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“Eu de você”, com Denise Fraga, é um dos espetáculos que abrem a programação do Teatro Sérgio Cardoso em 2023

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

O Teatro Sérgio Cardoso começa 2023 com produções nos segmentos de teatro e dança. O monólogo “Eu de Você”, da atriz Denise Fraga, a peça “O Cego e Louco”, com Alexandre Lino, e o espetáculo de ballet, “A Bela Adormecida” com a Cia. Paulista de Dança, inauguram as atrações de janeiro.

Para o novo ano, o Teatro Sérgio Cardoso mantém a curadoria de uma programação diversa e que contemple linguagens artísticas plurais e representativas. “Temos como objetivo estar atentos ao que há de mais novo na cena teatral e também olhar para os clássicos, trazendo para o nosso espaço esses olhares múltiplos e complementares na arte”, diz Danielle Nigromonte, diretora geral da Amigos da Arte. Confira a programação completa abaixo.

A Bela Adormecida – Cia. Paulista de Dança – 25 e 26 de janeiro

O espetáculo de ballet faz parte de um prólogo e três atos do compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovski, com coreografia de Marius Petipa, baseado no conto de fadas do escritor francês Charles Perrault. Na trama, o rei Florestan e a rainha convidaram todas as fadas para serem as madrinhas do batizado de sua filha recém-nascida, Aurora. Enquanto as fadas oferecem seus presentes ao bebê, um trovão anuncia a chegada da terrível fada Carabosse, que o mestre de cerimônias esqueceu-se de incluir na lista de convidados.

Foto: divulgação.

Ultrajada, Carabosse anuncia que também dará um presente à bebê: quando Aurora completar 16 anos, ela irá se picar com uma agulha no dedo e então mergulhará num sono eterno. Felizmente uma das fadas madrinhas ainda não havia dado o seu presente e então contraria Carabosse, prometendo que Aurora não mergulhará num sono eterno e, sim, cairá num sono que durará até que um príncipe a desperte com um beijo. Como precaução, o rei proíbe todos os objetos aguçados no seu reino.

Serviço:

A Bela Adormecida – Cia. Paulista de Dança

Datas: dias 25 e 26 de janeiro, quarta e quinta-feira, às 20h30

Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Nydia Lícia

Endereço: Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista, São Paulo (SP)

Duração: 1h45/15 minutos de intervalo

Classificação: livre

Ingressos: R$80,00 (inteira) R$40,00(meia-entrada)

À venda pelo Sympla.

Eu de Você – de 20 de janeiro a 12 de março

Foto: zero8onze PhotoCine.

Idealizado e criado pela atriz Denise Fraga, o produtor José Maria e o diretor Luiz Villaça, “Eu de Você” mostra histórias reais, costuradas com pérolas da literatura, música, imagens e poesia. “O que seria de nós sem os poetas? E o que seria deles sem a vida comum?” É dessa mistura que surge a ideia de nosso ‘Eu de Você’. O que têm em comum a Cris, o Paulo Leminski e o Zezé di Camargo? Tchekhov, eu e Francisco? Pelo que a avó do Felipe estava chorando enquanto os Beatles compunham mais uma canção? O que fará o Wagner quando ouvir o que Chico Buarque fez com o seu também coração partido? “Costumo dizer que a arte ajuda a gente a viver, que quem lê Dostoievski e Fernando Pessoa, no mínimo, vai sofrer mais bonito. Porque sofrerá com companhia, sofrerá com a cumplicidade dos poetas. Entenderá que fazemos parte de algo maior, que pertencemos à roda da humanidade, seus dilemas eternos e sua fatídica imperfeição”, ressalta Denise Fraga.

Serviço:

Eu de Você

Datas: de 20 de janeiro a 12 de março* | Sextas e sábados, às 20h30; Domingos, às 17h

*Nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro, carnaval, não haverá espetáculo.

Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Nydia Lícia

Endereço: Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista. São Paulo (SP)

Duração: 90 minutos

Classificação: 12 anos

Ingressos:

Sexta-feira – R$50 (inteira) R$25 (meia-entrada)

Sábado e domingo – R$ 80 (inteira) R$40 (meia-entrada)

À venda pelo Sympla.

O Cego e o Louco – de 20 de janeiro a 26 de fevereiro

No espetáculo, Nestor (Alexandre Lino) é um pintor cego, de personalidade forte, que apesar da deficiência visual, domina o frágil e taciturno Lázaro (Daniel Dias da Silva), alguns anos mais jovem, com quem divide a solitária rotina em um apartamento decadente. Entre os dois se estabelece uma dinâmica própria, eventualmente perversa, em que o cuidado fraterno cede lugar ao rancor desenfreado, mas também com momentos e situações inusitadas e divertidas. Até que a chegada de Lúcia, uma encantadora vizinha que se mudou recentemente para o prédio, ameaça desestruturar essa relação. Eles a convidam para uma visita e é nessa noite de espera que a montagem se concentra, quando os traumas do passado dos irmãos vêm à tona, embalados por delírios, sonhos e culpas, levando a um final surpreendente.

Serviço:

O Cego e o Louco

Datas: de 20 de janeiro a 26 de fevereiro, de sexta a domingo, às 19h

*Dias 17, 18 e 19 de fevereiro não haverá sessão

Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno

Endereço: Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista, São Paulo (SP)

Duração: 60 minutos

Classificação: 12 anos

Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)

À venda pelo Sympla.

(Fonte: Pevi)

Jockey Club de São Paulo anuncia programação especial para os finais de semana

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: @pridiabr @gumenasce.

O Jockey Club de São Paulo acaba de anunciar o lançamento do “Jockey Experience” em parceria com a agência de entretenimento Multicase. Aberta ao público com entrada gratuita, a novidade apresenta uma programação especial aos finais de semana aproveitando a chegada do final de ano e as férias escolares da criançada.

O projeto surge com o objetivo de trazer entretenimento para todos os bolsos e gostos, recebendo o público para aproveitar toda a estrutura do local, sendo uma nova opção de lazer para toda a família na cidade de São Paulo.

Os eventos acontecem aos sábados e domingos, das 10h às 18h, com entrada gratuita. O público pode esperar muita diversão ao ar livre, com atrações como os brinquedos super tobogã, cama elástica, brincadeiras, gincanas, shows infantis e passeio de trenzinho para visitar os cavalos na cocheira, além de infláveis temáticos e muita diversão com a parceria do Família no Parque.

Oferecendo acessibilidade e segurança, o local conta ainda com barraquinhas com comidinhas como hambúrguer, cachorro quente, batata frita, pastel, pipoca e churros. Aos sábados, é possível apreciar as corridas de cavalos e curtir de perto a adrenalina dos páreos.

Serviço:

Jockey Club de São Paulo

Endereço: Av. Lineu de Paula Machado, 1263 – Cidade Jardim – São Paulo (SP)

Telefone: (11) 2161-8300

Site

Instagram: jockeyexperiencebr.

(Fonte: Index Conectada)

Cia. Bachiana Brasileira estreia com concerto inédito na Cidade das Artes Bibi Ferreira

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: J. Luiz Castro.

Prêmio de Cultura do Estado do RJ em 2009 e uma trajetória brilhante, com críticas extraordinárias no Brasil e no exterior, além de centenas de concertos e gravações nas principais salas, teatros e espaços de concerto na cidade, a Cia. Bachiana Brasileira fará a sua estreia na Cidade das Artes Bibi Ferreira no próximo dia 22 de dezembro, quinta-feira, às 19h, lançando o I Festival de MBC do Rio de Janeiro – A Música Brasileira de Concerto, com obras-primas da produção musical brasileira de Villa-Lobos até a atualidade, com Guerra-Peixe, Breno Blauth, Henrique de Curitiba e Dimitri Cervo. A interpretação ficará a cargo da Cia. Bachiana Brasileira e solistas, reunindo alguns dos melhores profissionais do meio musical, como Alexis Angulo, Cristiano Alves, Felipe Destéfano, Gabriela Queiroz, Jorge Postel e Rubem Schuenck.

Esse imenso acervo chamado de MBC é a marca que dá rosto à Música Brasileira de Concerto e faz um contraponto à MPB, a Música Popular Brasileira, expressão musical já conhecida e reconhecida nacional e internacionalmente. Entretanto, a MBC, malgrado a sua condição de ilustre desconhecida, é provavelmente o último grande patrimônio cultural a ser descoberto, pelo Brasil e pelo mundo, com força para mudar a imagem do nosso país no exterior.

A criação deste Festival de MBC chega com a missão de contribuir na difusão dos grandes compositores brasileiros da música de concerto, que veio sendo escrita desde os tempos coloniais aos dias de hoje, levando a nossa alma brasileira para os quatro cantos do mundo, onde, sozinha, abrirá portas importantes para todos os brasileiros, porque o nosso país é um manancial musical e, sua música escrita, um tesouro ainda desconhecido.

Um concerto beneficente organizado pelos músicos para a recuperação da Bachiana

Este concerto nasceu da iniciativa espontânea de um núcleo de músicos da orquestra que se reuniu para a realização deste evento com caráter beneficente para o soerguimento do conjunto, doando, portanto, seu cachê para a Bachiana, nesse momento histórico para a continuidade da Companhia e seu papel na vida musical da cidade, voltado agora para um público da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e adjacências, que talvez só conheça a Companhia através de seu canal na Internet.

Foto: Virgínio Sanches.

“É tempo de renascimento para a nossa Cia. Bachiana Brasileira, que muito sofreu em meio à luta por sua sobrevivência ao longo da pandemia, com as salas fechadas, a perda de patrocínios e de dezenas de seus associados em isolamento pela Covid, descapitalização e até óbito. Mas quem vier poderá vivenciar não apenas a beleza do som único dessa orquestra tão especial, cultivado ao longo de três décadas, mas também participar do momento do seu levante para o preparo de novas e muitas emoções. Imperdível.”, conclui o maestro Ricardo Rocha, diretor musical e fundador da Cia. Bachiana Brasileira.

Maestro Ricardo Rocha

“The Magical Sound-Sorcerer / Ricardo Rocha, the world ambassador for the classical music of Brazil” – título da matéria de página inteira, com fotos frente à Orquestra Sinfônica de Bamberg, da revista trimestral europeia “Drive”, em inglês, francês e alemão (jan/2001).

Fundou e dirige a SMBB desde 1986 e possui os títulos de Kappellmeister (Concertos Sinfônicos e Ópera pela Universidade de Karlsruhe,Alemanha), Mestre em Regência (UFRJ) e Comendador pelo Poder Judiciário do 23ª. Tribunal Regional do Trabalho Trabalho, TRT.

Alemanha: criou e dirigiu o ciclo “Brasilianische Musik im Konzert” (1989-2000) para difusão da Música Brasileira de Concerto, frente às Sinfônicas de Bamberg, Turíngia, Südwestfallen e Baden-Baden.

Brasil: Titular das Orquestras Sinfônicas da UFMT (1992-94) e da E. M. da UFMG (1994-96), com Cátedra de Regência. Como convidado regeu a OSB, OSTM-SP, OSMG, OPES, OSN-UFF, OSBJ e a OJB. Professor de Regência e Diretor sinfônico de nove festivais internacionais. Gravou mais de 20 programas para TV e rádio, sete CDs e quatro DVDs. Com a Orquestra Bachiana Brasileira fez turnê em Hanói e Singapura em 2009 a convite do Ministério das Relações Exteriores e hoje conta com mais de 70 vídeos no YouTube, onde se pode acessar um painel de teasers e videogravações ao vivo com diferentes obras, compositores, formas musicais e estilos de época: https://www.youtube.com/user/CBachianaBrasileira/playlists.

É autor dos livros “Regência, uma arte complexa” (2004) e “As Nove Sinfonias de Beethoven – uma Análise Estrutural” (2013); Professor em Masterclasses e cursos de pós-graduação em História da Música na Faculdade São Bento (2000 a 2017) e no Conservatório Brasileiro de Música (2013-2017). Rocha é também ensaísta, palestrante e professor de História da Música, Formas Musicais e Análise Estrutural.

PROGRAMA

Villa-Lobos (1887-1959)

Bachianas Brasileiras n. 9 (1945) para Orquestra de Cordas

Prelúdio – Fuga  

César Guerra-Peixe (1914-1993)

Concertino para Violino e Orquestra de Câmara (1972)

Allegro comodo / Andantino / Allegro un poco vivo

Violino: Gabriela Queiroz

Brenno Blauth (1931-1993)

Concertino para Oboé e Orquestra de Cordas 

Animado / Andante / Vivo

Oboé: Jorge Postel

– breve Intervalo –

Henrique de Curitiba (1934-2008)

Poema Sonoro para Orquestra Cordas

Uma ode à natureza e ao meio-ambiente

Dimitri Cervo (1968)

Pattapiana para Flauta e Orquestra de Cordas

Flauta: Alexis Angulo

César Guerra-Peixe (1914-1993)

Roda de Amigos

O Rabugento (Fagote), Felipe Destéfano;

O Teimoso (Clarineta), Cristiano Alves;

Melancólico (Oboé), Jorge Postel;

O Travesso (Flauta), Rubem Schuenk

Orquestra de Câmara Bachiana Brasileira

Direção e Regência: Ricardo Rocha.

Serviço:

I Festival de MBC do Rio de Janeiro – 2022

A Música Brasileira de Concerto

Com a Cia. Bachiana Brasileira

Data: 22 de dezembro – quinta-feira

Horário: 19h

Local: Cidade das Artes Bibi Ferreira

Teatro de Câmara

Endereço: Av. das Américas, 5300 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro (RJ)

Classificação: livre

Duração aproximada: 90 minutos

Ingressos: R$50,00 (inteira) e R$25,00 (meia-entrada)

Vendas através da plataforma Sympla ou na bilheteria

Acompanhe as plataformas virtuais da Cia. Bachiana Brasileira:

Instagram: @cia.bachiana

Facebook: Cia.Bachiana Brasileira

YouTube: Cia. Bachiana Brasileira.

Serviço:

Cia. Bachiana Brasileira em ‘Eroica’ de Beethoven

Data: 22 de dezembro

Horário: 19h

Local: Cidade das Artes

Endereço: Av. das Américas, 5300 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro (RJ)

Classificação: livre.

(Fonte: Claudia Tisato Assessoria de Imprensa)

Secretaria de Assistência Social de Indaiatuba cria serviço ‘Família Acolhedora’

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Família Acolhedora é acompanhada pelo poder público, entidade e poder judiciário. Foto: divulgação.

A Prefeitura de Indaiatuba publicou a lei 7.754 de 30 de março de 2022, que implanta no município a Família Acolhedora. O programa tem como objetivo oferecer proteção integral a crianças e adolescentes que necessitam de afastamento temporário da família de origem por medida de proteção.  Durante o período, as equipes de apoio social e psicológico atuam também com os familiares para preparar o possível retorno da convivência familiar.

Para gerenciar e aplicar o programa, a Secretaria de Assistência Social realizou chamamento público que teve como vencedora a Associação Beneficente ABID. À Secretaria cabe a responsabilidade de fiscalizar e acompanhar a entidade conveniada com os beneficiários, enquanto o Poder Judiciário promove o encaminhamento das crianças e adolescentes.

O primeiro passo para demonstrar o interesse em se tornar uma Família Acolhedora é clicar aqui ou acessar o ícone disponível na página inicial do site www.indaiatuba.sp.gov.br. Na página, estão as informações necessárias e o formulário para preenchimento. Inicialmente estão abertas vagas para 15 famílias, que serão selecionadas após cadastro. Link para cadastro: indaiatuba.sp.gov.br/assistencia-social/familia-acolhedora.

A ABID realizará a triagem social dos interessados em participar como Família Acolhedora. São realizadas entrevistas, capacitações e aplicadas outras ferramentas psicossociais. Podem se inscrever, homens e mulheres maiores de 30 anos com rede de apoio familiar que estejam fora do Cadastro Nacional para Adoção. Devem ter a concordância dos outros membros da família na participação, residir em Indaiatuba há mais de dois anos e ter disponibilidade de tempo, entre outros requisitos sociais. A Família Acolhedora receberá uma ajuda de custo no valor de um salário mínimo a um salário mínimo e meio para a manutenção da criança, que pode permanecer até no máximo 18 meses no mesmo lar.

Família Acolhedora

No projeto, que existe em todo o país, as famílias recebem em suas casas as crianças ou adolescentes que precisam de um acolhimento temporário e provisório, até que possam retornar para suas famílias de origem ou encaminhadas para adoção. A Família Acolhedora não é uma família definitiva, é uma família que acolherá aquele jovem durante o período determinado pelo juiz.

O serviço é a busca alternativa pelo modelo historicamente construído de abrigo institucional de crianças e adolescentes que vivenciam situações de violação de direitos e/ou risco e precisam ser afastadas temporariamente de suas famílias de origem. Estudos apontam prejuízos e limitações no processo de desenvolvimento aos indivíduos institucionalizados.

Como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no Art. 101, §1º, a medida protetiva de acolhimento, institucional ou familiar é sempre excepcional e provisória. O Art. 19, § 2º ainda coloca que a permanência da criança ou do adolescente no serviço de acolhimento não deverá se prolongar por mais de 18 meses, salvo comprovada a necessidade. O acolhimento deve ser a última medida para garantia dos direitos de crianças e/ou adolescentes, após se esgotarem as outras possibilidades de apoio à família de origem pela rede de serviços.

Acolhimento

Conforme o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), existe em torno de 30 mil crianças e adolescentes sob medida de proteção vivendo em serviços de acolhimento no Brasil. A maioria, 95%, está em instituições e casas-lares, enquanto somente 5% estão com famílias acolhedoras. O relatório de 2021 do instituto indica que os 333 Serviços em Família Acolhedora alcançam pouco mais de 1.392 acolhidos no país.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

67% dos brasileiros reduziram o consumo de carne no último ano

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Kyle Mackie/Unsplash.

Pela pesquisa “O Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant-Based 2022”, realizada pelo The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil), mostra que 67% dos brasileiros diminuíram o seu consumo de carne (bovina, suína, aves e peixes) nos últimos 12 meses, um aumento expressivo de 17 pontos percentuais em relação a 2020. Desse total, 47% pretendem reduzir ainda mais seu consumo no próximo ano.

A pesquisa de 2022 reforça muitos dos resultados encontrados na pesquisa anterior, publicada em 2020: a percepção de que os brasileiros estão mais preocupados com a saúde e que buscam incorporar opções mais saudáveis no seu dia a dia, a predominância de uma alimentação focada na redução e não na eliminação completa dos produtos de origem animal e a utilização cada vez mais frequente de proteínas alternativas vegetais, em substituição aos produtos de origem animal.

Preço e saúde

O aumento do preço da carne foi o que motivou 45% dos brasileiros que reduziram seu consumo, mas, para outros 36%, essa redução foi motivada por questões relacionadas à saúde, como melhorar a digestão, reduzir o colesterol ou perder peso. Quando somadas à preocupação com os animais, o meio ambiente, influência de familiares, motivos religiosos e espirituais, vemos que essas questões motivaram mais da metade (52%) dos brasileiros a reduzirem o consumo de carne nos últimos 12 meses por escolha própria.

(Divulgação)

Os dados mostram que o propósito de diminuir a ingestão de carne não é algo estático ou um hábito ao qual o consumidor se propõe a seguir apenas temporariamente. Pelo contrário: os consumidores que já passaram por uma redução no consumo de carne, independente do motivo inicial, tendem a querer manter esse nível mais baixo ou reduzir ainda mais. Mesmo entre os brasileiros que passaram a comer menos carne por causa da alta do preço, 33% afirmam que querem diminuir ainda mais a ingestão no próximo ano, o que indica que boa parte dos consumidores não tem interesse em voltar a consumir carne no mesmo ritmo de antes.

Flexitarianismo e alternativas vegetais

O flexitarianismo é o estilo de alimentação que busca reduzir, sem excluir por completo, o consumo de produtos de origem animal. Esse grupo de consumidores vem crescendo ano a ano no Brasil e, hoje, 28% dos brasileiros já se definem como flexitarianos. Desses, 60% afirmam querer reduzir ainda mais o consumo de carne nos próximos 12 meses. Isso indica que já existe uma parcela importante de consumidores que enxerga essa redução como uma parte definidora do seu comportamento alimentar atual e que esse grupo – mais do que os veganos e vegetarianos, que representam apenas 4% dos consumidores – é o principal público-alvo da indústria de proteínas alternativas vegetais.

“Esses dados revelam o potencial do mercado em atender não apenas os 28% que já se declaram como flexitarianos, mas também os 67% de brasileiros que reduziram o seu consumo de carne no último ano”, comenta Raquel Casselli, diretora de engajamento corporativo do GFI Brasil.

Consumo de Proteínas Alternativas Vegetais (plant-based)

As alternativas vegetais estão se tornando mais frequentes na mesa do brasileiro: hoje, praticamente dois em cada três consumidores (65%) consomem alguma alternativa vegetal (legumes, grãos, frutas) em substituição aos produtos de origem animal pelo menos uma vez por semana, enquanto em 2020 esse percentual era de 59%. Entre os consumidores que reduziram o consumo de carne animal nos últimos 12 meses, 34% substituíram somente ou principalmente por carnes vegetais – em 2020 este percentual era de 25%. Entre os que diminuíram o consumo de carne procurando melhorar a saúde, 57% utilizam com frequência a carne vegetal como substituto.

Se levarmos em conta que a primeira alternativa análoga surgiu no Brasil em 2019 e considerarmos todos os desafios do setor, a penetração desses produtos na rotina dos brasileiros se tornou muito expressiva. Porém, a pesquisa mostrou que há desafios de distribuição na categoria. O levantamento constatou que 61% dos consumidores procuraram alguma alternativa vegetal análoga nos últimos seis meses; no entanto, 53% não encontraram algum item que procuraram e apenas 8% encontraram todos os produtos análogos que buscavam, tanto em lojas físicas de mercado quanto em sites ou aplicativos de delivery, indicando que existe uma demanda reprimida por proteínas alternativas vegetais no país, tanto no varejo, quanto no food service.

Para um em cada quatro entrevistados, nada impede de consumir alternativas vegetais. Entre os que apontam alguma barreira, o preço alto é o maior empecilho para a compra de proteínas vegetais (39%), seguido pela dificuldade de encontrá-las (30%) e pelo sabor (21%). Se forem agrupadas motivações como sabor,  textura ou o cheiro que não agradam ou outras questões relacionadas a aspectos nutricionais, 32% dos consumidores apontam alguma característica do produto como o principal motivo para não consumir alternativas vegetais.

“Por isso, alguns desafios precisam ser superados para que esses produtos alcancem uma parcela ainda maior de consumidores. Quanto mais positiva, prazerosa e prática for a experiência da pessoa que já decidiu reduzir o consumo de carne – tendo alternativas vegetais saborosas, saudáveis e fáceis de encontrar nos locais de compra que frequenta –, maiores as chances de o mercado consumidor se tornar ainda mais amplo e adepto aos alimentos feitos de planta análogos”, afirma Raquel.

Proteínas alternativas, novas tecnologias e ultraprocessados

A pesquisa também buscou entender o grau de informação e o tipo de percepção que o consumidor brasileiro tem sobre alimentos ultraprocessados. A pesquisa apontou que, quanto maior o grau de informação sobre ultraprocessados, maior tende a ser a percepção de que esses produtos, em geral, fazem mal para a saúde. No entanto, 39% – uma parcela significativa de consumidores – crê que isso depende do processo de fabricação e dos ingredientes utilizados.

Entre boa parte dos consumidores brasileiros não existe uma associação direta entre alternativas vegetais análogas e alimentos ultraprocessados e praticamente metade considera que o processo de fabricação e os ingredientes são os fatores que definem se uma alternativa vegetal é um ultraprocessado ou não. Além disso, 52% dos entrevistados afirmam que, quando um alimento é ultraprocessado, sua decisão de compra é embasada analisando a tabela nutricional e/ou os ingredientes do produto. A pesquisa constata ainda, que um em cada três consumidores não se preocupa em nenhum grau com o fato do alimento ser ultraprocessado ou não na hora de comprá-lo.

No geral, a pesquisa indica que o consumidor parece estar tentando equilibrar fatores para fazer uma compra mais saudável e que muitas vezes ele não tem informações suficientes para analisar tudo sozinho. “Neste sentido, reforçamos que um trabalho educativo das indústrias, explicando ingredientes, nutrientes e suas funções e mostrando processos produtivos, por exemplo, pode aproximar o consumidor”, aponta Raquel.

Sobre a Pesquisa “O Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant-Based 2022”

Realizada pelo The Good Food Institute Brasil em parceria com a Toluna, empresa global de pesquisa e insights do consumidor, a pesquisa entrevistou 2.500 pessoas, entre homens e mulheres, de 18 anos ou mais, das classes ABC e de todas as regiões do país, por meio de um questionário online aplicado de 27 de maio e 1º de junho de 2022. A partir dos resultados do questionário, a equipe de especialistas do GFI Brasil produziu análises complementares que ajudam a compreender e a contextualizar os dados. Com financiamento das empresas ADM, GPA, Ingredion, Kerry, NotCo, N.OVO, Plant Plus Foods, R & S BLUMOS, Incrível!, Unilever e Vida Veg, o objetivo da publicação é responder as principais questões relativas ao comportamento do consumidor e aos desafios do mercado de proteínas alternativas.

Leia a pesquisa na íntegra (será necessário preencher um formulário para fazer o download)

(Fonte: NQM)