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Estigmatizar a Monkeypox, como ocorreu com o HIV/Aids, pode atrasar o diagnóstico

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Dabbetularz/Depositphoto.

O editorial publicado na segunda (1) pela Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn) traz reflexões sobre o risco de a varíola de macacos ser uma doença, no âmbito da saúde pública, estigmatizada e que reforce estereótipos homofóbicos e racistas. Assinado por Álvaro Francisco Lopes de Sousa, Anderson Reis de Sousa e Inês Fronteira, o texto alerta que a Monkeypox não é uma infecção sexualmente transmissível (IST), embora possa se espalhar por meio do contato íntimo durante as relações sexuais, quando existe erupção cutânea ativa (vermelhidão, caroço ou inchaços).

A Monkeypox é uma zoonose viral endêmica em vários países da África Central e Ocidental. Com uma incubação média entre seis e 13 dias, caracteriza-se por um período que pode ir de zero a cinco dias de febre, cefaleias, linfadenopatia, astenia e mialgias, seguido de erupções cutâneas cerca de um a três dias após o aparecimento de febre. As erupções cutâneas tendem a ser mais localizadas nas faces e extremidades, podendo ocorrer também nas mucosas orais, genitais, conjuntivas e córneas. Normalmente autolimitada, tende à resolução em duas a quatro semanas. Diante do aumento de casos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, no sábado (23) que a Monkeypox passou a ser uma nova emergência global de saúde.

Os autores observam que o número desproporcional de casos entre a população de gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) levou a OMS a emitir recomendações voltadas exclusivamente para essa população, o que, na opinião deles, particulariza e coloca a dimensão da sexualidade (posição afetivo-sexual) dessa população em destaque e em alvo de maior vigilância, mobilizando um conjunto de repercussões desvantajosas para a vida e saúde dessas pessoas.

Ancorados nos fatos históricos cronológicos das epidemias – como o ocorrido com o surgimento do HIV/AIDS há 40 anos – os autores questionam se o atual direcionamento da informação sobre o surto de Monkeypox para a população de HSH não poderá vir a contribuir para uma maior expressão de casos nesta população ou, por exemplo, para protelar o diagnóstico e a procura por cuidados de saúde, diante do receio da hostilização pública e/ou das violências institucionais. “Relacionar a orientação sexual com o vírus Monkeypox não faz qualquer sentido, já que existem opções de comunicação que se podem mostrar igualmente efetivas, como, por exemplo, focar na prática de relações sexuais entre indivíduos infetados, sem categorizar sexualidades ou práticas em específicos, assumindo uma posição globalizada das ações sanitárias e de controle epidemiológico”, explica Álvaro Francisco Lopes de Sousa, editor científico da Revista Brasileira de Enfermagem.

Ainda segundo o editorial, a retórica estigmatizante pode desativar de forma rápida e profunda a resposta baseada em evidências, alimentando ciclos de medo, que afastam grupos-chaves que possam estar em contextos sociais de vulnerabilidade. Os autores recomendam que as equipes de enfermagem se engajem no trabalho da equidade de gênero, construam abordagens terapêuticas não segregantes nem estigmatizadoras, desenvolvam instrumentos de educação sanitária para a comunidade, desenhem planos de ação e de cuidado focados no controle da transmissão, rastreamento, monitoramento e vigilância dos casos, apoiem no diagnóstico diferencial, desmistificando a associação com as IST, especialmente mediante ao aparecimento de lesões na região genital e perianal, bem como no empoderamento da população para a autogestão do risco e a diminuição das vulnerabilidades em saúde.

(Fonte: Agência Bori)

SESC Belenzinho recebe exposição “Máquina Kalunga”, de Aline Motta

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Renato Parada.

Mais uma vez o átrio do SESC Belenzinho é palco de um trabalho especialmente concebido para a sua arquitetura. Aline Motta reafirma em sua “Máquina Kalunga”, por meio de fotografias e projeções, o leitmotiv de sua obra: a busca por suas origens e uma conexão profunda com a natureza. Nesta instalação, a artista busca proporcionar um mergulho em sua poética, em que a própria arquitetura do espaço com suas transparências, reflexos e rebatimentos se transformam em possíveis manifestações físicas do mundo espiritual.

Como Aline esclarece, “’Máquina Kalunga’ é uma máquina de ver o invisível com seus olhos d’água”. Segundo cosmologias centro-africanas, o que separa as dimensões dos vivos e dos mortos é uma linha fina de água chamada Kalunga. “Nessa forma de ver o mundo, a água guarda memória, a água é vista como um veículo, a água é uma máquina do tempo”. Assim, Aline foi buscar, em seu extenso arquivo, imagens que continham água, tema que protagoniza também o seu livro recém-lançado “A água é uma máquina do tempo” (Fósforo/Luna Parque Edições).

Em “Máquina Kalunga”, com curadoria de Claudinei Roberto da Silva, as projeções no piso do átrio partem de fotos 3×4 ampliadas e impressas em tecido leve – voal. Essas imagens sobre tecido colocadas em contato direto com a natureza foram fotografadas pela artista em viagens. Além de Vassouras/RJ, cidade de sua família materna, ela levou as peças para Mariana/MG, aldeias no norte de Portugal e para o continente africano, onde esteve em Serra Leoa e Nigéria. Para a intervenção no SESC Belenzinho, Aline selecionou somente as fotografias de obras colocadas sobre rios, cachoeiras e mar para construir um diálogo com o espaço da unidade. “Quis que as imagens das pessoas retratadas, ao serem projetadas no piso, surgissem como se fossem da água da piscina que está visível sob o chão de vidro transparente do átrio”, afirma Aline.

Já na grande lateral de vidro do espaço, com 15,50 metros de altura e 21 de largura, foi ampliada e plotada uma foto da série “(Outros) Fundamentos” (2017-2019), a última parte da trilogia iniciada com “Pontes sobre Abismos” e “Se o mar tivesse varandas”. A imagem apresentada no SESC Belenzinho foi captada em Lagos/Nigéria, contudo o projeto também foi desenvolvido em Cachoeira/BA e Rio de Janeiro/RJ para dar conta das consequências da jornada que a artista empreendeu em busca de suas raízes. Com isso, Aline Motta procura reestabelecer laços com seus ancestrais comuns, através das águas e pontes que conectam as três cidades, imaginando uma possível comunicação por espelhos, que refletiriam a mesma luz dos dois lados do Atlântico.

“O carvão, que é resultado do magma, quando submetido a pressões altíssimas e violentas transmuta-se em diamante. A ‘Máquina Kalunga’ de Aline Motta verte em diamante o carvão da memória, magma solidificado da sua e da nossa história. Sua poesia faz as vezes da pressão que, submetendo a história, a organiza em imagens que transcendem, mas também confirmam o contexto que comentam. Como todo diamante, a obra resultante desse processo é polifacetada”, afirma o curador.

Sobre Aline Motta

Nasceu em Niterói (RJ), vive e trabalha em São Paulo. É bacharel em Comunicação Social pela UFRJ e pós-graduada em Cinema pela The New School University (NY). Combina diferentes técnicas e práticas artísticas, mesclando fotografia, vídeo, instalação, performance, arte sonora, colagem, impressos e materiais têxteis. Sua investigação busca revelar outras corporalidades, criar sentido, ressignificar memórias e elaborar outras formas de existência. Foi contemplada com o Programa Rumos Itaú Cultural 2015/2016, com a Bolsa ZUM de Fotografia do Instituto Moreira Salles 2018 e com 7º Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça 2019. Recentemente participou de exposições importantes como “Histórias Feministas, artistas depois de 2000” – MASP, “Histórias Afro-Atlânticas” – MASP/Tomie Ohtake, “Cuando cambia el mundo” – Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires, Argentina e “Pensar tudo de nuevo” – Les Rencontres de la Photographie, Arles, França. Abriu sua exposição individual “Aline Motta: memória, viagem e água” no MAR/Museu de Arte do Rio em 2020. Em 2021 exibiu seus trabalhos em vídeo no New Museum (NY) no programa “Screen Series”. Em 2022 lançou seu primeiro livro “A água é uma máquina do tempo” pelas editoras Fósforo e Luna Parque Edições.

Serviço:

‘Máquina Kalunga’, instalação de Aline Motta

Curadoria: Claudinei Roberto da Silva

Projeto Multimídia: Toni Baptiste e Flávio Camargo | Coletivo Coletores

Produção Executiva: Daniele Carvalho | Canaes

Abertura

28 de julho de 2022, quinta-feira, às 20h

Visitação

De 29 de julho a 11 de dezembro de 2022

Terças e sábados, das 10h às 21h

Domingos e feriados, das 10h às 18h

Átrio

Livre para todos os públicos

SESC Belenzinho

Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – São Paulo (SP)

Telefone: (11) 2076-9700

www.SESCsp.org.br/belenzinho.

(Fonte: Pool de Comunicação)

Culinária brasileira: conheça as origens dos principais pratos

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Pixabay.

A culinária brasileira é extremamente miscigenada e mistura ingredientes europeus, de povos indígenas e africanos. Não nos faltam opções, sejam doces, salgados ou até mesmo bebidas. O Brasil por si só já é um caldeirão de culturas e tradições diversas, e na culinária isso não seria diferente. A diversidade é refletida em nossos pratos.

Comprovando essa origem miscigenada, algumas técnicas e ingredientes da nossa cozinha são de origem indígena, mas sofreram modificações ao longo do tempo. Os escravos, brutalmente trazidos ao Brasil, acrescentaram elementos à nossa culinária, como azeite de dendê e cuscuz. A influência desses povos refletiu na criação de pratos como bobó e feijoada. Muitos imigrantes europeus que vieram ao Brasil entre os séculos XIX e XX também trouxeram novos ingredientes para as receitas.

Os portugueses estavam acostumados com comidas que duravam bastante tempo por conta da travessia do Atlântico, como carnes secas, toucinho, peixes salgados e cerveja.

Arroz com Pequi. Foto: Casa & Jardim.

Durante a colonização, trouxeram a batata, farinha de trigo, tomates e molhos de tomate, mas isso se intensificou com a chegada dos imigrantes italianos na virada do século 20. Nesse período, os europeus também conheceram muitos alimentos que eram cultivados pelos povos indígenas, como mandioca, milho, peixes, verduras, legumes e frutas.

Mais recentemente foram incorporados em nossos costumes elementos de cozinhas árabes, orientais e norte-americanas. Já nos acostumamos com kibes, esfihas, coalhadas e tabules, provenientes dos árabes.  Dos orientais, o pastel de feira, sushis, sashimis, yakissoba e guioza já fazem parte do nosso dia a dia. Já dos norte-americanos, pegamos o gosto por comidas rápidas, os famosos fast foods, como hambúrgueres e cachorros-quentes.

Alguns dos pratos típicos mais famosos que compõem o cardápio dos brasileiros são o churrasco, a moqueca, a cachaça, os brigadeiros, o pão de queijo, o açaí e a feijoada. Apesar de todo o Brasil ter algumas características em comum, cada região tem suas particularidades e seus pratos típicos.

Pato no tucupi. Foto: Receitas Nota Dez.

Na região norte, a mistura de elementos indígenas com a imigração europeia é forte. Diversos povos deixaram sua marca, já que o ciclo da borracha, entre 1879 e 1945, atraiu libaneses, japoneses, italianos e até nordestinos para a região. Alguns dos pratos típicos da região são pato no tucupi, caruru, tacacá e maniçoba.

Na região nordeste, a presença africana é bem forte. Apesar de representar um momento de muito sofrimento, o período escravocrata deixou muitos traços em nossa cultura que fazem parte da identidade nacional. Alguns dos pratos típicos são acarajé, vatapá, buchada, paçoca, tapioca, sarapatel e cocada.

A região centro-oeste é profundamente influenciada pela pecuária. As carnes bovina, caprina e suína são a preferência. Existe uma presença marcante da culinária indígena, representada pela preferência regional por raízes; assim como os ciclos de imigração trouxeram as culinárias africana, portuguesa, italiana e síria. Alguns pratos típicos são arroz com pequi, picadinho com quiabo, sopa paraguaia, empadão goiano, caldo de piranha e vaca atolada.

Tutu de feijão. Foto: Paladar Estadão.

A região sudeste tem influências portuguesas, indígenas e africanas. Com a chegada de imigrantes japoneses, libaneses, sírios, italianos e espanhóis, a diversidade gastronômica foi enriquecida, principalmente em São Paulo. Os principais pratos típicos são tutu de feijão, virado à paulista, moqueca capixaba, feijoada, picadinho paulista e pão de queijo. Pratos da culinária italiana também são muito apreciados e presentes no dia a dia.

Na região sul, a mistura entre as cozinhas italiana, alemã, portuguesa e espanhola é marcante. O churrasco é o principal prato do Rio Grande do Sul, mas outros pratos típicos da região são barreado, galeto, sopa de capeletti, arroz carreteiro e sopa catarinense.

A culinária brasileira é extremamente rica. Um outro aspecto é a característica de afeto e memória do alimento, como no famoso livro “Em Busca do Tempo Perdido”, do autor Marcel Proust, no qual personagem desencadeia fortes lembranças pessoais a partir das madeleines que ele come mergulhando-as no chá. Como na obra, por meio de comidas e receitas dá para refazer as conexões com o passado e os ascendentes. Você tem vontade de descobrir mais detalhes sobre as suas origens?

Acarajé. Foto: Revista Menu.

Com o teste genético meuDNA Premium você recebe relatórios com os seus resultados da sua ancestralidade, junto com informações sobre tradições, cultura, culinária e região dos povos presentes nos seus resultados. Além de informações sobre a história da vinda dos povos ao Brasil, sua saúde e dados no Brasil e no mundo. Por exemplo, se você tiver entre seus ancestrais os povos cáucasos, você vai ver que um dos pratos típicos da culinária armênia é o Börek, um prato originário na península Anatoliana, popular em diversos países do Oriente Médio e dos Balcãs. É um aperitivo de massa folhada recheado com queijo, espinafre ou carne moída.

(Fonte: Growth Comunicações)

Espetáculo no Teatro Cacilda Becker discute devastação ambiental por meio de espantalhos, velhinhos, baleia jubarte e pinguins

São Paulo, por Kleber Patricio

Cena de “Vambora”. Foto: Fellipe Oliveira.

Voltada a encenar temáticas pouco recorrentes no teatro para crianças e jovens, a premiada Cia. La Leche apresenta o espetáculo “Vambora!” no Teatro Cacilda Becker nos dias 30 e 31 de julho, sábado e domingo, às 16h, com entrada gratuita. A obra tem a direção de Cris Lozano e dramaturgia de Alessandro Hernandez, que também está em cena ao lado da atriz Ana Paula Lopez propondo um chamado para as questões ambientais que assolam o planeta.

A dramaturgia do espetáculo, que serviu como base para o roteiro de criação da trilogia audiovisual “Paisagens Antes do Fim”, ganhou o Prêmio APCA de melhor direção para Cris Lozano. Esses vídeos foram veiculados em 2020 e exibiam cenas que foram recriadas e transpostas para o palco.

No momento em que o mundo parou por conta da pandemia da Covid-19, no início de 2020, a Cia. La Leche iniciou a criação de um texto que buscasse inspiração nas palavras e ações da ativista Greta Thumberg. O desejo era falar sobre os problemas urgentes em curso que seguem devastando o planeta. O pensamento dos líderes indígenas Davi Kopenawa, Ailton Krenak, da jornalista Eliane Brum (que em 2020 publicou um diário de bordo sobre o percurso que realizou da Amazônia até a Antártida) junto a diversos cientistas que pesquisam o impacto do colapso climático sobre o continente gelado foram fundamentais para a ampliação do olhar da dramaturgia.

Foto: Cacá Diniz.

“Vambora!” está dividido em três paisagens com personagens icônicos que revelam a problemática ambiental em contraponto a pequenos lampejos de utopia, novas possibilidades de territórios para continuarem a viver.

Na primeira paisagem, um casal de espantalhos presos a uma terra seca e devastada buscam, em seus sonhos, a construção de um novo mundo. Na segunda paisagem, um casal de velhinhos que vive dentro de uma baleia jubarte luta para preservar suas memórias. Já na terceira paisagem, um casal de pinguins que se perde de seu bando busca o oceano para perpetuar sua espécie.

“A dramaturgia aponta as possibilidades de criar novos mundos através da imaginação com personagens que revelam a proximidade da tragédia que se aproxima com o fim do planeta”, comentam Cris Lozano e Alessandro Hernandez, reforçando que a obra foi concebida para expor a urgência desse tema para crianças, adolescentes e pessoas de qualquer idade. O que buscamos é trazer para o presente a tragédia anunciada que se aponta há algumas décadas sobre a extinção de todas as espécies viventes.

Foto: Cacá Diniz.

O cenário de Julio Dojcsar foi concebido com elementos minimalistas num território completamente branco onde se vê apenas objetos suficientes para ampliar a devastação do espaço que está sendo habitado. A luz de Grissel Piguillem trabalha com efeitos e cores fortes, intensificando a densidade que a mudança climática traz: calor muito forte, águas abundantes, frio intenso.

O figurino de Chris Aizner sobrepõe vários adereços dialogando com a ideia de que a fauna, flora e a humanidade ocupam o mesmo corpo de maneira horizontal. A trilha sonora de Morris busca sonoridades e efeitos minimalistas em contraponto a um volume sonoro que traga a presença da natureza em diálogo com a dramaturgia.

O processo de criação do espetáculo teve como parceria as vozes de crianças e adolescentes que moram nos bairros Guaianases, Brasilândia e Grajaú, onde foram realizadas oficinas de criação das cenas diretamente relacionadas à dramaturgia já escrita. As perguntas que conduziram o processo buscavam ampliar o olhar desde o microcosmo relacionado aos lugares de lazer e como eram aproveitados, expandindo para as questões macro da natureza e do planeta Terra.

Sobre a Cia. La Leche

A Cia. La Leche foi criada em 2006 pela diretora e atriz Cris Lozano, quando contemplada com o Prêmio Myriam Muniz para a montagem do romance “Luna Clara & Apolo 11”, de Adriana Falcão. Naquele momento, ao menos 25 artistas foram reunidos para a construção do processo e realização do espetáculo com o mesmo nome para o público juvenil.

Foto: Cacá Diniz.

Desde então, a Cia. tem se dedicado à pesquisa de temas que são considerados tabus, intimistas e de cunho político com pouca abordagem nas escolas e famílias. Uma das características atuais da Cia. é a construção de seus processos de forma direta e dialógica na sala de ensaio, como podemos ver nos textos que compõem o repertório a partir da parceria com o dramaturgo, ator e produtor Alessandro Hernandez.

“Vambora!” é o sexto espetáculo da Cia. e encerra a trilogia iniciada com os espetáculos “Salve, Malala!”, ganhador do Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem, e “Existo!”, premiado com o APCA de Melhor Espetáculo com a temática identidade de gênero.

Instagram: @cialalechesp

Ficha técnica

Direção Geral: Cris Lozano

Dramaturgia: Alessandro Hernandez

Elenco: Ana Paula Lopez e Alessandro Hernandez

Iluminação: Grissel Piguillem

Figurinos: Chis Aizner

Cenários e Adereços: Julio Dojcsar

Trilha Sonora: Morris

Preparação Corporal: Ciro Godoy

Operador de som e técnico de palco: Wilson Saraiva, Mauricio Matheus, Lucas Luciano e Fellipe Oliveira

Operador de luz: GIVVA e Grissel Piguillem

Costureira: Judite de Lima

Material gráfico e Ilustrações: Bruno José

Fotos: Cacá Diniz e Fellipe Oliveira

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto – Marcia Marques

Gestora de Mídias Sociais: Jessica Lauriano

Produção: Cia. La Leche

Vozes em off: crianças e adolescentes dos CEUs Navegantes e Inácio Monteiro e da ETEC Paulistano, participantes das oficinas teatrais conduzidas pela Cia. La Leche, realizadas no segundo semestre de 2021.

Serviço:

“Vambora!”

Dias 30 e 31 de julho, sábado e domingo, às 16h

Duração: 50 minutos

Classificação indicativa: a partir de 7 anos

Local: Teatro Cacilda Becker

Endereço: R. Tito, 295 – Lapa, São Paulo – SP

Entrada gratuita – distribuição 1 hora antes do espetáculo

Capacidade: 198 lugares.

(Fonte: Canal Aberto)

Theatro Municipal recebe ópera “O Cavaleiro da Rosa”, de Richard Strauss, pela segunda vez

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Stig de Lavor.

O mês de agosto será intenso para os amantes de óperas. O Theatro Municipal de São Paulo apresenta neste mês duas das mais renomadas récitas do cenário cultural: “O Cavaleiro da Rosa”, que estreia no dia 5 de agosto, na Sala de Espetáculo, com libreto de Hugo von Hofmannsthal, e “Actéon”, uma pequena tragédie en musique a partir de uma passagem das Metamorfoses de Ovídio, que será apresentada na Sala do Conservatório a partir do dia 3.

“Apresentar uma ópera consagrada em um formato mais conhecido do público e outra, em um espaço menos habitual, permite um olhar diferenciado para o conjunto de cenografia, atuação, canto e música e renova o olhar do nosso público para as possibilidades de encenação”, afirma Andrea Caruso Saturnino, diretora-geral do Complexo Theatro Municipal.

Uma das óperas mais conceituadas de todos os tempos, “O Cavaleiro da Rosa” (“Der Rosenkavalier”), de Richard Strauss já foi um grande sucesso em montagem no ano de 2018 e chega novamente à Sala de Espetáculos trazendo, em formato de comédia, o fruto da profícua parceria entre Strauss e Hofmannsthal, além de uma profunda reflexão sobre gênero, envelhecimento das mulheres, sororidade, relacionamentos e, ainda, temas caros à sociedade vienense do início do século XX, como o surgimento da psicanálise, o desaparecimento da aristocracia e a ascensão final da burguesia.

Na história, dividida em três atos e com libreto de Hugo von Hofmannsthal, Marechala abdica de seu amor pelo jovem Octavian para que ele viva em plenitude com a jovem Sophie. A música, que para alguns críticos é passadista e conservadora em relação às óperas coevas de Strauss, é um bálsamo para os corações, uma homenagem sonora à Viena de Mozart, palco das valsas e seio de tantas revoluções musicais. O espetáculo, que tem direção cênica de Pablo Maritano, conta com a participação da Orquestra Sinfônica Municipal, sob a regência de Roberto Minczuk e do Coral Paulistano, sob a regência de Maíra Ferreira. A apresentação terá duração aproximada de cinco horas, com classificação 16 anos e ingressos entre R$10 e R$150.

“É uma magnífica oportunidade de remontar uma obra com uma participação deslumbrante da orquestra e com tantos desafios técnicos, desta vez com um elenco todo latino-americano, entre eles a argentina Carla Filipcic e o chileno Hernán Iturralde”, afirma o maestro Roberto Minczuk, que esteve à frente da Osesp na estreia brasileira de uma obra de Strauss, em 2000. E completa: “Essa peça foi considerada uma das mais importantes em sua longa carreira e uma das mais bonitas da história da música. O famoso trio do final do terceiro ato foi a música escolhida para ser executada o funeral do compositor”.

Pablo Maritano, diretor cênico da ópera, destaca a atualidade de sua abordagem: “’O Cavaleiro da Rosa’, em sua obsessão proustiana pelo tempo, mais atual do que nunca, retrata um mundo de mudanças e confusões que condensa e desaparece diante de nossos olhos, emoldurado em uma comédia de gênio. É o triunfo da ambiguidade do realismo cotidiano. Nas palavras do próprio Hofmannsthal: É necessário procurar a profundidade. Onde? Na superfície!”.

Ópera Fora da Caixa – “Actéon”

A ópera “Actéon” será apresentada na Sala do Conservatório, na Praça das Artes e faz parte do projeto Ópera Fora da Caixa, que leva montagens de ópera para fora da caixa cênica. Inovando e diversificando não apenas o local, o palco italiano e a fruição convencional, mas também a concepção e a apresentação dos espetáculos como um todo.

Com direção cênica de Leonardo Ventura e a participação do Coro Lírico, a récita trata da história do nobre caçador que adentra, junto a seus amigos, os domínios da deusa Diana e a flagra se banhando junto às suas ninfas. Como castigo à usurpação, a deusa o transforma em um cervo e ele é devorado pelos seus próprios cães, que não o reconhecem.

Actéon é um mito greco-romano presente na compilação Metamorphoses, do poeta Ovídio, e trabalha a encenação sobre a chave da transformação em todos os elementos da obra (tempo, espaço, corpos, figurinos, elenco, orquestra, luz e até espectadores) e sugere discussões atuais sobre questões de gênero e meio ambiente ao rever um masculino que devasta e acaba destruído por suas próprias armas. Grafismos barrocos e indígenas se mesclam na cenografia de Chris Aizner, que constrói em cena um espaço em que orquestra e coro grego ocupam lugares análogos, especialmente próximos ao público.  Com 60 minutos de duração, a classificação é livre e os ingressos custam R$30.

“Ser convidado pelo Theatro Municipal para dirigir essa ópera barroca, do século XVII, é muito gratificante para mim. Charpentier é um dos principais compositores das peças de Moliére, seu libreto fala muito sobre amor, mas fala também muito sobre os limites entre o que é barbárie e o que é civilidade e, ainda, descreve um masculino devastador nefasto”, afirma Leonardo Ventura, diretor cênico da ópera “Actéon”.

Para mais informações sobre os espetáculos confira a programação completa abaixo ou acesse este link.

Serviço:

Der Rosenkavalier* (O Cavaleiro da Rosa), de Richard Strauss

5/8, 19h; 7/8, 17h; 9/8, 19h, 11/8, 19h e 13/8, 17h

*Audiodescrição disponível no dia 7/8

Duração aproximadamente 5h (com intervalos)

Classificação 16 anos

Ingressos R$10,00 a R$150,00 (inteira)

Capacidade Sala de Espetáculos – 1530 pessoas

Theatro Municipal

Praça Ramos de Azevedo, s/nº – Sé – São Paulo, SP

Actéon, de Marc-Antoine Charpentier

3, 4 e 5 de agosto, 20h

Duração 60 minutos action double

Classificação livre

Ingressos R$30,00 (Inteira)

Capacidade Sala do Conservatório – 200 pessoas

Praça das Artes

Avenida São João, 281 – Sé – São Paulo, SP.

(Fonte: Approach Comunicação)