO
SP BIG BAND
DEMÔNIOS DA GAROA voz e instrumentos
TOQUINHO voz e violão
Chico BUARQUE | Feijoada Completa [arranjo de Jesse Sadok]
Jorge Ben JOR | Mas Que Nada [arranjo de Rafael Rocha]
PIXINGUINHA | Um a Zero [arranjo de Bruno Santos]
Chico BUARQUE, TOQUINHO e Vinícius de MORAES | Samba de Orly [arranjo de Welbert Dias]
Chico BUARQUE e TOQUINHO | Samba pra Vinícius [arranjo de Gustavo Villas Boas]
Jorge Ben JOR e TOQUINHO | Que Maravilha [arranjo de Débora Gurgel]
TOQUINHO
O Caderno [arranjo de Feldeman Oliveira]
Aquarela [arranjo de Welbert Dias]
Adoniran BARBOSA
Trem das Onze [arranjo de Rafael Rocha]
Saudosa Maloca [arranjo de Rafael Rocha]
Tiro ao Álvaro [arranjo de Gustavo Bugni] }
Samba do Arnesto [arranjo de Débora Gurgel]
Expedito MACHADO | A Grande Família [arranjo de Rafael Rocha]
TOQUINHO, Marília MEDALHA e Vinícius de MORAES | Tarde em Itapuã [arranjo de Rafael Rocha]
TOQUINHO e Vinícius de MORAES | Regra Três [arranjo de Rafael Rocha].
Serviço:

5 de outubro, sábado, às 21h00 – Concerto Digital
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: de R$39,60 a R$210,00 (valores inteiros) – Esgotados
Bilheteria (INTI): neste link | (11) 3777-9721 (de segunda a sexta, das 12h às 18h)
Estacionamento: R$35,00 (noturno e sábado à tarde) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.

A Sala São Paulo é um equipamento do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, gerenciada pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.

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(Fonte: Com Fábio Rigobello/Osesp)