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Hip Hop CorAção reúne música e arte em evento inédito no CEU do Jardim São Conrado

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Mural dos artistas selecionados para o programa Arte Urbana SP será finalizado durante o evento. Fotos: Divulgação.

Criado pela Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, o evento Hip Hop CorAção acontece no próximo sábado, 10 de setembro, a partir das 15 horas, no Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU) do Jardim São Conrado, com o objetivo de difundir a cultura Hip Hop e seus elementos: MC, DJ, Break e Graffiti. Com entrada franca, o evento é também uma contrapartida do Arte Urbana SP, programa do Governo do Estado de São Paulo que chega à cidade pela primeira vez.

O Arte Urbana SP é um programa de apoio à realização de murais, instalações e intervenções de arte urbana utilizando temas e técnicas da arte de rua e executados por artistas, grupos e coletivos de relevância no cenário cultural local e regional. Consiste em um conjunto de ações regionalizadas de difusão cultural com foco na expressão visual da cultura de rua e dialogando com as identidades locais e regionais do estado de São Paulo.

O programa foi criado pelo Governo do Estado de São Paulo em 2021, com colaboração da Amigos da Arte. Em 2022, 100 municípios foram selecionados via chamada pública para receber apoio para realização de murais, instalações e intervenções de arte urbana executados por artistas, grupos e coletivos de relevância no cenário cultural local e regional. O investimento total é de 2,95 milhões de reais.

Em Indaiatuba, os artistas Casp2 (Rafael Pereira, grafiteiro desde 2001), Dener (Dener Santiago Fernandes, que iniciou os trabalhos artísticos em 1996) e Risu (João Victor Risuenho da Silva, formado em Artes Visuais e grafiteiro desde 2014) foram indicados para produzir o mural, que será finalizado durante a programação do Hip Hop CorAção.

Movimento

A primeira edição do Hip Hop CorAção terá início às 15h e as apresentações integram os quatro pilares do movimento: DJs, MCs, B.boys e artistas do Graffiti. O Graffiti representa a arte visual e será elaborado pelos artistas locais Casp2, Dener e Risu, que finalizam seu mural dentro do programa Arte Urbana SP.

O break representa a dança e será elaborado pelo grupo Intrusos Crew, formado na cidade e referência nacional. O rap traz a música por meio dos DJs e MCs, com a participação de Nunes MC, Mano VB, Xavier, DJ Dee Scratchiador e DJ Celo, todos residentes em Indaiatuba. Além do rap, o MC estará envolvido nas batalhas de rima e no sarau/mic aberto.

PROGRAMAÇÃO

15h – DJ Dee Scratchiador

15h30 às 16h – Sarau/Mic Aberto, com Vini Alceu

16h às 16h20 – DJ Dee Scratchiador

16h20 às 17h – MANO VB (rap)

17h às 17h20 – DJ Dee Scratchiador

17h20 às 18h20 – Apresentação de Rimas

18h20 às 18h30 – DJ Celo

18h30 às 19h – Nunes MC (rap)

19h às 19h20 – DJ Celo

19h20 às 19h40 – Intrusos Crew (break)

19h40 às 20h – DJ Celo

20h às 20h30 – Xavier (rap)

20h30 – Encerramento

Local: CEU do Jardim São Conrado

Endereço: Rua Jordalino Pietrobom, 1.300

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

CircuitoSP leva show do cantor e compositor Byafra à Sala Acrísio de Camargo

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: Beto Barcellos.

Em mais um evento do CircuitoSP, promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e gerido pela Amigos da Arte, Indaiatuba recebe no próximo dia 15 de setembro, às 19 horas, na Sala Acrísio de Camargo, o cantor e compositor Byafra, que apresenta o show “4.0” e reúne grandes sucessos de sua carreira.  A entrada é gratuita, mas é preciso retirar o ingresso entre os dias 12 a 15, das 8h às 17h, no Centro de Convenções Aydil Pinesi Bonachela. A correalização é da Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.

Nesses 40 anos de caminhada por microfones, estúdios, rádios, TVs e palcos nacionais, Byafra lançou 16 álbuns, cinco coletâneas, vendeu mais de três milhões de CDs e emplacou nove temas de novelas. O repertório do show reúne sucessos como “Helena” (Marrom Glacê – 1979), “Vinho Antigo” (Jogo da Vida – 1981), “Seu Nome” (A Gata Comeu – 1985), “Te Amo” (Salomé – 1991) e “Fantasia Real” (Mulheres de Areia – 1993), além dos hits “Leão Ferido” e “Sonho de Ícaro”.

Durante o show, Byafra também homenageia compositores que brilham com ele desde os primeiros sucessos, como Guilherme Arantes, Dalto, Lulu Santos e Ritchie, entre outros. Como compositor, o artista teve sua obra gravada nas vozes de Roberto Carlos, Ney Matogrosso, Simone, Chitãozinho e Xororó, KLB, Xuxa, Angélica, Jerry Adriani e outros.

Foto: Livio Campos.

“Não é sempre que se comemora 40 anos de estrada. Acredito que isso se deve à perenidade da música chamada romântica, que pertence àquele lado íntimo que todo mundo tem, mas muitas vezes não quer exibir para não demonstrar fragilidade”, destaca o cantor. “As pessoas em geral gostam de sorrir em público, mas se escondem para chorar uma paixão perdida. Gosto de comover quando canto. E esse show é uma comemoração aos 40 anos de namoro com o público”.

CircuitoSP

O CircuitoSP é um programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa gerido pela Amigos da Arte, que promove a difusão artístico-cultural descentralizada no Estado de São Paulo por meio da circulação de apresentações e ações formativas de artistas e grupos com comprovada relevância em municípios de todas as macrorregiões, com portes populacionais e econômicos diversificados, em parceria com prefeituras municipais.

Os 120 municípios parceiros de 2022, selecionados por meio do programa Juntos Pela Cultura, recebem quatro espetáculos no segundo semestre, de forma a diversificar a oferta cultural nas regiões e compor programação artística de qualidade, valorizando teatros, centros culturais e espaços alternativos locais. Somente no Circuito SP são R$6,7 milhões investidos pelo Governo do Estado de São Paulo em todas as regiões, viabilizando 480 atividades culturais.

Foto: Jo Freire.

O CircuitoSP fortalece ainda as ações formativas, nas quais os artistas escalados podem trocar experiências e conteúdos com alunos de escolas públicas, ONGs, outros espaços de formação e aprendizado e o público em geral depois dos espetáculos.

Depois de dois anos no formato online, com conteúdos disponíveis na Plataforma #CulturaEmCasa, o CircuitoSP volta a acontecer presencialmente em 2022. Além de Indaiatuba, este ano, as cidades selecionadas foram Aguaí, Agudos, Americana, Apiaí, Araçatuba, Araçoiaba da Serra, Barra do Turvo, Bauru, Bernardino de Campos, Bertioga, Biritiba-Mirim, Boituva, Botucatu, Bragança Paulista, Brodowski, Brotas, Buritama, Cabrália Paulista, Caieiras, Campos do Jordão, Cândido Rodrigues, Cesário Lange, Charqueada, Colina, Cruzeiro, Descalvado, Diadema, Dois Córregos, Dumont, Elias Fausto, Espírito Santo do Pinhal, Fernandópolis, Ferraz de Vasconcelos, Franco da Rocha, Garça, Gastão Vidigal, Getulina, Guaíra, Guararapes, Guararema, Guaratinguetá, Guariba, Guarujá, Guarulhos, Ibitinga, Iguape, Ilhabela, Iporanga, Itaí, Itanhaém, Itapetininga, Itatiba, Itu, Jaboticabal, Jacareí, Jarinu, Jundiaí, Laranjal Paulista, Lençóis Paulista, Lorena, Maracaí, Marília, Matão, Miguelópolis, Miracatu, Mococa, Mogi das Cruzes, Mogi-Mirim, Mongaguá, Narandiba, Nova Europa, Orlândia, Ourinhos, Ouroeste, Pacaembu, Paraibuna, Paranapanema, Pederneiras, Pereira Barreto, Piedade, Piracaia, Piracicaba, Piraju, Pirassununga, Porto Ferreira, Praia Grande, Presidente Bernardes, Presidente Prudente, Ribeirão Pires, Ribeirão Preto, Roseira, Sabino, Santa Bárbara d’Oeste, Santa Fé do Sul, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio do Pinhal, Santos, São José do Rio Pardo, São José do Rio Preto, São Luís do Paraitinga, São Manuel, São Sebastião, São Simão, São Vicente, Serrana, Sertãozinho, Suzano, Taguaí, Tapiraí, Taquaral, Taquaritinga, Tatuí, Terra Roxa, Timburi, Tupi Paulista, Ubarana, Várzea Paulista, Vinhedo e Votuporanga.

Amigos da Arte

A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão da plataforma de streaming e vídeo por demanda #CulturaEmCasa e do programa Juntos Pela Cultura, além do Teatro Sérgio Cardoso, Teatro Sérgio Cardoso Digital e Teatro de Araras, trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e a iniciativa privada desde 2004.

Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo fomentar, estimular o desenvolvimento da economia criativa e democratizar a produção cultural por meio de editais, festivais e programas continuados. Em seus mais de 17 anos de atuação, a Organização desenvolveu cerca de 60 mil ações que impactaram mais de 30 milhões de pessoas.

Byafra

Data: 15 de setembro

Horário: 19 horas

Local: Sala Acrísio de Camargo, no Ciaei

Endereço: Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 3.665 (Jardim Regina)

Entrada gratuita

Retirada de ingressos: entre os dias 12 a 15 de setembro, no Centro de Convenções Aydil Pinesi Bonachela

Endereço: Rua das Primaveras, 210 (Jardim Pompeia)

Horário de retirada dos ingressos: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h

Informações: (19) 3875-6144.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Por sobrevivência, filhotes de tartarugas optam por águas oceânicas mais profundas

Brasil, por Kleber Patricio

(a) Filhote (menos do que 24h de idade) que está no ponto de entrar na água e escolher um lado do tanque. Em cada lado do tanque, tem um fluxo de água diferente: um lado com água costeira, um lado com água oceânica. Essas águas e os filhotes foram recolhidas no dia anterior ao experimento. (b) Filhote alguns momentos antes de entrar na água do tanque e escolher um fluxo de água. Fotos: Departamento de Biologia da Sultan Qaboos University.

As fêmeas das tartarugas marinhas da espécie Caretta caretta Linnaeus costumam retornar ao local onde nasceram para desovar e, assim, dar seguimento ao seu ciclo de vida. O que elas buscam é um lugar mais seguro, longe de predadores, para o nascimento de seus filhotes. É o que evidencia estudo publicado na quinta (8), na revista Journal of Experimental Biology por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Sultan Qaboos University (Omã).

Os autores acompanharam a preferência de indivíduos recém-nascidos da espécie, com menos de 24 horas de vida, em uma série de experimentos realizados em laboratório na UFBA. Com amostras de águas recolhidas no mar, nas regiões costeiras e oceânicas, os cientistas verificaram se as condições de concentração de sedimentos, densidade e, até mesmo, se as correntes marinhas influenciavam na “memória” das tartarugas. A observação foi que, em quase 70% das escolhas, a água era oceânica e, em quase 70% do tempo, elas também nadavam nesse tipo de água.

Para se chegar a este dado, foi utilizado na pesquisa um tanque em forma de Y, com dois fluxos de água em cada braço, esvaziado na parte inferior. Um lado tinha fluxo de água costeira e o outro, de água oceânica. Esses fluxos eram invertidos para eliminar possíveis vieses de preferência de escolha.

Antoine Leduc, professor-associado do Departamento de Biologia da Sultan Qaboos University e um dos autores do estudo, aponta que as águas de região mais profundas aparentemente têm menos predadores e são mais seguras para os filhotes. Portanto, era estimado que os filhotes iriam reconhecer a água dessa região. Após crescer, eles retornam para o litoral e as fêmeas conseguem depositar os ovos exatamente onde nasceram.

Essa pressão evolutiva em torno da predação levou à capacidade de diferenciação dessas águas e à preferência dos filhotes (recém-nascidos) pelas regiões mais afastadas da costa. Além de hipóteses anteriormente já testadas, como a influência do campo magnético terrestre e até mesmo do cheiro das praias de nascimento, os experimentos buscaram entender se as características físico-químicas das águas também participam no senso de localização das tartarugas marinhas.

“Questões como a carga de sedimentos também nos deixam pistas de como a espécie consegue diferenciar os tipos de água. Por exemplo, outros autores já testaram amostras de manguezais, o que demonstrou que características como o cheiro desse ambiente também foi um indicativo de que as tartarugas podem detectar. Nosso experimento agora sugere que os filhotes de tartarugas buscam a direção oposta a esse cheiro, rumo ao oceano”, comenta Leduc.

“As tartarugas-marinhas são animais com características fundamentais de importância ecológica para o ecossistema marinho. As cinco espécies presentes na costa brasileira têm diferentes hábitos alimentares e, por isso, fazem a regulação de teias tróficas, mantendo o equilíbrio do ambiente oceânico”, comenta o pesquisador Gabriel Soeiro, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), também coautor do estudo. Essas espécies têm sido bastante ameaçadas por conta do impacto humano, como a pesca predatória, descarte de lixo nos oceanos, segundo o pesquisador, o que faz com que entender aspectos ecológicos de preferência por ambientes seja importante. “A partir deste conhecimento, podemos auxiliar na tomada de decisões corretas para evitar ações nocivas ao ecossistema marinho e seus habitantes naturais”.

Compreender os mecanismos de distinção de massas de água e o senso de localização dos animais da nossa biodiversidade marinha abre portas para mais estudos que investiguem outros mecanismos sensoriais e o impacto dos ecossistemas no ciclo de vida de espécies como as observadas no estudo. Não é ainda sabido como a poluição química dos oceanos pode interferir neste mecanismo de reconhecimento olfativo.

(Fonte: Agência Bori)

Theatro Municipal do Rio de Janeiro recebe exposição individual do artista ítalo-brasileiro Lucio Salvatore

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Fotos: Estúdio Lucio Salvatore.

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresenta, de 12 de setembro a 31 de outubro, a exposição de arte contemporânea “Intermezzo”, do artista ítalo-brasileiro Lucio Salvatore. São 30 obras – a maioria inédita – e instalações que dialogam com a arquitetura e com uma das missões do Theatro, que é a de oferecer a arte para o público desenvolver, cada vez mais, o senso crítico.

A presidente da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Clara Paulino e Salvatore, escolheram como ponto de partida abrir uma discussão sobre a própria arquitetura do prédio. Desta forma, o novo trabalho do artista vai oferecer obras de arte nos andares mais altos do Theatro, designados para a população menos privilegiada que, agora, poderá usufruir bem de perto desta exposição.

Nosso prédio histórico, que já abriga tantas referências à arte e à cultura, recebe agora a exposição Intermezzo, trazendo para o público um olhar diferenciado através de obras que dialogam com a nossa estética”, ressalta Clara Paulino. “As obras apresentadas dialogam com os materiais e as técnicas decorativas usadas no prédio, mármores e mosaicos e também com o próprio propósito da instituição, trazendo fragmentos de teatro das ruas”, destaca o artista plástico.

Mercedes Baptista – a primeira bailarina negra do Theatro Municipal.

Uma obra central é o mosaico realizado em homenagem a Mercedes Batista. Reconhecida como protagonista central do movimento afro-brasileiro de emancipação antirracista, a primeira bailarina afrodescendente a compor o Corpo de Baile do Theatro Municipal é homenageada na exposição.

Um dos destaques da exposição é uma série de obras intitulada “Tolomeo, mosaicos decoloniais”, realizada com micro tesselas de papelão, pintada à mão com tinta a óleo, uma arte simbólica que ressignifica o material descartado com um próprio estilo ‘euro-africano’ de inspiração alto medieval.

“Intermezzo” fica em cartaz de 12 de setembro até dia 31 de outubro. Quem assistir as apresentações do Municipal ou participar das tradicionais visitas guiadas da instituição poderá completar o programa com essas obras de arte.

Sobre Lucio Salvatore

Lucio Salvatore (1975) vive e trabalha entre o Rio de Janeiro e Sant’Elia Fiumerapido, na Itália. Salvatore é um artista e economista ítalo-brasileiro que pesquisa sobre o processo de criação de expectativas a partir de narrativas que influenciam a percepção e formam as categorias mentais que Salvatore tenta deslocar para territórios mais incertos e abertos.

As obras de Salvatore estão incluídas nas coleções públicas do Museu de Arte Moderna MAM Rio de Janeiro, do Museu de Arte Contemporânea MAC Niterói e do Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Bio Criado em Sant’Elia Fiumerapido, no Sul da Itália, Salvatore se mudou para Milão, onde se formou em economia e estudou filosofia. Contrário à obrigatoriedade do serviço militar, em 1998 Salvatore se impôs um exílio voluntário em Caracas e, desde 1999, mudou-se para o Rio de Janeiro, a cidade que o adotou e que, juntamente com Nova York, esteve no centro de seu crescimento artístico. A partir da experiência de estrangeiro em contextos socioculturais complexos, com feridas abertas, surge uma reflexão sobre a natureza líquida, invasiva e transversal dos poderes que geram essas feridas, cujas historias são contadas através da arte, vivida como um caminho para a compreensão de si.

Serviço:

Intermezzo – exposição do artista ítalo-brasileiro Lucio Salvatore no TMRJ

Data: 12 de setembro a 31 de outubro

Horário: durante as visitas guiadas e espetáculos da casa

Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Endereço: Praça Floriano, s/nº – Centro

Classificação: Livre.

(Fonte: Assessoria de Imprensa TMRJ)

Iniciativa no Pará valoriza conhecimento de povos da Amazônia, contribuindo para geração de renda e manutenção da floresta em pé

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Imaflora.

Produtos do extrativismo têm lugar importante para a economia da floresta. As cadeias produtivas da copaíba e do cumaru, produtos genuinamente amazônicos, são um exemplo do resultado de combinar a valorização da floresta em pé à força do cooperativismo, o conhecimento de boas práticas de manejo à exigência de mercados consumidores já acessados por meio de parcerias.

Entre julho de 2021 e julho de 2022, a comercialização das duas espécies somadas gerou renda superior a 840 mil reais para indígenas, quilombolas e assentados integrantes da Cooperativa Mista dos Povos e Comunidades Tradicionais da Calha Norte (Coopaflora). Buscando fortalecer ainda mais essas cadeias e gerar renda por meio de impacto positivo, quilombolas participantes da Coopaflora e indígenas da região de Oriximiná se reúnem para uma série de oficinas com trocas de conhecimentos teóricos e práticas sobre ambas as cadeias produtivas. A atividade é resultado da parceria entre a cooperativa, o Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé) e o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).

A região promoveu um intercâmbio robusto de informações e saberes entre quilombolas e indígenas com foco no desenvolvimento econômico sustentável. Lorenaldo Almeida, quilombola cooperado e instrutor de uma das oficinas, destaca o diferencial que capacitações como essa, associadas ao saber tradicional, trazem para o extrativismo local. “Conseguimos entender melhor toda a cadeia. Passamos a enxergar o potencial da floresta, a melhor forma de trabalhar com ela e até o melhor preço para o mercado, o que valoriza nosso produto”. Entre os quilombolas, a produção já está consolidada. Lorenaldo observa que o apoio de parceiros, como o Florestas de Valor, programa do Imaflora, com patrocínio da Petrobras, foi fundamental nesse processo.

As duas cadeias produtivas têm um grande potencial econômico. O cumaru, por exemplo, tem importância para os setores alimentícios e de cosméticos por conta de suas propriedades. A valorização da bioeconomia passa pela compreensão de extrativistas e empresas de que a árvore vale muito mais em pé do que sendo devastada para dar espaço ao pasto ou para comercialização da madeira. “Do trabalho de reconhecimento das atividades extrativistas e dos seus produtos, conectando as organizações comunitárias com empresas que tenham responsabilidade socioambiental, conseguimos começar um ciclo que ajuda na consolidação de relações transparentes e justas entre os elos das cadeias que contribui para mudanças na lógica do mercado”, destaca Jonas Gebara, coordenador de projetos do Imaflora.  Por meio de parcerias e comercialização com empresas que adquirem produtos da floresta, o trabalho da Coopaflora se torna exemplo para outras comunidades, possibilitando a expansão e fortalecimento dessas cadeias produtivas a partir da lógica de valorização dos extrativistas e de seus territórios.

O Florestas de Valor é uma iniciativa do Imaflora que busca fortalecer as cadeias de produtos florestais não madeireiros, dissemina a agroecologia para que as áreas protegidas e seu entorno contribuam para o desenvolvimento regional, proporcionando a manutenção das populações locais em seus territórios aliada a conservação dos recursos naturais. O programa atua na conservação da floresta na região do norte do Pará e no município de São Félix do Xingu, fomentando atividades produtivas e oportunizando a geração de renda na Amazônia Legal brasileira.

Inserção na cadeia produtiva

A copaíba e o cumaru são produtos de alta demanda, mas com a oferta por organizações comunitárias ainda pouco consolidada. Enxergando uma oportunidade nesse cenário, indígenas que estão se inserindo no processo de comercialização levaram a demanda das oficinas ao Iepé e a Coopaflora. Jonas Gebara explica a escolha dos temas: “buscamos a estruturação dessas cadeias com a rastreabilidade da produção e qualidade garantida de ponta a ponta para ampliar a oferta desses produtos. Damos esse passo trabalhando sempre por uma lógica de valorização do produto, do extrativista e das organizações comunitárias”.

As oficinas se dividem em dois ciclos: o primeiro, voltado à organização produtiva quando os participantes realizam treinamentos para compartilhar conhecimentos sobre utilização do GPS e mapeamento de recursos naturais, e atividades relacionadas as boas práticas de extração de copaíba e coleta de cumaru com a finalidade de comercialização. O segundo ciclo é voltado à organização comercial, quando os participantes realizam treinamentos relacionados à gestão de recursos para operação das cadeias, controle de qualidade dos produtos e armazenamento da produção. Essas oficinas, além dos indígenas e dos quilombolas, também incluem outras populações tradicionais da região. A partir do resultado positivo dessas experiências, o Florestas de Valor pretende continuar promovendo esse tipo de atividade com frequência.

Lorenaldo Almeida comenta o valor da troca: “Para nós, quilombolas, compartilhar o conhecimento é muito importante, porque a gente tem esse hábito de passar tudo de geração a geração. Na troca com os indígenas, cada um pôde contribuir com o processo, passando o que já sabe e se atualizando pelo outro”.

O Florestas de Valor trabalha junto a comunidades tradicionais de Oriximiná com essa temática desde 2012 e pretende ampliar esse tipo de treinamento para outros grupos. “Queremos fortalecer a expansão dessas cadeias para novos territórios e comunidades com o objetivo de dar mais escala à produção de não madeireiros no Pará gerando renda e dando visibilidade aos grupos de extrativistas envolvidos”, explica Gebara, do Imaflora.

Sobre o Imaflora | O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1995 sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e à gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola, colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e, finalmente, fazer a diferença nas regiões em que atua, criando modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em diferentes municípios, regiões e biomas do país. Mais em www.imaflora.org.

(Fonte: Imaflora)