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CCBB RJ apresenta mostra ‘Portinari Raros’

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Portinari – “Fauna e Flora Brasileiras”, 1934 – painel a óleo sobre madeira. Crédito: Projeto Portinari.

No dia 29 de junho, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro inaugura a exposição “Portinari Raros”, com cerca de 50 obras pouco vistas ou nunca antes expostas de Candido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros de todos os tempos. Com curadoria de Marcello Dantas, a mostra apresenta a enorme diversidade da obra deste grande artista múltiplo, que explorou diversas linguagens, revelando uma faceta pouco conhecida de um dos nossos mais reconhecidos artistas.

Obras originais, raras, como a única cerâmica produzida pelo artista ao longo de toda a sua vida, estudos de dois cenários produzidos para o “Balé Iara”, da companhia Original Ballet Russe, e um dos estudos para o painel “Guerra”, da ONU, estarão na exposição, assim como pinturas e desenhos em diversas técnicas, e figurinos, mostrando um artista eclético, que se aventurou em diversas manifestações artísticas muito além de sua zona de conforto.

“Portinari é o maior pintor da brasilidade; tem um papel chave no modernismo brasileiro e foi um artista bastante multidisciplinar no seu tempo, encontrou caminhos e linguagens, diversidade de estilos e possibilidades. Apesar de ser uma figura muito conhecida no Brasil, muita gente não tem noção da enorme diversidade de linguagens que ele explorou e é isso que a exposição mostrará”, afirma o curador Marcello Dantas.

Portinari – “A Morte Cavalgando”, 1955. Crédito: Projeto Portinari.

Ocupando o primeiro andar do CCBB RJ, a mostra será dividida em seis núcleos temáticos: “Fauna”, “Paisagens acidentais”, “Desenhos”, “Infância”, “Carajá”, “Balé” e “Flora”, que darão um amplo panorama das diversas facetas e linguagens exploradas por Portinari, revelando um artista eclético, pesquisador, capaz de se arriscar em outras formas de criatividade, como figurino, cenários, ilustrações e novas linguagens, trazendo à tona um Portinari invisível, ousado e pouco conhecido. “As obras vieram principalmente de coleções privadas, o que significa que várias nunca foram expostas ou estão há muitas décadas em casas de pessoas sem serem vistas pelo público. São trabalhos que circularam relativamente pouco e que vão surpreender muita gente”, ressalta o curador.

Completa a mostra a instalação digital “Carroussel Raisonnée”, que levará o público a uma viagem por todas as 4.932 obras catalogadas de Portinari. Os trabalhos serão apresentados em sequência cronológica, em uma projeção com mais de oito horas de duração, mostrando um panorama da enorme diversidade de estilos que é a produção do artista.

Obras em destaque

Portinari – “Meninos com balões”, 1951 – óleo sobre tela. Crédito: Projeto Portinari.

Entre os destaques da exposição estão as pinturas em óleo sobre tela “Meninos com Balões” (1951) e “Jangada e Carcaça” (1940), assim como o painel em óleo sobre madeira “Flora e Fauna Brasileiras” (1934), que tem 1,60m de comprimento, e “Menino Soltando Pipa” (1958), a única cerâmica feita por Portinari ao longo de sua vida.

Também se destacam “Paisagem com Urubus” (1944), projeto para cenário do “Balé Iara”, o primeiro balé brasileiro a entrar no circuito internacional. Com a Segunda Guerra Mundial, o Original Ballet Russe passou a excursionar pelas Américas e procurou enriquecer seu repertório incorporando concepções arrojadas e modernistas de importantes artistas locais. Desta forma, o argumento foi encomendado ao poeta Guilherme de Almeida; a música, ao maestro Francisco Mignone e os cenários e figurinos, a Portinari. Além do projeto para cenário em óleo sobre cartão, os figurinos criados por Portinari também estarão na mostra em uma animação digital.

A obra “A Morte Cavalgando” (1955) também ganha destaque por ser o estudo realizado para o painel “Guerra”, instalado na entrada da Assembleia Geral da ONU, em 1956.

Portinari – “Marinha”, 1953 – óleo sobre tela. Crédito: Projeto Portinari.

A obra “O Cemitério” (1955), em óleo sobre papel, presente na mostra, é a nona ilustração do livro “A selva”, de Ferreira de Castro, publicação comemorativa dos 25 anos da primeira edição da obra, ilustrada com doze gravuras de Portinari, executadas na Casa Bertrand.

A pintura “Marinha” (1953), em óleo sobre tela, se destaca por suas cores e luminosidade. Como afirmou Luís Carlos Prestes, “As cores do Portinari impressionam, são especificamente brasileiras. No Brasil, a luminosidade é muito diferente de qualquer outro lugar. E ele sabia dar essa luminosidade. E a vegetação verde, o mar azul e aquela listra branca, de areia branca. Não conheço outros pintores latino-americanos que tenham feito coisa parecida”.

A pintura “Tempestade” (1943), em óleo sobre tela, que foi uma encomenda de Assis Chateaubriand, também estará na exposição. Ao ver a obra, Chateaubriand quis adquiri-la, mas Portinari explicou que ela já estava reservada para um amigo, prometendo-lhe fazer outra semelhante.

Ambientação

Mais do que trazer obras raras, a ideia da exposição é mostrar um Portinari que o público não conhece. Para isso, toda a ambientação da exposição foi cuidadosamente pensada para que as pessoas sejam imersas no universo de Portinari e entendam de forma ampla quem foi este grande artista.

Portinari – “Menino Soltando Pipa”, 1958 – óleo sobre cerâmica. Crédito: Projeto Portinari.

As paredes de duas salas da exposição serão compostas por desenhos do próprio Portinari, que deram origens às obras que estarão expostas naquele ambiente. “Com isso, será possível entender o seu processo de trabalho. As paredes estarão todas marcadas com os desenhos que depois vão se transformar em pinturas”, conta o curador Marcello Dantas.

No núcleo “Flora”, que mostra a série de pinturas que ele fez sobre flores, arranjos de verdade de flores secas, de espécies que inspiraram Portinari a pintar as obras, irão compor as paredes.

Sobre o curador

Marcello Dantas é um premiado curador interdisciplinar com ampla atividade no Brasil e no exterior. Trabalha na fronteira entre a arte e a tecnologia, produzindo exposições, museus e múltiplos projetos que buscam proporcionar experiências de imersão por meio dos sentidos e da percepção. Nos últimos anos esteve por trás da concepção de diversos museus, como o Museu da Língua Portuguesa e a Japan House, em São Paulo; Museu da Natureza, na Serra da Capivara, Piauí; Museu da Cidade de Manaus; Museu da Gente Sergipana, em Aracaju; Museu do Caribe e o Museu do Carnaval, em Barranquilla, Colômbia. Realizou exposições individuais de alguns dos mais importantes e influentes nomes da arte contemporânea como Ai Weiwei, Anish Kapoor, Bill Viola, Christian Boltanski, Jenny Holzer, Laurie Anderson, Michelangelo Pistoletto, Rebecca Horn e Tunga. Foi também diretor artístico do Pavilhão do Brasil na Expo Shanghai 2010, do Pavilhão do Brasil na Rio+20, da Estação Pelé, em Berlim, na Copa do Mundo de 2006. Atualmente, é responsável pela curadoria da próxima edição da Bienal do Mercosul que ocorre em 2022, em Porto Alegre, e é curador do SFER IK Museo em Tulum, México. Formado pela New York University, Marcello Dantas é membro do conselho de várias instituições internacionais e mentor de artes visuais do Art Institute of Chicago.

Sobre o Projeto Portinari

Fundado dentro da área científica da PUC- Rio, o Projeto Portinari tem como objetivos, além do resgate abrangente e minucioso da vida e da obra de Candido Portinari, gravar a obra do artista na busca da nossa identidade cultural e consolidação da nossa memória nacional. Não menos importante, mobilizar a grande mensagem pictórica, ética e humanista de Portinari na promoção de valores mais atuais do que nunca, como a não violência, a justiça social, fraternidade entre os povos e o respeito à dignidade da vida. O projeto tem, ainda, uma ampla e importante contribuição sociocultural, buscando uma melhor compreensão do processo histórico-cultural brasileiro.

Portinari – “Tempestade”, 1943 – óleo sobre tela. Crédito: Projeto Portinari.

Por meio de um intenso trabalho de pesquisa, organização e digitalização de imagens, o projeto já catalogou mais de 5.300 pinturas, desenhos e gravuras; mais de 25 mil documentos sobre sua obra e vida; mais de 6 mil cartas, além de fotografias, filmes, recortes; mais de 10 mil publicações; mais de 70 depoimentos, totalizando 130 horas gravadas, de artistas, intelectuais e personalidades de seu tempo, realizou pesquisa de autenticidade das obras (Projeto Pincelada), além da publicação do Catálogo Raisonné “Candido Portinari – Obra Completa”, primeira publicação dessa natureza na América Latina.

Sobre o CCBB

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro ocupa o histórico nº 66 da Rua Primeiro de Março, no centro da cidade, prédio de linhas neoclássicas que, no passado, esteve ligado às finanças e aos negócios.

No final da década de 1980, resgatando o valor simbólico e arquitetônico do prédio, o Banco do Brasil decidiu pela sua preservação ao transformá-lo em um centro cultural. O projeto de adaptação preservou o requinte das colunas, dos ornamentos, do mármore que sobe do foyer pelas escadarias e retrabalhou a cúpula sobre a rotunda.

Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil conta com mais de 30 anos de história e celebra mais de 50 milhões de visitas ao longo de sua jornada. O CCBB é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro e mantém uma programação plural, regular, acessível e de qualidade. Agente fomentador da arte e da cultura brasileira segue em compromisso permanente com a formação de plateias, incentivando o público a prestigiar o novo e promovendo, também, nomes da arte mundial.

Serviço:

Portinari Raros

Abertura: 29 de junho de 2022, às 9h

Exposição: até 12 de setembro de 2022

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro 

Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (21) 3808-2020

Funcionamento: segunda, quarta e sábado, das 9h às 21h. Domingo, das 9h às 20h;

fechado às terças-feiras

Classificação indicativa: livre

Entrada franca, com ingressos disponibilizados na bilheteria do CCBB RJ ou pelo site Eventim: bit.ly/ccbbrjeventim.

(Fonte: Midiarte Comunicação)

Cinemateca Brasileira apresenta mostra “Espetáculo Polêmica Cultura”

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Caio Brito | João Pedro Albuquerque.

A Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC) foi fundada em 1962 com o objetivo de articular apoio dos poderes públicos e da iniciativa privada para obter os recursos materiais necessários ao desenvolvimento dos trabalhos da Cinemateca Brasileira. No núcleo desta empreitada estavam Dante Ancona Lopez, publicitário e distribuidor de filmes, Florentino Llorente e Paulo Sá Pinto, exibidores, e Rudá de Andrade, conservador-adjunto da Cinemateca.

A ideia havia sido lançada em 1957 por Paulo Emílio após o primeiro incêndio na Cinemateca. Ao constatar a fragilidade da instituição e analisar as relações dela com as esferas políticas e sociais e o impacto da tragédia na opinião pública, concluiu: “Se todos se agruparem numa Sociedade de Amigos da Cinemateca Brasileira será evitado um colapso cuja consequência impediria por tempo indeterminado que o nosso país continue participando do mais importante fenômeno de aprofundamento da cultura democratizada no mundo moderno: a aproximação cultural do cinema”. (Paulo Emílio Sales Gomes – “A Cinemateca e os poderes”, 1957).

Frame de “A Paixão de Joana D’Arc”.
Foto: Sobol.

A SAC foi constituída oficialmente em 2 de julho de 1962. Seu primeiro presidente foi Dante Ancona Lopez, que também exerceu o cargo de diretor, juntamente com Florentino Llorente, João Guilherme de Oliveira Costa e Rui Nogueira Martins. Rudá de Andrade era responsável pela orientação técnica e Jean-Claude Bernardet coordenava as publicações, enquanto Alexandre Wollner orientava a identidade gráfica. A proposta de Dante Ancona Lopez era oferecer filmes de arte “que geram polêmica, que possuem um valor estético e apresentam um testemunho político-social”. Daí o slogan ‘Espetáculo Polêmica Cultura’, que reforçava o perfil da sala como um espaço de estímulo mais amplo à cultura cinematográfica. A partir da inauguração do Cine Coral, Dante criou o conceito de cinema de arte em São Paulo.

Para celebrar os 60 anos da fundação da SAC, a Cinemateca Brasileira organizou uma mostra dividida em três blocos, reproduzindo a prática de programação da época. Ao longo do evento, os familiares de Dante Ancona Lopez farão a doação do acervo do empresário à instituição.

Programação 1: Grandes Estreias Nacionais | Muitos dos grandes nomes do cinema brasileiro exibiram seus filmes pela primeira vez em uma das salas administradas pela SAC. A Mostra SAC vai apresentar clássicos do nosso cinema, entre os quais, “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, “Garrincha, Alegria do Povo”, de Joaquim Pedro de Andrade, e “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, de Roberto Santos.

Programação 2: Grandes Estreias Internacionais | Dante Ancona Lopez trouxe filmes raríssimos de diversos países para as salas da SAC, ajudando a formar o público cinéfilo de São Paulo. A mostra contará com sessões dos espetaculares “Faraó”, de Jerzy Kawalerowicz, “O Momento da Verdade”, de Francesco Rosi, dos polêmicos “A Passageira”, de Andrzej Munk e Witold Lesiewicz, “Os Subversivos”, dos irmãos Taviani e do raro “O Crime da Aldeia Velha”, de Manuel Guimarães, além de “Um Cão Andaluz” e “O Anjo Exterminador”, de Luis Buñuel, “Mickey One”, de Arthur Penn, e “Cinzas e Diamantes”, de Andrzej Wajda, entre outros.

Programação 3: Filmes exibidos nas inaugurações das salas | Os cinemas e auditórios programados pela SAC desde 1962 sempre foram reconhecidos como singulares centros de formação cultural. Gerações de artistas, intelectuais e cinéfilos frequentaram esses espaços e puderam conhecer e ‘tomar gosto” pelos filmes de arte e, ao mesmo tempo, reconhecer a importância da Cinemateca Brasileira e de seu acervo-repertório na formação de uma sólida cultura cinematográfica. A Mostra SAC traz todos os filmes que foram exibidos na abertura de cada uma das salas programadas pela organização.

Frame de “Cão Andaluz”. (Divulgação)

Cine Coral – Projetado pelo arquiteto Túlio Ficarelli, o cinema foi inaugurado em 1958, na Rua Sete de Abril 381, com a exibição do filme “Esses Maridos”, de Luigi Comencini.

Cine Picolino – Inaugurado em 1955, a sala localizada na Rua Augusta 1513 (ao lado do prédio ocupado hoje pelo Espaço Itaú de Cinema), era propriedade da empresa Rilo de Cinemas e Hoteis S.A. e também integrava o circuito da Cia. Serrador. A partir de março de 1965, a Serrador e a SAC passaram a programar as atividades do Picolino. Para a inauguração dessa nova fase, foi lançado o filme italiano “Os Amantes de Florença”, de Carlo Lizzani, com Marcelo Mastroianni no elenco. O evento mereceu um elogioso artigo de Glauber Rocha no Diário Carioca.

Cine Scala – O Scala, localizado na Rua Aurora 720, Santa Ifigênia, foi inaugurado em 1962 com uma sessão de “Ópera dos Pobres”, de George W. Pabst. No ano seguinte, um incêndio destruiu suas instalações. A partir de 1965, já recuperado, passou a integrar o circuito de cinemas de arte da Cia. Serrador, acolhendo as programações da SAC, em paralelo às atividades do Cine Picolino.

Frame de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. (Divulgação)

Auditório do Museu de Arte de São Paulo – No final de 1962, a SAC passou a promover atividades no auditório do MASP. No início de 1963, foram feitas reformas nas instalações e adequação das cabines de projeção. Em março, na solenidade que marcou o início das atividades da SAC no Museu, foi apresentado o filme “Harakiri”, de Masaki Kobayashi, que um mês depois seria exibido em Cannes como representante oficial do Japão.

Belas Artes – Em 14 de julho de 1967, foi inaugurado o Cine Belas Artes, com a exibição da comédia “Os russos estão chegando! Os russos estão chegando!”, dirigido por Norman Jewison, indicado a quatro categorias do Oscar e ganhador do Globo de Ouro de melhor comédia. A pretensão inicial era exibir um filme de autor, mas a Serrador preferiu obra mais comercial para a inauguração. Além de programações comerciais e das sessões especiais transferidas do Picolino, o Belas Artes acolheu outras manifestações artísticas (apresentações musicais, peças teatrais e exposições), buscando se tornar um “verdadeiro centro de cultura”. O lema ‘Espetáculo Polêmica Cultura’ foi incorporado à marca do novo cinema.

Sala Cinemateca – Por oito anos, a Sala Cinemateca ocupou o espaço do antigo Cine Fiametta, na Rua Fradique Coutinho (atual Cinesala). Em sua inauguração, foi exibida a versão restaurada de “A paixão de Joana D’Arc”, de Carl Theodor Dreyer, mesma obra projetada à época da inauguração da Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo (embrião da Cinemateca Brasileira). O filme integrava o ciclo inaugural da sala, intitulado ‘Cinemateca 40 anos’, composto por obras expressivas do acervo da instituição.

Mostra “Espetáculo Polêmica Cultura”

Cinemateca Brasileira | Sala Grande Otelo (210 lugares + 4 assentos para cadeirantes)

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana – São Paulo (SP)

Ingressos gratuitos e distribuídos uma hora antes de cada sessão.

Cinemateca Brasileira

A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962 e que recentemente foi qualificada como Organização Social.

O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.

Site

Instagram: @cinemateca.brasileira

Facebook: cinematecabr

Twitter: cinematecabr

Spotify: acesse aqui.

(Fonte: Trombone Comunica)

Menos de um quinto dos pacientes recebe cuidado adequado para a hipertensão, mostra pesquisa

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Raquel Portugal/Fiocruz Imagens.

Enquanto a desigualdade social cresce no Brasil, o cuidado adequado da hipertensão decai: em 2019, apenas 18,8% das pessoas obtiveram orientações de excelência para lidar com a doença, enquanto seis anos antes a taxa, embora também ruim, era de 25,3%. Estes dados são de estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) publicado na segunda (27), na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS).

Foram utilizadas informações das edições de 2013 e 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Os autores incluíram as respostas ao questionário de pessoas com 18 anos ou mais com o diagnóstico de hipertensão. Assim, foi considerado como cuidado adequado da doença se os pacientes ouviram algumas recomendações dos médicos e outros profissionais de saúde durante as consultas sobre: manter uma alimentação saudável, manter o peso adequado, ingerir menos sal, praticar atividade física, não fumar, não ingerir bebida alcoólica em excesso e fazer acompanhamento regular. A solicitação de exames – como de urina, sangue, eletrocardiograma e teste de esforço – também foi considerada como um indicador da adequação do cuidado.

Desigualdade social e hipertensão

Ao fazer os recortes sociais, os autores evidenciaram ainda mais a desigualdade. Concluíram que, quanto melhor a classificação econômica, melhor cuidado foi dispensado para quem tem hipertensão. Apenas 9% dos pacientes mais pobres da PNS de 2019 receberam cuidados adequados, enquanto entre os de classe social mais alta esse número sobe para 33%. A distribuição geográfica do recebimento de cuidados adequados, nos dois períodos, também foi analisada: Nordeste (20% em 2013 e 13,7% em 2019); Norte (22,5% e 17,4%); Sudeste (27,9% e 20,5%); Sul (22,5% e 19,7%) e Centro-Oeste (27,4% e 24,6%).

Elaine Tomasi, epidemiologista e uma das autoras do artigo, afirma que não há uma única causa que explique esses números. “Estamos falando do tempo pré-pandemia. Então, no macro, identificamos diversas possíveis causas, tais como: a Emenda Constitucional 95 que cortou importantes recursos para o Sistema Único de Saúde e a promulgação da nova versão da Política Nacional de Atenção Básica – responsável por mais de 70% dos atendimentos principalmente para a população mais vulnerável”, informa.

Além disso, ela acredita que o investimento na educação continuada e melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde podem aumentar a quantidade de pacientes com hipertensão que recebem cuidados adequados. “Se você fortalece o provimento dos profissionais de saúde, o benefício não é apenas para os hipertensos. Estende a todos os pacientes, com doenças crônicas e não crônicas”, recomenda Tomasi.

A pesquisa também analisou aspectos como raça, sexo, idade e se o atendimento foi realizado em serviços públicos ou privados de saúde. Indivíduos do quintil de melhor nível socioeconômico apresentaram prevalência de cuidado adequado 2,54 vezes maior em 2013 e 3,53 vezes maior em 2019, em relação aos de menor nível socioeconômico.

(Fonte: Agência Bori)

SESC Digital lança novo curso gratuito que tem a Sustentabilidade como tema

São Paulo, por Kleber Patricio

Thainá Duarte apresenta o curso Consumo, Resíduos e Sustentabilidade. Foto: Matheus José Maria.

No dia 27 de junho, o curso “Consumo, Resíduos e Sustentabilidade” passa a integrar o catálogo de atividades da plataforma EAD SESC Digital. Gratuito, com indicações de conteúdos complementares às aulas e elaborado pelas educadoras da Fubá Educação Ambiental, o curso tem como objetivos principais promover ações de gestão responsável dos resíduos sólidos em diferentes contextos e espaços, que podem ser públicos ou privados, individuais ou coletivos, e ajudar as pessoas que querem ter atitudes mais sustentáveis no seu cotidiano.

A partir do tripé da sustentabilidade – ambiental, social e econômica – e com apresentação da atriz Thainá Duarte, as aulas abordam conteúdos técnicos de maneira simples e prática, com exemplos inspiradores de projetos e grupos que realizam uma gestão adequada de resíduos.

O curso é destinado a educadoras e educadores, lideranças, gestores e gestoras em empresas ou outras instituições, líderes comunitários ou qualquer pessoa que queira promover a melhoria da gestão de resíduos em seu contexto de atuação. Além das videoaulas, são disponibilizados mini documentários que mostram os conceitos aplicados em situações reais e projetos pautados pela educação para a sustentabilidade. Também é oferecida uma apostila com guia de atividades práticas destinada a pessoas interessadas em replicar o curso com um grupo organizado e mobilizar as pessoas com relação a este tema.

A partir da provocação “O que é necessário para sermos mais sustentáveis?”, ‘Essa tal de sustentabilidade’ abre a sequência de aulas com a apresentação de conceitos de sustentabilidade e mostra que este é um modo possível e necessário de organização da sociedade. ‘Afinal, o lixo é um problema?’ analisa a cadeia de produção de materiais de uso cotidiano, os impactos socioambientais encontrados durante o processo de geração de resíduos e os benefícios de seu descarte e destinação responsável.

‘Repensar o consumo para reduzir os resíduos’ é o tema da terceira aula, que tem como objetivo entender a importância da redução do consumo para diminuir a quantidade de lixo destinada aos aterros sanitários, e questionar sobre como é possível adotar novos hábitos de compra em diferentes contextos. ‘Reutilizar materiais faz parte da solução’ é o tema da quarta aula, que propõe conhecer e analisar criticamente a etapa da reutilização provocando uma reflexão sobre o consumo e prolongamento da vida útil dos objetos.

Ao trazer questões do dia a dia das pessoas, ‘O que acontece com o material reciclável que eu separo?’ instiga o participante a entender e buscar qual é a melhor forma de lidar com os resíduos passíveis de reciclagem, que podem representar 70% dos resíduos sólidos domiciliares, se somados os recicláveis secos e os compostáveis.

‘Como podemos nos mobilizar?’ encerra o curso com um chamamento à ação, incentivando o participante a acreditar no seu potencial para a transformação do cenário em curso e para inspirar as pessoas ao seu redor. Para isso, serão expostos exemplos de pessoas e grupos que já estão mobilizados nesta causa, além de apresentar maneiras de colocar em prática o que foi aprendido.

Todo o material poderá ser acessado gratuitamente na plataforma EAD SESC Digital.

Sobre SESC Digital | Lançada em 2020, a plataforma de conteúdo SESC Digital visa transpor as ações do SESC São Paulo ao ambiente e à linguagem digitais, expandindo o alcance das suas práticas de ação e difusão cultural de forma substancial e diferenciada, fortalecendo seu compromisso com um processo educativo participativo, continuado e inclusivo. O SESC São Paulo trata com muita seriedade a privacidade de seus usuários e tem o compromisso de mantê-los informados em relação ao uso que é feito com os dados que são fornecidos.

Sobre Fubá Educação Ambiental | Startup socioambiental fundada em 2015 por quatro mulheres com doutorado na área da educação ambiental: Andréia Nasser Figueiredo, Ariane Di Tullio, Flávia Torreão Thiemann e Mayla Valenti. Especializada em criar experiências educativas inclusivas e transformadoras para contextos e públicos diversos, a equipe desenvolve oficinas, cursos, consultoria, materiais educativos físicos e digitais, inclusive visitas virtuais e aplicativos.

Sobre Thainá Duarte | Estreou no cinema no longa “Mundo Cão” (2016), de Marcos Jorge. Na TV, interpretou Anita em “Se eu fechar os olhos agora” (2019, Globoplay) e teve destaque nas duas temporadas de “Aruanas” (Globoplay). Thainá é conhecida por aplicar em cena suas vivências nos cursos, estando sempre aberta ao diálogo construtivo. Seu último trabalho, ainda sem data de estreia, é “Cangaço Novo” (Amazon). A atriz é criadora e idealizadora do “Estou aqui para contar”, projeto contra violência doméstica com o apoio de parceiros reconhecidos no assunto, como ONG Mulheres, Instituto Maria da Penha, Anistia Internacional e Plan International, organização da qual é embaixadora. Em 2019 esteve no Primeiro Fórum de Cidades Amazônicas, em Manaus, quando participou de conversas sobre desenvolvimento sustentável e a importância dos artistas na mudança socioambiental. Em maio/22 esteve com a Plan International visitando projetos no Maranhão.

Serviço:

EAD ‘Consumo, Resíduos e Sustentabilidade’

Conteúdo: 6 videoaulas de 15 minutos

Local: Plataforma EAD SESC Digital

Teaser aqui.

(Fonte: Agência Lema)

Sinfônica de Campinas apresenta raridades brasileiras em concerto no Castro Mendes

Campinas, por Kleber Patricio

O regente Emmanuele Baldini. Foto: divulgação.

A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) apresenta sábado e domingo, dias 25 e 26 de junho, no Teatro Castro Mendes, concertos com obras consideradas raridades brasileiras por serem desconhecidas do público em geral, mas de valor “extraordinário”, como a do compositor alagoano Hekel Tavares. A apresentação no sábado será às 20h e, no domingo, às 10h. Os ingressos estão à venda em  https://bileto.sympla.com.br/event/74437/d/145204.

O regente Emmanuele Baldini foi quem ‘descobriu’ a obra de Hekel Tavares e vai apresentá-la pela primeira vez em Campinas. No repertório também há obras de Cláudio Santoro e do alemão Felix Mendelssohn.

Baldini é spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e traz para este concerto um programa com obras que, como ele próprio diz, “merecem ser conhecidas do público”. Ele preparou um programa especial para este concerto em Campinas, que foi a primeira cidade a hospedá-lo como solista da OSMC depois da sua chegada ao Brasil, em 2005.

Também violinista, Baldini diz que o concerto tem um carinho especial por justamente ser em Campinas e pelo programa ter entre as obras em particular o “Concerto para violino e orquestra” de Hekel Tavares (1896–1969). Esta obra foi uma descoberta dele próprio durante a pandemia. “Eu assumi uma espécie de missão pessoal de pesquisar, descobrir e, sobretudo, difundir essa música brasileira que vale a pena ser divulgada”, justifica.

Baldini foi quem encontrou os manuscritos das partituras junto ao filho do compositor e, a partir delas, encomendou a produção das partes de orquestra, que estavam perdidas. “Com permissão da família do compositor, eu fiz o trabalho de digitalizar, editar e extrair todas as partes individuais para poder viabilizar uma redescoberta para este concerto”, explica.

Para ele, o concerto será “um dos mais bonitos para gerir uma orquestra”. A apresentação terá também a obra “Fantasia para violino e orquestra” de Cláudio Santoro, da qual Baldini também diz não ter registro sonoro, nem gravação. O maestro conseguiu autorização da família para gravar as obras junto com a Orquestra Filarmônica de Goiás.

O concerto se encerra com “Sinfonia nº 5”, de Felix Mendelson (1809–1847). “Essa sinfonia é extraordinária, que eu já regi em diversas ocasiões e que considero que fechará com chave de ouro este concerto muito especial”, diz Baldini.

Programa

Hekel Tavares: “Concerto para violino e orquestra (em formas brasileiras), op. 107, no. 4

Vivadíssimo – Modinha

Lento – Louvação

Alegro risoluto – Ponteio  

Cláudio Santoro: “Fantasia para Violino e Orquestra”

1 Andante

2 Allegro molto  

“Felix Mendelssohn: Sinfonia nº 5”

Sinfonia nº. 5, op. 107 (“Reforma”)

Andante – Allegro con fuoco

Allegro vivace

Andante

Regente e solista: Emmanuele Baldini

Emmanuele Baldini é o spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, regente titular da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí e membro do Quarteto de Cordas Osesp. Em 2017, recebeu o Prêmio de Melhor Instrumentista da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) e em 2021 foi agraciado pelo governo do Estado de São Paulo com a Medalha Tarsila do Amaral por seus méritos artísticos.

Venceu o primeiro concurso internacional aos 12 anos de idade e, mais tarde, o Virtuositè de Genebra e o primeiro Prêmio do Fórum Junger Künstler de Viena. Apresentou-se em recitais nas principais cidades italianas e europeias e participou de longas turnês pela América do Sul, Estados Unidos, Europa, Austrália e Japão.

Tem gravado mais de 40 CDs, entre os quais se destacam obras italianas e brasileiras de música de câmara para o Selo Naxos e obras virtuosísticas para violino solo para o Selo SESC.

Baldini também foi spalla da Orquestra do Teatro Comunale de Bolonha e no Teatro Giuseppe Verdi de Trieste, atuando também como concertino na Orquestra do Teatro Alla Scala, de Milão. Entre 2017 e 2020 Baldini foi diretor artístico da Orquestra da Câmera de Valdivia, no Chile.

Como solista, tocou com a Rundfunk Sinfonieorchester Berlin, a Orchestre de la Suisse Romande, a Wierner Kammerorchester, a Flanders Youth Philharmonic Orchestra, a Orquestra Estatal da Moldávia e a Orquestra do Teatro Giuseppe Verdi de Trieste.

Nascido em Trieste, Itália, iniciou os estudos de violino com Bruno Polli e em seguida aperfeiçoou-se na classe de virtuosidade de Corrado Romano em Genebra, com Ruggiero Ricci em Berlim e Salzburgo e, em música de câmara, com o Trio de Trieste e com Franco Rossi, violoncelista do Quartetto Italiano.

Serviço:

Concerto Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas

Regente e Solista – Emmanuele Baldini

Local: Teatro Castro Mendes

Data: 25 e 26 de junho

Horários: sábado – 20h | domingo – 10h

Endereço: Rua Conselheiro Gomide, 62, Vila Industrial, Campinas – SP

Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/74437/d/145204

Bilheteria do teatro: Valores R$20,00 – R$10,00 – R$5,00 – R$2,00.

(Fonte: Prefeitura de Campinas)