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‘Um Dia No Parque’ 2022 é oportunidade para estimular contato de crianças com a natureza

Curitiba, por Kleber Patricio

Foto: Instituto Alana.

As crianças moradoras de centros urbanos estão cada vez mais distantes do nosso primeiro lar, a natureza. Essa é uma conclusão do Instituto Alana, apoiador da ação Um Dia No Parque (UDNP) 2022 e que há quase 10 anos desenvolve pesquisas sobre os benefícios da vivência em ambientes naturais na primeira fase da vida.

“Incentivamos que crianças desde muito pequenas tenham contato diário com estes espaços”, afirma Maria Isabel Amando de Barros, pesquisadora do programa Criança e Natureza do Instituto. Bebel, como é conhecida, explica que é muito comum que as crianças urbanas cresçam “confinadas”. “Elas estão o tempo todo sendo monitoradas em casa, na escola, são sempre conduzidas por adultos em ambientes fechados. Já na natureza, elas se sentem livres”, aponta.

De cada 10 horas de vida de uma criança, nove elas passam em ambientes entre paredes, concreto e cimento, segundo pesquisa do Instituto Alana de 2021. O contato com a terra, o ar livre e outros elementos comuns às crianças moradoras de áreas rurais é escasso para aquelas que vivem nos centros urbanos, o que traz prejuízos físicos e cognitivos para a faixa etária de 0 a 12 anos que não convive com estes espaços.

Foto: Trilhas de Criança.

O contato com esses elementos é tão importante que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ministério da Educação tem como diretriz o “campo das experiências”, regulação que incentiva experiências fora do espaço da escola para apresentar aos pequenos as transformações da natureza e outros sons, cores e formas.

Segundo Bebel, na natureza as crianças têm outra noção de espaço e tempo, sendo este um lugar para explorar e criar suas próprias brincadeiras. “São nessas oportunidades que a gente se conhece, entende do que gosta e do que tem medo; são experiências muito ricas que influenciam o resto da vida como pessoas”, assegura.

Depois do período crítico da pandemia da Covid-19, o Um Dia No Parque volta em 2022 com atividades presenciais e com várias oportunidades de interação com a natureza brasileira. A ação convida as pessoas para visitarem Unidades de Conservação em todo o país em sua 5ª edição que, por dois anos, ocorreu com atividades híbridas.

Foto: Instituto Alana.

Organizado pela Coalizão Pró-UCs (Coalizão Pró Unidades de Conservação da Natureza), o UDNP 2022 ocorre dia 24 de julho e é uma oportunidade para crianças e pais descobrirem juntos UCs, parques, além das praças urbanas, perto de casa. “Nosso objetivo é levar cada vez mais as pessoas para as áreas protegidas e as crianças e famílias são um público especial para nós, já que este programa acaba se tornando algo constante nos planos para férias e lazer”, comenta Angela Kuczack, diretora-executiva da Rede Pró UC e coordenadora do UDNP.

Na trilha que leva ao Parque

O Brasil tem mais de 2.500 Unidades de Conservação, divididas entre as de Uso Sustentável, como as Reservas Extrativas, e as de Proteção Integral, como Parques. Todos os estados do país têm UCs, tanto federais, como estaduais e municipais, além das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, RPPNs, que são criadas por pessoas físicas ou jurídicas e são a única categoria particular do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o SNUC, lei que rege as áreas protegidas. O objetivo do UDNP é que as pessoas frequentem todas as categorias que permitem a visitação.

É o que faz a pedagoga Lesly Monrat. Sempre que pode, ela leva os filhos para as áreas naturais de Florianópolis (SC), onde mora, “desde que eles estavam na minha barriga”, conta. Segundo Monrat, “o Tales (10) é fascinado pela água, ele pode ficar horas brincando, observando o redemoinho dos rios. E a Agnes (6) é apaixonada pelas flores que encontra no caminho”.

Foto: Instituto Alana.

A família não só aproveita as áreas conservadas da região, como incentiva outros pais a fazerem o mesmo. Monrat criou o projeto Trilhas de Criança, em que grupos de pais e filhos se deliciam nas brincadeiras ao ar livre, de forma também livre. “Achamos que as crianças têm que ser protagonistas dessa interação. Elas criam as próprias brincadeiras e nós, pais, observamos e descobrimos coisas que jamais imaginamos sobre nossos filhos, como seu potencial de criatividade”.

Esta interação frequente e prazerosa é a proposta do Um Dia No Parque, que tem o slogan “De volta ao lar”. O evento estimula a ideia de pertencimento humano com a natureza. “Todo brasileiro vive perto de uma UC, mesmo sem saber, e é beneficiado por ela. O UDNP quer levar as pessoas para estas áreas e mostrar a mães e pais que elas podem ser espaços inclusivos, interessantes e convidativos para as crianças. Além disso, o mantra ‘conhecer para preservar’ é perfeito para o UDNP e os pequenos. Afinal, quanto mais a pessoa visita uma UC, mais ela gosta da área, compreende sua razão de existir, e passa a colaborar para seu fortalecimento”, aponta Joice Tolentino, gerente de relações institucionais do Instituto Semeia, organização que integra a Coalizão Pró-UCs e participa do evento desde 2018, primeiro ano da ação.

A cada ano de UDNP, o número de Unidades de Conservação (UCs) inscritas para receber o público só aumenta. Se em 2018, 65 UCs fizeram parte da ação, em 2021 mais de 350 áreas receberam visitantes para celebrar as UCs. A expectativa é que em 2022 ocorra o recorde de UCs inscritas.

Foto: Trilhas de Criança.

As crianças não vão sozinhas a estes locais, é preciso acompanhá-las. “Recomendamos uma rotina de um piquenique na praça ou parque perto de casa uma vez por semana, um parque na cidade de vez em quando, e uma ou duas vezes por ano optar por fazer uma viagem para um Parque Estadual ou Nacional. O benefício é da criança e da família inteira”, conclui Bebel, do Instituto Alana.

Como participar | Pela página do evento na internet, é possível descobrir qual é a Unidade de Conservação mais próxima da sua casa em todo o país, por meio de um mapa interativo e filtros. Também dá para ficar por dentro da programação de atividades nas redes sociais do Um Dia No Parque. Neste momento, Unidades de Conservação podem se inscrever para participar e propor atividade na maior mobilização pelas áreas protegidas do país pelo formulário neste link.

Sobre a Coalizão Pró-UCs | A Coalizão Pró-Unidades de Conservação é um grupo de instituições que se propõem a congregar empresas e organizações da sociedade civil comprometidas com a valorização e a defesa das Unidades de Conservação da Natureza. Integram a Coalizão: Rede Pró UC – Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, Fundação SOS Mata Atlântica, Conservação Internacional – CI Brasil, Fundação Grupo Boticário para a Conservação da Natureza, Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola, FUNBIO – Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, Instituto Semeia, WWF-Brasil, The Nature Conservancy – TNC Brasil, Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e a UICN-Brasil – União Internacional para a Conservação da Natureza.

(Fonte: DePropósito Comunicação de Causas)

Osesp lança novo álbum da série “A Música do Brasil – Choros nº 2”, de Camargo Guarnieri

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Mariana Garcia.

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp acaba de lançar mais um álbum da série “A Música do Brasil”, que faz parte do projeto “Brasil em Concerto”, uma realização do selo Naxos Brasil com o Departamento de Difusão Cultural do Ministério das Relações Exteriores.

O álbum “Choros nº 2/Flor de Tremembé” é o segundo volume da primeira gravação integral dos Choros do compositor paulista Mozart Camargo Guarnieri e reúne as peças da série escritas para clarinete, viola, violoncelo e piano. Como bônus, o álbum inclui “Flor de Tremembé”, composta nos anos 1940 para 15 solistas e percussão. Gravado na Sala São Paulo em 2019, o trabalho apresenta a Osesp regida por Roberto Tibiriçá e com participação dos solistas Ovanir Buosi (clarinete), Horácio Schaefer (viola) e Olga Kopylova (piano), integrantes da Orquestra, e de Matias de Oliveira Pinto (violoncelo), especialmente convidado para o projeto.

A seleção de obras oferece um rico panorama da criação de Camargo Guarnieri, que nasceu em Tietê, no interior de São Paulo, em 1907, e morreu na capital paulista em 1993, marcando seu nome como um dos mais influentes músicos brasileiros do século XX. O álbum “Choros nº 2/Flor de Tremembé pode ser encontrado em edição física na Loja Clássicos, que está localizada dentro da Sala São Paulo, e em edição digital disponível nas mais diversas plataformas de streaming.

Sobre a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp | Criada em 1954, é uma das mais importantes orquestras da América Latina e desde 1999 tem a Sala São Paulo como sede. O suíço Thierry Fischer é seu diretor musical e regente titular desde 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, pela norte-americana Marin Alsop, que agora é regente de honra. Em 2016, a Osesp esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê pela China. No mesmo ano, estreou projeto em parceria com o Carnegie Hall, com a Nona Sinfonia de Beethoven cantada ineditamente em português. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Grande Prêmio da Revista Concerto e o Prêmio da Música Brasileira.

Sobre a série A Música do Brasil | A série “A Música do Brasil” faz parte do projeto “Brasil em Concerto”, desenvolvido pelo Ministério das Relações Exteriores com o intuito de promover a música de compositores brasileiros criada a partir do século XVIII. Cerca de 100 trabalhos orquestrais dos séculos XIX e XX serão gravados pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp e as Filarmônicas de Minas Gerais e de Goiás. Álbuns de música coral e de câmara serão gradualmente adicionados à coleção. Os trabalhos foram selecionados de acordo com sua importância histórica para a música brasileira e a pré-existência de gravações. A maior parte das obras registradas para a série nunca esteve disponível em fonogramas fora do Brasil; muitas outras terão sua estreia mundial em álbuns. Uma parte importante do projeto é a preparação de novas ou primeiras edições dos trabalhos que serão gravados, muitos dos quais, apesar de sua relevância, só estavam disponíveis no manuscrito do compositor. Este trabalho é feito pela Academia Brasileira de Música e por musicólogos trabalhando em parceria com as orquestras.

[Texto de Paulo de Tarso Salles presente no encarte do álbum]

Camargo Guarnieri (1907-1993)

Choros • 2

Este é o segundo volume da primeira gravação integral dos Choros de Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993), com o “Choro para Clarinete e Orquestra” (1956), o “Choro para Viola e Orquestra” (1975), o “Choro para Violoncelo e Orquestra” (1961) e o “Choro para Piano e Orquestra” (1956).

Como o compositor explicou diversas vezes, o termo “choro” não evoca diretamente o gênero de música instrumental popular, surgido no Brasil e consolidado no final do século XIX. Guarnieri pretendeu que esse termo fosse uma espécie de expressão brasileira do gênero “concerto”, provavelmente referindo-se ao diálogo entre solista e orquestra em uma ambientação musical que, muitas vezes, sugere a paisagem sonora dos sertões, dos cerrados, das festas e folguedos que caracterizam o sentimento de “brasilidade”.

Os quatro Choros têm características formais em comum: todos são divididos em três movimentos – ou em três partes, como o “Choro para Clarinete”, estruturado em um único movimento tripartido. Grosso modo, os primeiros movimentos são mais “racionais”, com grande densidade cromática e ênfase no desenvolvimento motívico, onde as melodias germinam a partir de uma pequena célula musical, burilada em diversas cores e combinações instrumentais – essa, aliás, é uma das características de Guarnieri mais apreciadas por Mário de Andrade, seu mentor desde 1928, amizade e orientações iniciadas alguns anos depois que o então jovem músico veio morar em São Paulo (em 1923), deixando para trás sua cidade natal, Tietê.

Os segundos movimentos são introspectivos e sentimentais, batizados com expressões características como “calmo e triste” ou simplesmente “calmo” ou “lento e nostálgico” ou, ainda, “nostálgico”. Como os títulos deixam entrever, a delicadeza e nostalgia que emanam dessas peças lentas evocam estados de espírito que se manifestam especialmente quando ficamos algum tempo longe de casa, de nosso lugar no mundo. Talvez por isso, a estrutura psicológica dos choros de Guarnieri reserva uma grande “festa” para o movimento final, como se representasse um reencontro imaginário entre o artista e os sentimentos mais profundos de sua nacionalidade; os finales de Guarnieri invariavelmente evocam a gestualidade da dança, do baião, do maracatu, da embolada, pontuada pela marcação calorosa da percussão e mudanças métricas que dão aos intérpretes espaço para mostrar uma alegria que transcende as imensas dificuldades técnicas presentes nessas partituras.

Quanto ao estilo de cada um desses choros, pode-se dizer que as peças em que solam o clarinete, o piano e o violoncelo guardam alguns elementos em comum, notadamente com relação a sua estrutura harmônica e formal. São obras que a célebre pianista e uma das principais intérpretes guarnierianas, Laís de Souza Brasil (em um estudo sobre as obras para piano e orquestra organizado pelo musicólogo Flavio Silva no opulento volume “Camargo Guarnieri: o Tempo e a Música”, 2001), classificou como pertencentes ao “segundo estágio” criativo de Guarnieri, um período de maturidade iniciado em 1946, em que o compositor visitou todos os gêneros musicais, dominou a orquestra, expandiu sua técnica e firmou sua personalidade. Nessas obras vemos o convívio entre harmonias quartais e triádicas, que se esparramam em uma escrita contrapontística sempre elegante e inventiva. Em contraposição, o “Choro para Viola e Orquestra” se insere no universo entrevisto no “terceiro estágio” criativo iniciado pela “Seresta para Piano e Orquestra” (1965) e no “Choro para Flauta e Orquestra de Câmara” (1972), ambos registrados no primeiro volume desta coleção; nessa época, o compositor atinge uma expressão mais sublimada, deixando o fluxo de suas ideias ir além das convenções tonais – às vezes até com alusão ao método dodecafônico.

A outra pérola desse álbum, a saborosa “Flor de Tremembé” (1937), foi uma peça dedicada à segunda esposa de Guarnieri, Anita Queiroz de Almeida e Silva, nascida em Tremembé, na região do Vale do Paraíba, interior do estado de São Paulo. Essa obra tem muitas características encontradas no choro popular tradicional; seu tema inicial em Mi menor, tocado pelo fagote com apoio de reco-reco e chocalho, evoca a um só tempo duas obras icônicas do grande Villa-Lobos: a harmonia inicial do singelo “Choros nº 1 para violão e o solo de contrafagote com marcação rítmica de caracaxá”, que abre o grandioso “Choros nº 8”. A partitura de “Flor de Tremembé” consiste em um conjunto inusitado de 15 instrumentos solistas: flauta, clarinete, fagote, sax barítono, trompa, trompete, trombone, cavaquinho, harpa, piano, violino I, violino II, viola, violoncelo e piano; a percussão inclui quatro instrumentos: chocalho, reco-reco, agogô e cuíca. Essa peça pertence ao “primeiro estágio” criativo de Guarnieri, e foi escrita um pouco antes de sua primeira viagem a Paris em 1938.

Paulo de Tarso Salles

Professor de Teoria Musical na USP, Coordenador do Simpósio Villa-Lobos (USP) e editor da Revista Música (USP). Autor de “Aberturas e Impasses: o Pós-Moderno na Música e seus Reflexos no Brasil – 1970-1980” (ed. Unesp, 2005), “Villa-Lobos: Processos Composicionais” (ed. Unicamp, 2009) e “Os Quartetos de Cordas de Villa-Lobos: Forma e Função” (Edusp, 2018).

A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.

(Fonte: Fundação Osesp)

Os Titãs apresentam seu rock em Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: Silmara Ciuffa.

Com um “repertório de qualidade inesgotável”, como apontam os críticos, a apresentação dos Titãs em Indaiatuba reúne criações seminais dos quase 40 anos de carreira, incluindo alguns singles da ópera rock “Doze Flores Amarelas”, como “A Festa”, “Me Estuprem”, “Canção da Vingança”, “Doze Flores Amarelas” e “É Você”. O repertório ainda conta com os grandes sucessos do grupo paulistano, como “Epitáfio”, “Flores”, “Sonífera Ilha”, “Pra Dizer Adeus” e muitos outros. O evento acontecerá no dia 28 de maio (sábado), às 21h, no salão social do Indaiatuba Clube.

Sérgio Britto e Tony Bellotto, acompanhados por Beto Lee na guitarra, Mário Fabre na bateria e o baixista Caio Góes Neves, prometem muito rock.

Como um organismo coletivo que suplanta as individualidades que o compõem, os Titãs seguem determinados, impulsionados por inquietação e ambição artística e orgulho das glórias conquistadas.

Sérgio Britto – Voz, teclado e baixo

Tony Bellotto – Guitarra

Mario Fabre – Bateria

Beto Lee – Guitarra

Caio Góes Neves – Baixista

Serviço:

Data: 28 de maio (sábado)

Horário do show: 21h

Local: Indaiatuba Clube

Endereço: Rua Dr. Oswaldo Cruz, 40 – Jardim Rossignatti, Indaiatuba – SP

Canal oficial de venda online: Quero 2 Ingressos – https://quero2ingressos.com.br/Home/WebsiteTickets?eventId=11354.

(Fonte: Assessoria de Imprensa | Titãs)

Reconhecida como patrimônio imaterial do Japão, arte do trançado japonês com seda é tema de mostra na Japan House São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Yasuhide Kuge.

Entre 24 de maio e 28 de agosto, a Japan House São Paulo apresenta a exposição gratuita “Kumihimo – a arte do trançado japonês com seda, por Domyo”. Inédita no Brasil, a mostra é apresentada Domyo, empresa familiar tradicional sediada em Tóquio, que há mais de dez gerações produz artesanalmente cordões de seda feitos à mão por artesãos que trabalham exclusivamente para a companhia. Na exposição, o visitante poderá conhecer a evolução histórica do kumihimo no Japão e entender sobre a construção dos trançados, além de explorar possibilidades futuras para seu uso – tudo isso a partir de três grandes instalações, mais de 30 reproduções de peças de kumihimo históricos, ferramentas utilizadas pelos artesãos e vídeos que contam com recursos de acessibilidade. A exposição faz parte do projeto de itinerância global da Japan House, com passagem por Los Angeles, agora em São Paulo e, na sequência, Londres.

Em japonês, kumihimo significa “cordas trançadas”. O termo é utilizado para se referir a amarrações de três ou mais feixes de fios de seda formando cordões a partir da sobreposição diagonal desses fios de maneira regular e uniforme. Os resultados podem ser trançados simples, feitos com três feixes (conhecidos como “trança francesa”) ou mais complexos, chegando a conter mais de 140 feixes de fios. No Japão, o kumihimo foi utilizado ao longo dos séculos para diversas funções, como acessórios para vestimentas e ornamentos para armas e armaduras, apresentando uma evolução única. Um dos tipos mais conhecidos pelos japoneses é o utilizado no obijime – o cordão que se amarra por cima da faixa de um quimono tradicional.

Dividida em três momentos – História, Estrutura e Futuro –, a exposição ocupa todo o segundo andar da Japan House São Paulo, inclusive uma nova sala com 100 m² que será incorporada a este piso a partir desta exposição. Na parte histórica, o foco são as origens e evoluções da técnica por meio dos séculos. Já os suportes usados na produção dos cordões, chamados de marudai (utilizado para produzir cordões quadrados) e takadai (suporte alto que permite trançados planos), são apresentados ao público na seção Estrutura, que também exibe as ferramentas usadas nos processos de tingimento, preparação dos fios e produção dos cordões. Por último, os visitantes podem conferir as mais recentes estruturas de trançado desenvolvidas pela Domyo, além de peças criadas em colaboração com especialistas de áreas como indústria têxtil e ciência matemática, que apresentam possibilidades de aplicações futuras para a técnica.

O kumihimo se destaca tanto pela resistência quanto pela elasticidade, determinadas pelos métodos de trançado e amarração, além da variação nos ângulos de orientação das fibras; por isso, é possível encontrar estruturas de tubos de carbono semelhantes ao kumihimo em uma série de aplicações industriais, desde tacos de golfe e aeronaves até próteses ortopédicas. Exclusivamente para esta exposição, foi criado um modelo baseado em topologia geométrica em parceria com o Tachi Lab da Universidade de Tóquio. O modelo apresentado é resultado da atividade deste laboratório, onde pesquisadores criam estruturas utilizáveis e materiais celulares com propriedades únicas baseados na geometria do origami, nos sistemas com articulações, na geometria diferencial e assim por diante. Por meio deste trabalho, buscam entender a natureza da forma e da função, por meio da observação e, também, da criação de vários fenômenos. Essa colaboração amplia matematicamente o potencial oferecido pelo kumihimo de criar padrões gráficos, estruturas tridimensionais e sistemas funcionais.

Cerâmicas datadas do início do período Jōmon (entre 5 mil e 6 mil anos atrás) já apresentavam padrões decorativos de uma forma primitiva de kumihimo impresso, mas os maiores avanços do kumihimo no Japão ocorreram a partir do período Asuka (592-710). Sua tradição permeia desde ornamentos para armas e armaduras, quimonos e vestimentas para cerimônias, elementos decorativos para santuários e outros objetos religiosos, bem como nas artes cênicas. Hoje, a técnica também vem sendo incorporada à moda contemporânea, como nas criações do estilista japonês Akira Hasegawa (1989). “Eu trabalho para transmitir, hoje, emoções de cem anos atrás. Sou movido pela beleza estrutural e pela sensação de aconchego encontrada em roupas antigas”, comenta Hasegawa.

“Para nós é muito importante poder colocar o público brasileiro em contato com esse bem cultural tão significativo do Japão e apresentar a experiência e os conhecimentos adquiridos pela empresa Domyo desde 1652. Exposições como esta reforçam a missão da Japan House São Paulo de apresentar o Japão de hoje com práticas que podem se perpetuar por séculos. E reiteram nossa aproximação com base também em trançados simbólicos”, comenta Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da Japan House São Paulo.

Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Kumihimo – A arte do trançado japonês com seda, por Domyo” ainda conta com recursos de audiodescrição, libras e bancada com elementos táteis.

Sobre a Domyo

A instituição Yusoku Kumihimo Domyo, foi fundada em 1652 na cidade de Edo (a Tóquio da Era Moderna) e até hoje mantém uma loja na região de Ikenohata, no bairro de Ueno. Durante o período Edo, a casa Domyo comercializava cordões, produzidos principalmente para bainhas e empunhaduras de espadas. A partir do período Meiji (1868-1912), ela começou a vender obijime para se amarrar sobre as faixas de quimonos, bem como haorihimo, um cordão utilizado para amarrar a parte frontal do haori, espécie de jaqueta formal utilizada com quimono e que é aberta na parte da frente. Até hoje todos os produtos da casa são tingidos a mão e trançados por artesãos e artesãs que trabalham exclusivamente para a Domyo. Outro aspecto importante do trabalho da instituição é a pesquisa, a restauração e reprodução do kumihimo histórico, por encomenda tanto do Escritório da Casa do Tesouro Shōsōin da Agência da Casa Imperial, quanto de vários templos, santuários e museus de todo o Japão. Tais atividades produziram uma rica variedade de técnicas e conhecimentos, úteis para fins de pesquisa acadêmica, preservação, disseminação e progresso dessa tecnologia.

Serviço:

Exposição “Kumihimo – A arte do trançado japonês com seda, por Domyo”

Organização: Yusoku Kumihimo Domyo (Kiichiro Domyo), Mari Hashimoto

Período: de 24 de maio a 28 de agosto de 2022

Local: Japan House São Paulo – Avenida Paulista, 52 (2º andar) – São Paulo, SP

Horários: terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, das 9h às 19h; domingos e feriados, das 9h às 18h.

Entrada gratuita. Reserva antecipada (opcional): https://agendamento.japanhousesp.com.br/.

A exposição conta com recursos de acessibilidade (Libras, Audiodescrição, elementos táteis).

Sobre a Japan House São Paulo (JHSP)

A Japan House é uma iniciativa internacional com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. Desde 2017, a instituição promoveu mais de trinta exposições e cerca de mil eventos em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte, para os quais recebeu mais de dois milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações e pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard – certificação de excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia de Covid-19.

Confira as mídias sociais da Japan House São Paulo:

Site: https://www.japanhousesp.com.br

Instagram: https://www.instagram.com/japanhousesp

Twitter: https://www.twitter.com/japanhousesp

YouTube: https://www.youtube.com/japanhousesp

Facebook: https://www.facebook.com/japanhousesp

LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/japanhousesp.

(Fonte: Suporte Comunicação)

Camerata de Indaiatuba apresenta concerto com Orquestra Jovem no Maio Musical

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

A Associação Camerata Filarmônica de Indaiatuba, por ocasião do Maio Musical, realizará o concerto gratuito “Camerata à Brasileira” com a Camerata Filarmônica Jovem de Indaiatuba, no próximo dia 24, às 20h, no Ciaei.

O repertório será de música brasileira, com obras originais escritas para orquestra de cordas ou especialmente arranjadas, peças que celebram ritmos brasileiros diversos e as várias vertentes de nossa cultura musical de concerto. A maestrina Natália Larangeira é a responsável pela Direção Artística.

É recomendável chegar ao local do evento com antecedência para retirada dos ingressos.

Serviço:

Concerto “Camerata à Brasileira”

Camerata Filarmônica Jovem de Indaiatuba

Direção Artística: Natália Larangeira

Regentes: Alexandre Cruz e Fernando Cardoso

Data: 24 de maio de 2022 (terça-feira)

Horário: 20h00

Local: Ciaei – Av. Eng. Fábio Roberto Barnabé, 3665 – Indaiatuba (SP)

(Fonte: Alfapress Comunicação)