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Exposição “Outros Navios” apresenta fotografias de Eustáquio Neves no SESC Ipiranga

São Paulo, por Kleber Patricio

Série “O Encomendador de Almas”, #1, 2007, fotografia com técnica mista, Eustaquio Neves.

Entre as ações que marcam o Bicentenário da Independência do Brasil realizadas pelo SESC São Paulo, a unidade Ipiranga abre, dia 6 de setembro, a mostra retrospectiva a obra de Eustáquio Neves, artista mineiro descendente de pessoas negras escravizadas. A exposição atravessa quase 40 anos de produção e carrega em si uma história extensa de diásporas e resistências. “É um trabalho que capta e manipula imagens ligadas às relações étnico-raciais promovidas no passado e no presente, como a violência contra os corpos, a intolerância contra os ritos e a privação de direitos da população negra”, destaca o curador da mostra, Eder Chiodetto.

“Outros Navios: Fotografias de Eustáquio Neves” está subdividida em três salas e obras pontuais distribuídas pela unidade do SESC Ipiranga. Na sala 1, encontram-se séries que aludem às violências e silenciamentos perpetrados contra pessoas escravizadas. Na sala 2, localizam-se séries que tematizam a resistência por meio de saberes ancestrais e rituais afro-brasileiros, bem como exibição de suportes diversos utilizados por Eustáquio Neves em seu processo de criação. Por fim, a sala 3 exibe uma videoinstalação criada a partir do material bruto de três vídeos do artista “Post No Bill” (Nigéria, 2009 – 2022); “Bariga” (Nigéria, 2009 – 2022) e “Crispim: Encomendador de Almas”, (Brasil, 2006 – 2022).

Série “Boa aparência”, #6, 2000, fotografia com técnica mista, Eustaquio Neves.

A mostra traz cópias de filmes fotográficos, negativos, acetatos, matrizes, esboços, estudos de paleta de cor e texturas utilizados nos experimentos do artista no laboratório analógico de seu ateliê. Suas investigações incluem ainda desenhos, grafias, carimbos, recortes de documentos, jornais, colagens, entre outros. “A fotografia experimental no Brasil converge para a obra de Eustáquio Neves. Ele é um dos pioneiros em criar imbricações de linguagens da fotografia com pintura, textos e abrasões que visam gerar metáforas visuais sobre como as histórias oficiais são geradas em camadas simbólicas. Em seu laboratório, ele descama verdades impostas e nos revela labirintos por meio dos quais pontos de vistas sorrateiramente apagados vêm à tona”, comenta o curador.

Desde os anos 1980, Eustáquio segue construindo uma obra de forte impacto por meio de suas experimentações na fotografia analógica, utilizando conhecimentos adquiridos na sua formação como técnico em Química Industrial. Suas séries, elaboradas a partir da junção de camadas pictóricas de forte simbolismo, discutem o lugar histórico da população negra, os ecos da escravidão que se perpetuam e se desdobram no racismo estrutural intrínseco à sociedade brasileira. “Sua obra também reverencia as práticas culturais e ancestrais dos afrodescendentes, por vezes, permeadas pelo sincretismo religioso, que resistiram no tempo, apesar das tentativas históricas de apagamento”, completa Chiodetto.

Série “Arturos”, #2, 2003, 2004, 2005, fotografia com técnica mista, Eustaquio Neves.

A efeméride dos 200 anos da Independência do Brasil refletida sob a ótica da produção artística de Eustáquio Neves joga luz sobre injustiças e conquistas, silenciamentos e a pluralidade de expressões, muitas vezes apagadas na perspectiva oficial da história do Brasil. O SESC compreende que a ação cultural, ao tocar em aspectos cruciais de nossa formação, incluindo cicatrizes e potencialidades, é capaz de estimular o exercício de cidadania, reiterando seu caráter socioeducativo. Assim, ao difundir memórias comprometidas com uma visão mais equânime de sociedade, a instituição visa proporcionar a tomada de consciência de nossos papéis e responsabilidades diante de reparações históricas.

A mostra “Outros navios: fotografias de Eustáquio Neves” integra a programação do projeto “Diversos 22: Projetos, Memórias, Conexões”, desenvolvida pelo SESC São Paulo com ações que propõem reflexões sobre Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e o Bicentenário da Independência do Brasil em 1822.

Sobre José Eustáquio Neves

José Eustáquio Neves de Paula (Juatuba, MG, 1955), é fotógrafo e artista visual. Constrói suas obras por meio de processos de experimentação com a linguagem da fotografia, utilizando camadas de sobreposições de imagens e procedimentos químicos. Suas narrativas discutem a sociedade e o lugar histórico da população negra como protagonista de suas práticas culturais, conferindo ao artista destaque dentro e fora do país. Forma-se em 1979 como técnico de química industrial, e, em 1984, encerra sua atuação na indústria e se debruça no estudo integral da fotografia de forma autodidata. Seu conhecimento dos processos químicos lhe possibilita uma amplitude na manipulação e nos resultados das imagens. É no laboratório de revelação e de ampliação que Eustáquio Neves interfere manualmente nos negativos das fotografias, gerando diversos efeitos. Atua como freelancer nas áreas de documentação e publicidade, ainda em 1984, e abre um pequeno estúdio fotográfico em Belo Horizonte, em 1987. Na década de 1990, ganha destaque no cenário nacional da fotografia, trazendo questões sociais, étnicas e culturais, que surgem da experiência proporcionada pela visitação à exposição “Registros da Minha Passagem Sobre a Terra”, do artista Arthur Bispo do Rosário (1909-1989), no Museu de Arte da Pampulha (MAP), em 1989.

Entre 1994 e 1995, desenvolve a série “Arturos”, sobre um agrupamento familiar no município de Contagem, em Minas Gerais, caracterizado por ações de continuidade e respeito ao sagrado baseadas no sincretismo da religião católica com as religiões de matriz africana, em ocasião da comemoração da Festa de Nossa Senhora do Rosário, santa protetora de irmandades negras no Brasil colonial. Ainda em 1995, ganha o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia no Rio de Janeiro.  Destaca-se no ano de 1996 com a participação na Coleção Pirelli/Museu de Arte de São Paulo (Masp) de Fotografias. Participa da 6ª Bienal de Havana, em Cuba, em 1997, que descentraliza os grandes circuitos mundiais de exposições e abre espaço para artistas caribenhos e da América Latina. Ganha o Prêmio Nacional de Fotografia do Ministério da Cultura e Funarte, no Rio de Janeiro, no mesmo ano, e o Prêmio Especial Porto de Seguro de Fotografia, em São Paulo, em 2004. No ano seguinte publica seu primeiro livro, “Fotoportátil”, editado por Eder Chiodetto.

Eustáquio Neves segue sua produção discutindo a diáspora negra no Brasil, enquanto rememora e recria as histórias dessa descendência africana com base em aspectos que constituem seu cotidiano, enfatizando o Brasil como o país que tem a maior população negra fora da África, e no qual o racismo estrutural é realidade.

Sobre o curador | Eder Chiodetto (1965, SP) é curador de fotografia independente, publisher da editora de fotolivros Fotô Editorial e diretor do centro de estudos Ateliê Fotô. Foi curador de fotografia do MAM-SP entre 2005 e 2021 e mentor do programa Arte na Fotografia, no canal Arte1. É autor dos livros “O Lugar do Escritor” (Cosac Naify, 2002), “Geração 00: A Nova Fotografia Brasileira” (Edições SESC, 2011) e “Curadoria em Fotografia: da pesquisa à exposição” (Ateliê Fotô / Funarte, 2013) entre outros. Como curador já realizou mais de 120 exposições no Brasil e no exterior.

Sobre o projeto Diversos 22 | “Diversos 22 – Projetos, Memórias, Conexões” é uma ação em rede do SESC São Paulo em celebração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao Bicentenário da Independência do Brasil em 1822, com atividades artísticas e socioeducativas, programações virtuais e presenciais em unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo, com o objetivo de marcar um arco temporal que evoca celebrações e reflexões de naturezas diferentes, mas integradas e em diálogo, acerca dos projetos, memórias e conexões relativos à efeméride, no sentido de discuti-los, aprofundá-los e ressignificá-los em face dos desafios apresentados no tempo presente. A programação teve início em setembro de 2021, com a realização do Seminário “Diversos 22: Levantes Modernistas”, e encerra-se em dezembro de 2022. Para mais informações, acesse.

Serviço:

Exposição “Outros Navios: Fotografias de Eustáquio Neves”

Visitação: quarta-feira, dia 7 de setembro até 26 de fevereiro de 2023

SESC Ipiranga: Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga, São Paulo (SP)

Horários: terça a sexta, das 9h às 21h30; sábado, das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h.

(Fonte: Assessoria de Comunicação do SESC Ipiranga)

Paulinho da Viola celebra 80 anos no palco do Qualistage

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: Marco Froner.

Paulinho da Viola canta samba porque só assim ele se sente contente. E assim, ao som da arte que defende há seis décadas, Paulo César Batista de Faria celebrará seus 80 anos no dia 11 de novembro (o aniversário é no dia 12) no palco do Qualistage, na Barra.

Como assim 80 anos? Pois é, o tempo passa como um rio na vida de Paulinho. O ano de 1942, que deu à MPB nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Milton Nascimento, antes de chegar ao fim viu nascer o menino de Botafogo (porém vascaíno, é claro), filho do violonista e chorão César Faria e de dona Paulina, que cresceu ouvindo o conjunto Época de Ouro, integrado por Seu César, e conheceu o samba na União de Jacarepaguá antes de chegar à Portela.

A soma do batuque sambista com a elegância do choro – além da companhia de bambas como Monarco, Nelson Cavaquinho, Manacéa, Elton Medeiros e Walter Alfaiate – rendeu uma obra com pérolas como “Argumento”, “Coração leviano”, “Para um amor no Recife”, “Para ver as meninas”, “Eu canto samba”, “Timoneiro” e muitas outras, sempre entoadas pela voz leve, quase sussurrada – eventualmente emprestada a canções de outros autores, como na clássica versão de “Nervos de aço”, de Lupicínio Rodrigues –, do cantor e mestre no violão e no cavaquinho. Ao lado de companheiros de banda históricos como Celsinho Silva (pandeiro e voz) e Hércules (percussão), além dos filhos João Rabello e Beatriz Rabello, Paulinho comemora 80 anos dando um presente ao Rio de Janeiro.

(Fonte: Rozangela Silva | Assessoria de Comunicação Integrada)

Museu da Casa Brasileira recebe concerto inédito da Orkestra Bandida

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Paulo Liebert.

O Museu da Casa Brasileira, instituição administrada pela Fundação Padre Anchieta, apresentará na sexta-feira, 16 de setembro, às 19h30, um concerto inédito da Orkestra Bandida. O público do show poderá conhecer o material do novo disco do grupo que será lançado em breve. Entrada gratuita.

A Orkestra Bandida faz parte do Coletivo Tarab, que conecta vertentes e culturas passando pela música modal do Oriente Médio, Turquia, Mediterrâneo e Balkans ao mundo árabe e a música instrumental Brasileira.

O grupo apresenta uma formação musical e cênica composta por diversos instrumentos e a banda é conduzida pela voz melódica principal do Clarinete Ocidental e o Clarinete Oriental que, apesar de serem antagônicos, apresentam diversas proximidades e sincretismos presentes no choro, no samba e no baião nordestino, por exemplo. Além disso, as flautas de madeiras orientais (Ney, Kaval) evocam os pifes, as flautas indígenas e todo o universo lúdico do sopro brasileiro.

Novidade | A partir deste mês, as apresentações do projeto Música no MCB também acontecerão às sextas-feiras à noite – dia que o Museu tem entrada gratuita e funciona até às 22hs – ao invés do domingo de manhã. “Queremos expandir as apresentações musicais, oferecendo às sextas-feiras noturnas como uma nova opção de lazer para o público do museu e do entorno, apresentando a tradicional e diversa programação musical do MCB”, comenta Giancarlo Latorraca, diretor técnico do Museu da Casa Brasileira.

Confira o repertório:

1 – Oriental Express

2 – Track Dance

3 – Silistranka Tropanka

4 – Nihavent

5 – Tiz-tiz

6 – Istemen Babrasil

7 – Farizanov Çoçek

8 – Chukro Rak’s

9 – Aparani Par

10 – Troika

11 – Pentozali

12 – Roma çoçek

13 – Ciganko

14 – Hicazkar Oyun Havasi

15 – Sofistic Çoçek

16 – Balada

Músicos: Mario Aphonso III | Ian Nain | Bruno Menegatti | Gustavo Souza | Francisco Lobo | Eliezer Tristão | Bruna Milani

Participação especial do Grupo de Dança do Coletivo Tarab.

Serviço:

Música no MCB | Orkestra Bandida

Data: 16 de setembro, sexta-feira

Horário: 19h30

Entrada gratuita

Local: terraço do Museu da Casa Brasileira

Av. Brig. Faria Lima, 2.705 – Jardim Paulistano, SP

Próximo à estação Faria Lima da Linha Amarela do Metrô.

Sobre o MCB | O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, administrada pela Fundação Padre Anchieta, dedica-se, há 52 anos, à preservação e difusão da cultura material da casa brasileira, sendo o único museu do país especializado em arquitetura e design. A programação do MCB contempla exposições temporárias e de longa duração, com uma agenda que possui também atividades do serviço educativo, debates, palestras e publicações contextualizando a vocação do museu para a formação de um pensamento crítico em temas como arquitetura, urbanismo, habitação, economia criativa, mobilidade urbana e sustentabilidade. Dentre suas inúmeras iniciativas destacam-se o Prêmio Design MCB, principal premiação do segmento no país realizada desde 1986; e o projeto Casas do Brasil, de resgate e preservação da memória sobre a rica diversidade do morar no país.

Acompanhe o Museu da Casa Brasileira também pelas redes sociais: Site | Facebook | Instagram | Twitter | YouTube | LinkedIn.

(Fonte: Museu da Casa Brasileira)

Apresentação da Sinfônica de Indaiatuba terá violinista Daniel Guedes como convidado

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Sinfônica de Indaiatuba se apresenta no dia 24. Foto: Felipe Gomes.

A Orquestra Sinfônica de Indaiatuba promete emocionar o público no dia 24 de setembro, ao executar a obra “Concerto para violino em ré maior, op. 35”, de Tchaikovsky, e Overture Scherzo and Finale, de Schumann. Com entrada gratuita, a apresentação acontece às 20h, na Sala Acrísio de Camargo, no Ciaei (Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba). A noite conta ainda com a presença do violinista Daniel Guedes, além da regência e direção artística de Paulo de Paula.

Dividido em três movimentos (Allegro moderato, Canzonetta e Finale), o “Concerto para violino em ré maior, op. 35” é uma das obras mais famosas para violino e tem raízes pessoais de seu autor, o compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovsky: após um casamento frustrado e boatos sobre sua sexualidade, Tchaikovsky se refugia em Clarens, na Suíça, e ali, em apenas um mês, cria a obra que é considerada, até hoje, um dos concertos mais difíceis escritos para violino. Nela, o compositor explana todas as angústias e lamentos de uma vida cheia de frustrações, transparecendo emoções distintas em cada uma das notas. Seu legado inclui ainda os ballets “O Lago dos Cisnes” e “O Quebra Nozes”.

Sinfônica recebe Daniel Guedes como músico solista. Foto: Cícero Rodrigues.

O repertório trará ainda a peça “Overture Scherzo and Finale”, de Robert Schumann, compositor alemão contemporâneo de Tchaikovsky. A obra também se divide em três movimentos (como o nome já diz, Overture, Scherzo e Finale), sendo considerada pelo autor sua segunda sinfonia. Inclusive, Finale é uma das peças mais rápidas que Schumann compôs.

Solista convidado | Para somar a experiência do concerto, divide o palco com a Sinfônica o músico Daniel Guedes. Violinista, violista, camerista, regente e professor, Daniel Guedes tem uma carreira marcada por estudos e apresentações internacionais. Além de estudar na Guildhall School of Music de Londres e na Manhattan School of Music de Nova York, já atuou em orquestras nos EUA, Canadá, Inglaterra, Suíça, Noruega e outros países.

Ciaei também recebe Orquestra Jovem em setembro

Mas antes de Tchaikovsky, a Sala Acrísio de Camargo recebe outra apresentação, desta vez com ares brasileiros. No dia 17, às 20h, a Orquestra Jovem de Indaiatuba e a banda Os Imortais realizam uma homenagem à banda Legião Urbana. A entrada é gratuita e a direção artística e regência são de Felipe Oliveira.

Orquestra Jovem apresenta tributo à banda Legião Urbana. Foto: Felipe Gomes.

O repertório do show envolve os clássicos da Legião Urbana — banda brasiliense surgida há 40 anos, completados este ano —, como “Pais e Filhos”, “Eduardo e Mônica”, “Que País É Esse?” e “Será”.

Como assistir | Ambas as apresentações têm entrada gratuita, então, a recomendação é chegar um pouco antes do horário de início para garantir o lugar. Essa programação é uma iniciativa da Amoji (Associação Mantenedora da Orquestra Jovem de Indaiatuba), em parceria com a Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. A Sala Acrísio de Camargo fica no Ciaei (Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba), na Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 3665 — Jardim Regina, Indaiatuba (SP).

Serviço:

Tributo a Legião Urbana

Orquestra Jovem de Indaiatuba e Os Imortais

Data: 17/9

Tchaikovsky e Schumann

Orquestra Sinfônica de Indaiatuba

Data: 24/9

Horário das sessões: 20h

Entrada gratuita

Local: Sala Acrísio de Camargo – Ciaei (Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba) – Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 3665, Jardim Regina, Indaiatuba (SP) – mapa aqui

Sobre a Amoji

A Amoji (Associação Mantenedora da Orquestra Jovem de Indaiatuba) é responsável pela manutenção da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba, que vem se destacando por sua intensa atuação na divulgação e popularização da música orquestral. Realizando, anualmente, mais de uma dezena de concertos gratuitos, com participação de músicos do município de Indaiatuba (SP) e solistas de renome. Promove o Encontro Musical de Indaiatuba (EMIn), que reúne uma série de concertos com grupos artísticos da Região Metropolitana de Campinas (RMC), além de masterclasses abertos para estudantes de música de todo o país.

A Associação também é responsável por gerir e administrar a Escola de Música da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba (EMOSI), além da Orquestra Jovem de Indaiatuba (OJI). Ambas viabilizam a muitos jovens instrumentistas da cidade e região oportunidade de desenvolvimento técnico e artístico, por meio de aulas individuais de instrumento, além de participarem dos ensaios e apresentações da Orquestra Jovem.

Site: www.orquestradeindaiatuba.org.br | Instagram | Facebook orquestraindaiatuba | Facebook OrquestraJovemIndaiatuba.

(Fonte: Armazém da Notícia)

Espetáculo infantil aborda o desastre ambiental em Mariana e faz temporada no Teatro Cacilda Becker

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Ricardo Avelar.

Em 2015, aconteceu um grande crime ambiental no Brasil: o rompimento de uma das barragens da mineradora Samarco, na cidade de Mariana (MG). E, pensando em discutir esse tema com as crianças, a Cia. Mundu Rodá criou o espetáculo “Vida de cão, coração de herói”, que faz uma temporada gratuita aos sábados e domingos – de 3 a 26 de setembro – no Teatro Cacilda Becker (Rua Tito, 295, Lapa, São Paulo, SP). A temporada integra o projeto “Hileia: Manifesto das Margens e Outros Gritos – Mundu Rodá 22 anos”, contemplado pela 36ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

A partir da trajetória de um cão que perdeu sua família humana por conta da lama tóxica que destruiu a comunidade rural de Bento Rodrigues, o trabalho mescla música, dança, projeção, bonecos e máscaras para ampliar a conexão com o público. Segundo o grupo, trata-se de uma “história com acontecimentos verdadeiros, mas contada de uma maneira inventada”.

Solitário e sem avistar nenhum sinal de resgate, o cão protagonista da narrativa embarca em uma jornada pelo Rio Doce a bordo de uma poltrona destruída com o objetivo de encontrar seus humanos, sua família. No trajeto, ao longo do leito contaminado, ele encontra muitas surpresas, emoções e aprendizados.

Foto: Alexandre Amendola.

E por que um cachorro? Durante a pesquisa para a concepção do espetáculo, a companhia viu a foto de um cão sendo resgatado pelo corpo de bombeiros enquanto tentava sobreviver, à deriva, no mar de lama. O coletivo pensou, então, em como seria essa tragédia se fosse contada por esse animalzinho: o que ele falaria para as crianças e para as pessoas? Coube a Alessandro Toller o desafio de construir essa dramaturgia.

As canções foram criadas especialmente para a peça. “Elas funcionam como um convite ao público para mergulhar na aventura do nosso animalzinho, percorrendo as sonoridades, cantos e ritmos das manifestações populares mineiras”, conta Alício Amaral, diretor musical e ator em cena.

Um cenário poderoso

Para fazer os espectadores se sentirem parte daquele mundo enlameado, a Cia. Mundu Rodá desenvolveu um cenário cheio de detalhes. As ideias partiram de Giorgia Massetani e Alício Silva. “Para simbolizar essa cidade soterrada pela lama, foram utilizados cavaletes de madeira de diferentes tamanhos. Eles representam tudo o que sobrou daquelas casas, ou seja, os telhados. E o cãozinho está ilhado em uma dessas estruturas”, comenta Amaral.

Foto: Alexandre Amendola.

Em um segundo momento da produção, quando o cão navega pelo Rio Doce, o grupo explorou outros recursos. “Bonecos e máscaras construídos com materiais recicláveis, como garrafas PET, compõem as figuras da Peixinha-Pacumã e do Curumim Batik Krenak, seres que o protagonista encontra pelo caminho”, completa.

Esse efeito de um mundo em constante construção e destruição é potencializado pelas projeções que dialogam diretamente com o cenário. Figuras animadas, como o Trem de Ferro, a Lama, os Peixes, as Estrelas, e o Curumim Batik, aparecem conforme a narrativa avança.

Apesar de abordar um tema sério, a peça “Vida de cão, coração de herói” não tem um tom pessimista. “O cachorrinho esperto nos desafia a não ficarmos tristes e, ao invés disso, usarmos nossa imaginação para preparar, inovar, nos adaptarmos e até criarmos um novo lar – livre de desastres ambientais que poderiam ser evitados – para todos os que habitam o planeta Terra”, explica Juliana Pardo, diretora do espetáculo.

Imagem: divulgação.

Ao mesmo tempo, o trabalho evoca questões importantes, como o impacto da ação dos seres humanos na vida de quem depende dos rios para sobreviver. A trama também sinaliza as responsabilidades individuais e coletivas sobre o meio ambiente, pensado não como um recurso a ser explorado, mas sim como uma casa, uma morada.

A peça fez sua temporada de estreia em maio de 2019, no Teatro Anchieta do SESC Consolação.

Sinopse | Pense num cachorro manso, brincalhão, que adorava sua dona e vivia em um vilarejo bonito e tranquilo. Pensou? Agora, pense, também, numa onda gigante, mas gigante mesmo, de lama tóxica, inundando todo esse povoado e deixando o bichinho sozinho. Deu ruim, né? É assim que começa a estória de “Vida de Cão – Coração de Herói”. Sem sinais de resgate, o esperto vira-lata decide, então, embarcar numa poltrona toda destruída e navegar pelo Rio Doce em busca da sua família da espécie “gente”: uma viagem pelo leito contaminado repleta de surpresas, emoção e aprendizagem. Até onde vai essa aventura enlameada?

Ficha Técnica Completa

Direção: Juliana Pardo

Dramaturgia e texto: Alessandro Toller

Atuação, direção e criação musical: Alício Amaral

Musicista em cena e criação musical: Amanda Martins

Figurinos e adereços: Emilia Reily

Cenografia e ilustrações: Giorgia Massetani

Cenotecnia: Alicio Silva

Assistente de cenotecnia: Juliana Magalhães

Desenho de Luz e técnico de som: Eduardo Albergaria

Operação de Luz: Felipe Stucchi

Projeção de imagem, concepção e animação: Ana Luisa Anker

Direção de arte: Paula Galasso e Luiz Cabral

Animação: Pedro Brandão

Produção Geral e contrarregragem em cena: Mariana Pardo

Contrarregragem em Cena “Lama”: Rodrigo Reis

Voz em off “Lama”: Juliana Pardo, Amanda Martins e Alício Amaral

Confecção Boneca Pacumã e máscara sonora Batik Krenak: Adriano Castelo Branco

Assessoria Artística: Luiz Cabral

Produção Executiva: Mariana Pardo

Concepção: Cia. Mundu Rodá

Apoio: Cooperativa Paulista de Teatro

Preparação corporal: Mestre em Gungas | Treinamento e Pesquisa sobre Congada e Moçambique (MG): Marcinho dos Santos

Treinamento Corporal: Alex Merino e Kalil Moreira (FIT360)

Agradecimentos: Jeremy Pickard (Superhero Clubhouse), Natacha Dias, Cibele Mateus, Déborah Penafiel, Edson Paulo Souza, Teatro Flávio Império, Val Ribeiro, Morris Picciotto, Ana Célia Martins, Charles Rarzl, Eliseu Weide, André Neves, Editora Pulo do Gato, Grupo Manjarra, Casa Mundu Rodá, Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura (Edital PROAC nº 07/2017 para produção de espetáculo inédito de artes cênicas para o público infantil).

Serviço:

Vida de cão, coração de herói

Temporada: sábados e domingos, às 16h, de 3 a 26 de setembro de 2022

Duração: 60 minutos – Classificação: Livre

Local: Teatro Cacilda Becker –– Rua Tito, 295 – Lapa – São Paulo – SP

Ingressos: grátis

Acessibilidade: o teatro possui todas as acessibilidades para cadeirantes.

Apresentações exclusivas para escolas: dias 14 e 21 de setembro, às 11h e às 14h30, e dia 28 de setembro, às 11h.

(Fonte: Canal Aberto)