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Redução de biodiversidade é um dos principais impactos da criação de camarão

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: divulgação/Agência Bori.

O Brasil é o terceiro maior produtor de camarão da América Latina, sendo a região Nordeste responsável por quase toda a produção nacional. Além da pesca tradicional, o camarão também é obtido por meio de criação em viveiros, prática chamada de carcinicultura. Um estudo publicado nesta quarta-feira (28) na revista “Arquivos de Ciências do Mar”, apontou que um dos principais impactos ambientais gerados pela carcinicultura é a redução da biodiversidade da fauna e da flora, e que há possíveis soluções para os problemas encontrados.

O artigo de pesquisadores da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) e da Universidade Estadual do Ceará (UECE) faz uma revisão sistemática da literatura já publicada a partir de 2011, utilizando a base de dados do Portal de Periódicos da Capes, Scielo e Google Scholar, sobre os aspectos e impactos ambientais da carcinicultura e medidas de prevenção. Com o levantamento, os autores puderam identificar 28 impactos ambientais, como degradação de manguezais e surtos de doenças, causados por 13 aspectos ambientais, como despejo de efluentes e ocupação de ambientes naturais.

Também foram encontradas mais de 20 medidas preventivas e mitigadoras nos trabalhos analisados para evitar impactos da criação de camarões, sendo as principais relativas ao tratamento de efluentes, gestão integrada da zona costeira, gestão ambiental adequada, utilização de bioflocos e boas práticas de manejo. O sistema chamado de super intensivo foi apontado pelos pesquisadores como o mais eficaz na manutenção da qualidade ambiental, qualidade econômica e sanidade dos camarões.

“É um sistema em que você produz uma quantidade alta de camarões por área, então você produz mais usando menos espaço”, explica Ana Carolina Correia de Oliveira Gomes, uma das autoras do estudo e engenheira ambiental. Dessa forma, é possível otimizar o uso da terra e da água na produção.

Segundo os autores, as principais razões para os impactos da carcinicultura são a falta de monitoramento adequado da prática, ilegalidade na criação de camarão e falta de fiscalização no setor, manejo e planejamento inadequados e falta de conhecimento científico. “É uma área difícil de conseguir dados”, relata a autora. “Existem informações soltas e isoladas entre um estudo e outro, então vimos a necessidade e importância de existir um compilado de informações e determinar as relações entre elas”, completa.

A partir da identificação dos problemas e possíveis soluções, a equipe pretende continuar investigando soluções para redução de impactos da carcinicultura. Os pesquisadores esperam que o artigo possa contribuir para tomadas de decisões referentes à criação de camarão no Brasil e fomento de políticas públicas, além de levar o conhecimento para os carcinicultores para que a produção possa ser feita de forma mais sustentável e com menos impacto ao meio-ambiente, ampliando a relação entre cientistas e produtores.

(Fonte: Agência Bori)

Programação de férias do Zooparque Itatiba inclui Tour pela Evolução

Itatiba, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

As férias escolares chegaram e, com ela, a programação de férias do Zooparque Itatiba. A temporada mais animada do ano começou no dia 26 de dezembro e vai até o dia 29 de janeiro, com atrações divertidas e educativas. A bióloga Débora Alcântara, coordenadora ambiental e educacional do Zooparque, explica que, diferente dos anos anteriores, nestas férias o público poderá aprender um pouco mais sobre a diversidade da nova atração “Viagem pela Evolução e Biodiversidade do Mundo”, já encantadora por si só, mas, nesta temporada, o zoo vai oferecer tour guiado, com temas direcionados, como dinossauros, evolução humana, mudanças climáticas, Era do Gelo e muito mais. A atividade ocorrerá durante todo o dia, com horários e temas divulgados na entrada da atração.

Além do Tour pela Evolução, a programação de férias oferecerá outras atrações:

Alimentação dos animais do minizoo: o público poderá alimentar as cabras sob a orientação de um educador que estará no espaço. Os horários das atividades são 10h e 15h, todos os dias;

Espaço Kids: um espaço dedicado para as crianças, com atividades que irão variar entre desenhos para colorir e pintura facial, dependendo do dia da semana;

Encontro Animal: alguns dos animais que participam das atividades de educação ambiental estarão andando pela trilha com um educador do zoo ou irão até o Espaço Kids para que os visitantes possam conhecer, aprender sobre eles e, de repente, até tocar em algum. Os animais que participarão da atividade e os horários são divulgados no dia. A atividade acontece no período da manhã e da tarde;

Hora Animal: apresentação com a participação de animais soltos, que será realizada diariamente às 14h, no anfiteatro.

Papo Animal: em uma conversa descontraída, os visitantes irão se divertir e aprender um pouco sobre como o Zooparque Itatiba provê o bem-estar para seus animais. Esse bate-papo será feito pelos cuidadores da instituição. Os horários do Papo Animal serão divulgados no dia, no quadro de atrações do parque.

Novos moradores

Além das atrações especiais de férias, o Zooparque Itatiba tem novos moradores que vão encantar os visitantes, como os cachorros-do-mato, o Yoyo, a menor espécie de tamanduá do mundo e único tamanduaí sob cuidados humanos, e a Tulipinha, primeiro filhote de tamanduá-mirim nascido na instituição.

O zoo manterá, neste período, as atividades rotineiras, com as trilhas temáticas Expedição Mata Atlântica, Expedição Pantanal e Expedição Amazônia (sendo que esta última passou por uma super reforma e está mais atrativa), Minizoo, Jardim Sensorial Sustentável e Playground, tudo já incluso no valor da entrada.

Dentro do Zooparque, os visitantes têm à disposição restaurante, lanchonetes e a Zoo Loja, caso queira levar para casa uma lembrança personalizada.

Informações sobre preços e horários podem ser consultadas no site www.zooparque.com.br.

Sobre o Zooparque

Com 500 mil m² de área verde, sendo grande parte inserida em um fragmento de Mata Atlântica, o Zooparque Itatiba é considerado um dos maiores e mais conceituados zoológicos do país. São mais de 1.200 animais, de 180 espécies, tanto nativas como exóticas, dispostos ao longo de uma trilha de 3 km em meio à natureza. Em 2020, o Zooparque inaugurou sua nova atração “Viagem pela Evolução e Biodiversidade do Mundo”. Este projeto ambicioso conta com uma estrutura de 2.400 m², sendo considerado um dos maiores museus de história natural da América latina. Este novo centro de aprendizagem tem como missão promover o conhecimento sobre a origem da vida, evolução, biodiversidade e impactos ambientais das mudanças climáticas. O zoo conta também com um núcleo de educação ambiental, que desenvolve o ensino e a conscientização sobre a importância do respeito ao meio ambiente com os visitantes, escolas e grupos. A instituição participa de inúmeros projetos de pesquisas e conservação em parcerias com universidades e institutos.

(Fonte: Cristiane Caldeira Assessoria de Imprensa)

“Desfazenda – Me enterrem fora desse lugar”, d’O Bonde, fica em cartaz em janeiro no SESC Avenida Paulista

São Paulo, por Kleber Patricio

Uma das mais importantes montagens surgidas durante a pandemia, premiada pela APCA como melhor espetáculo online de 2021, “Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar”, do coletivo de teatro negro O Bonde, faz temporada no SESC Avenida Paulista entre 5 e 15 de janeiro de 2023. Os ingressos custam de R$9,00 a R$30,00 e podem ser comprados na bilheteria ou pelo site do SESC a partir de 22 de novembro.

“Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar” tem direção de Roberta Estrela D’Alva e dramaturgia de Lucas Moura, baseada no texto original “Como criar um corpo negro sem órgãos”. São variados os ineditismos desta montagem. É a primeira direção da Roberta fora do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos – coletivo que criou uma linguagem própria, o teatro hip-hop – e, com este espetáculo, O Bonde inicia sua trajetória no teatro adulto, visto que foi com um prestigiado infantil-preto, “Quando eu morrer, vou contar tudo a Deus”, de Maria SHu e direção de Ícaro Rodrigues, que a companhia foi (re)conhecida em sua trajetória.

Em cena, a história das personagens 12, 13, 23 e 40, quatro pessoas pretas salvas da guerra por um padre branco quando crianças. Desde então, vivem na fazenda deste Padre, cuidando das tarefas diárias, supervisionadas por Zero, figura enigmática, central e onipresente, mas sempre ausente. O Padre nunca sai da capela, a guerra nunca atingiu a Fazenda e quando os porquês são questionados, o sino toca e então é hora da oração ou do trabalho. Até que um estranho vulto chega à Fazenda e muda os ventos, o mudo silêncio é quebrado e de dentro da capela o segredo é revelado.

“A poética do ‘spoken word’ —forma de fala recitativa, próxima ao canto do rap, com rítmica cortante e lirismo de temas periféricos— organiza todo o espetáculo e propõe ainda uma atitude coletiva, de olhos acesos e compreensão guerreira da barbárie. Os quatro em cena são múltiplas vozes que formam uma, uma voz que ecoa várias. (…)

Também as variações inusitadas da métrica do texto, a orquestração espetacular da recitação e os muitos efeitos formidáveis da filmagem (a cargo de Matheus Brant e Gabriela Miranda) instauram uma atmosfera fascinante que contribui, contudo, para certo apaziguamento estético do grito de dor e de raiva.” (crítico Paulo Bio Toledo sobre a peça-filme “Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar” – Folha de S.Paulo *****)

Spoken word, a poesia falada

Literalmente “palavra-falada”, ou conceitualmente “poesia falada”, spoken word é o nome dado a uma forma de performance na qual as pessoas recitam textos no contexto da música, literatura, artes plásticas ou cênicas. “Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar” lança mão dessa linguagem em uma pesquisa em que a palavra tem papel fundamental: pulsa com os atores evocando uma “fala percussiva” que traz à cena uma batida constante, compassada, um ritmo musical aos diálogos e à narrativa. Em cena estão os atores Ailton Barros, Filipe Celestino, Jhonny Salaberg e Marina Esteves, além das vozes das convidadas Grace Passô e Negra Rosa.

Quem faz direção musical é a atriz, compositora e DJ Dani Nega, parceria artística de longa data de Roberta Estrela D’Alva, com quem divide a apresentação de Slams – batalhas de poesia falada que viraram febre em todo Brasil nos últimos anos. Juntamente com o DJ Eugênio Lima, Roberta e Dani Nega receberam em 2020 o Prêmio Shell de Melhor Música pelo espetáculo Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias.

Camadas

Enquanto peça-filme “Desfazenda” trazia elementos do teatro e do cinema e referências ao tempo pandêmico no qual foi criada, a versão presencial de “Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar” traz muitas camadas que falam do nosso agora e utiliza recortes de memória por meio de referências a episódios recentes, como o assassinato de George Floyd, do segurança João Alberto no supermercado Carrefour, o colapso da saúde em Manaus. Entretanto, ela é atemporal, não é datada.

“A reiteração do termo branco ocorre em diferentes falas e diálogos na peça-filme, dando um ritmo e intenção incisiva à mensagem do texto, que é falado pelas personagens na maior parte do tempo no formato spoken word (recitação acompanhada por uma base musical). Ao ‘darem o texto’ nesse formato, utilizando microfones apoiados em tripés e olhando para frente mesmo quando duas ou mais personagens estão conversando entre si, os atores atuam flertando com as performatividades adotadas em batalhas de rimas no contexto da cultura hip-hop e das competições de recitação de poesia chamadas slams. Bem como nesses espaços, em ‘Desfazenda’, o microfone é o aparato que se impõe para ampliar vozes individual e coletivamente durante reflexões sobre liberdade e aprisionamento nas fazendas e casas brancas do passado e do presente.”  Trecho de crítica de Mariana Queen Nwabasili (Teatrojornal)

Potencializações

O coletivo O Bonde começou em 2017 com uma relação muito íntima com a palavra, com os griôs, que, na tradição africana, são os guardiões da memória, da história, dos mitos e dos costumes que seus povos transmitem oralmente. Nada mais natural que trazer a palavra à frente da cena no primeiro trabalho adulto do grupo. E foi esta experiência que fez com que O Bonde fizesse o convite para que Roberta assumisse a direção do espetáculo. A atriz, MC, pesquisadora, diretora e roteirista foi quem trouxe, junto com o coletivo Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, o Slam, movimento de batalhas de poesia falada, para o Brasil, em 2008. O foco está em captar a vibração da poesia falada e alçar a palavra ao protagonismo. Trazer para a cena o microfone e o pedestal como elementos que contribuem para a criação de um efeito de distanciamento épico e não como mais um equipamento utilitário, mas sim um ponto de força para explicitar ainda mais a importância da palavra.

50 meninos negros: da tese de doutorado ao filme e à peça

“Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar” é livremente inspirado em uma história real, descrita no documentário “Menino 23 – Infâncias perdidas no Brasil”, de Belisario Franca, que parte da descoberta de tijolos marcados com suásticas nazistas em uma fazenda no interior de São Paulo.

Este assunto foi tratado pelo pesquisador Sidney Aguilar em sua tese de doutorado “Educação, autoritarismo e eugenia = exploração do trabalho e violência à infância desamparada no Brasil (1930-1945)”. No texto, o historiador relata sobre os 50 meninos negros levados de um orfanato no Rio de Janeiro para uma fazenda – aquela onde os tijolos foram encontrados – e submetidos a trabalhos forçados, isolamento social e castigos físicos por três irmãos que faziam parte da Ação Integralista Brasileira, partido de extrema direita de ideário fascista e nazista.

Para escrever “Desfazenda”, Lucas Moura utilizou diversas influências, além do documentário “Menino 23”, como a ideia de “dupla consciência” do sociólogo norte-americano W.E.B. Du Bois, textos de Frantz Fanon, Aimé Césaire, Michel Foucault, Gilles Deleuze e André Lepecki. Dentre as referências utilizadas na pesquisa para a encenação estão Grada Kilomba, Antonio Obá, Mohau Modisakeng e Spike Lee, dentre outros.

“Desfazenda”, em seu estofo, carrega uma colagem de pesquisas (ou, para usar um termo do hip-hop, sampleamento). Se o assunto é bastante complexo e o discurso é potente e ácido, o spoken word faz com que a mensagem artística seja poética, incisiva e cirúrgica.

“Diferentemente do que ocorre no documentário ‘Menino 23’, na peça-filme ‘Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar’ a identidade-mercadoria marcada pelos nomes-números das personagens ganha um caráter de soma e multiplicação. Mesmo sendo indivíduos, as personagens representam experiências coletivas devido à corporeidade negra comum a tantos jovens explorados justamente por serem negros. Além dos momentos de coro, esse aspecto também é explicitado em cenas em que vemos as silhuetas das personagens tão próximas que chegam a formar literalmente um só corpo-imagem preto, enquanto dizem, novamente em coro e agora, num formato de referência litúrgica católica, já que os jovens foram enclausurados por um Padre Branco: ‘assim há muitos membros, mas um só corpo’”. Trecho de crítica de Mariana Queen Nwabasili (Teatrojornal)

Os personagens e a relação com o corpo e a subjetividade negra

Na fazenda onde estão os personagens 12, 13, 23 e 40 há uma capela e um padre que, ainda que não apareça, se faz presente por meio da personagem Zero, portador das ordens, mandos e encaminhamentos desse padre. E é na capela que acontece o fato que muda a perspectiva de todos ali, ao se depararem com o processo de “re-verem-se”, tirarem os seus próprios véus e enxergarem o mundo (e a liberdade) de uma outra forma.

Enquanto buscam entender a situação na qual se encontram, em meio às memórias, as personagens apresentam problemáticas que costumam ser comuns no processo de entenderem-se como pessoas negras no Brasil: a assimilação do ideário do embranquecimento, a busca de autoestima e autoaceitação, a falsa promessa de um dia pertencer igualitariamente ao “mundo dos brancos”, a nascente pulsão de revolta contra conceitos estabelecidos e restrições impostas, além das questões imbricadas de gênero e raça.

Em seu segundo espetáculo, o primeiro adulto, O Bonde se propõe a investigar o processo de descobrir-se uma pessoa negra em um país que têm todas as suas relações eivadas pelo ideário escravocrata, pelas mazelas dessas relações e o que isso significa em históricos sociais e culturais. Surge assim um universo de memórias e revelações que trazem menos respostas do que provocam inquietações e questionamentos.

O ritmo e a poesia

Assim como Roberta, os integrantes d’O Bonde e demais atores envolvidos em todo este processo, a presença de Dani Nega trouxe ainda mais força a “Desfazenda”. A atriz, MC, compositora e ativista do movimento negro e LGBTQI+ – que vem se destacado no cenário artístico por sua mescla de suavidade, ironia e avidez – é diretora musical do espetáculo e criou todas as batidas, trilhas e paisagens sonoras, além de duas músicas compostas originalmente para a peça-filme.

Dani é uma das poucas mulheres no Brasil a atuar como “beatmaker” (ou seja, criar as próprias batidas, papel constantemente delegado aos homens). Em “Desfazenda”, ela trouxe a potência e o ritmo do hip-hop para a cena, ajudando a criar a poesia do espetáculo e enfatizar o discurso.

Sinopse

Segunda montagem d’O Bonde e primeiro espetáculo adulto do coletivo teatral paulista, a peça-filme Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar concentra sua ação na história dos personagens 12, 13, 23 e 40, pessoas pretas que quando crianças foram salvas da guerra por um padre branco, e vivem numa fazenda, cuidando das tarefas diárias, supervisionadas por Zero. O padre nunca sai da capela, a guerra nunca atingiu a Fazenda, e sempre que os porquês são questionados, o sino soa e tudo volta a ser como antes (quase sempre). É a primeira direção da Roberta Estrela D’Alva fora do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos e a direção musical é da atriz, compositora e DJ Dani Nega.

Ficha técnica

Direção: Roberta Estrela D’Alva

Dramaturgia: Lucas Moura

Elenco: Ailton Barros, Filipe Celestino, Jhonny Salaberg e Marina Esteves

Vozes Mãe e Criança: Grace Passô e Negra Rosa

Direção Musical: Dani Nega e Roberta Estrela D’alva

Produção Musical: Dani Nega

Músicas “Saci” e “Tocar o Gado”: Dani Nega e Lucas Moura

Sample “Menino 23”: Belisário Franca

Treinamento e Desenho de Spoken Word: Roberta Estrela D’Alva

Cenografia e Figurino: Ailton Barros

Desenvolvimento de figurino: Leonardo Carvalho

Desenho de Luz: Matheus Brant

Montagem de Luz: Alírio Assunção e Matheus Espessot

Operação de Luz: Alírio Assunção

Técnico de som: Hugo Bispo

Cenotecnia: Douglas Vendramini

Produção: Jack dos Santos – Corpo Rastreado

Realização: O Bonde.

Serviço:

“Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar”

De 5 a 15 de janeiro de 2023

De quinta a sábado, 20h e domingo, 18h

*haverá uma sessão no dia 11/1 (quarta-feira)

SESC Avenida Paulista – Av. Paulista, 119 – Bela Vista, São Paulo – SP

Duração total: 70 minutos | Classificação Indicativa: 12 anos

Valores: R$30,00 (inteira), R$15,00 (meia-entrada) e R$9,00 (credencial plena)

Mais informações nas redes sociais d’O Bonde: Facebook.com/coletivoobonde | Instagram: @0__bonde.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Projeto Guri promove videoaulas de música gratuitas e online para a programação de férias

São Paulo, por Kleber Patricio

Curso de Musicalidades da Cultura Popular Brasileira, com Ari Colares. Foto: divulgação.

O Projeto Guri no Interior e Litoral promove o Projeto Guri 4.0, uma série de atividades de música online para a programação de férias. O material, idealizado por profissionais da instituição, é gratuito e está disponível no canal oficial do Projeto Guri no Youtube.

Com o objetivo de expandir a comunicação universal e o compartilhamento dos saberes, o Projeto Guri 4.0 é mais uma ferramenta para a difusão da música e intercâmbio cultural, com videoaulas em diversos temas disponíveis para a programação de férias das crianças, adolescentes e o público em geral.

Entre as atividades previstas, o Festival de Férias oferece sete videoaulas produzidas por educadoras e educadores, com conteúdos que vão de composição musical para crianças, produção de toques de celular e imaginação sonora, até sons com bexigas.

Já o curso “Musicalidades da Cultura Popular Brasileira” foi criado e produzido por Ari Colares, percussionista e gerente artístico do Projeto Guri. Em oito módulos, os interessados (as) em expandir o conhecimento sobre a música popular do Brasil terão a oportunidade de aprender sobre ritmos, gêneros, cultura e instrumentos musicais que marcam a raiz da música brasileira, incluindo carimbó, jongo, Bumba Meu Boi e Congo de Ouro. “Produzir as videoaulas foi um processo gratificante e prazeroso, já que me permitiu desenvolver conteúdos que eu vivencio e compartilho há 40 anos, além de ser mais uma forma de ampliar a democratização do ensino musical por meio das plataformas de vídeo”, destaca Colares.

Todos os vídeos têm tradução em Libras. Os vídeos do curso de Musicalidades contam também com legendas em português. As aulas já estão disponíveis no canal oficial do Projeto Guri no YouTube. Confira abaixo a programação completa:

PROJETO GURI 4.0 – Festival de Férias

ConstruSOM: Beliscofone (com Augusto Botelho

Composição musical para crianças (com Alexandre Guilherme)

Como fazer o próprio toque do celular (com João Junior)

Imaginação sonora (com Fabiana Almeida)

Ostinelo: ostinato e chinelo (com Michel Vicentini)

Xote dos copos (com Eglem Bergantim)

Bexigando (com Etiene Consolaro).

Curso: Musicalidades da Cultura Popular Brasileira

Batuque de Umbigada

Jongo

Carimbó

Bumba Meu Boi de Matracas

Serra Acima

Serra Abaixo

Congo de Ouro – parte 1

Congo de Ouro – parte 2.

Patrocinadores e apoiadores do Projeto Guri – Santa Marcelina Cultura: Instituto CCR, WestRock, CTG Brasil, Tauste Supermercados, Novelis, EMS, Valgroup, Cipatex, Grupo Maringá, Arteris, Capuani do Brasil, Distribuidora de Alimentos Ikeda, Mercedes-Benz, Petrom – Petroquímica Mogi das Cruzes, Castelo Alimentos e Pirelli.

Projeto Guri | O Projeto Guri é gerido pela Santa Marcelina Cultura. Atende gratuitamente mais de 60 mil crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos em todo o Estado de São Paulo, buscando proporcionar oportunidades de crescimento cultural e inclusão social por meio de uma educação musical de qualidade apoiada por um trabalho social efetivo, por meio dos seus 384 Polos de Ensino. Desde a criação do Projeto Guri em 1995, já foram atendidas perto de 1 milhão de crianças e adolescentes.

(Fonte: Máquina Cohn & Wolfe)

Roça Sem Fogo: a técnica que cuida do clima e melhora produção agroflorestal na Amazônia

Amazônia, por Kleber Patricio

Com o mundo buscando soluções para a crise climática, será cada vez mais necessário encontrar alternativas para os modelos agrícolas atuais de produção que resultam em emissões de gases de efeito estufa. Mas, se muitas vezes a transição demanda novas tecnologias e grandes investimentos, em alguns casos soluções de baixo custo e complexidade já existem, faltando apenas ganhar escala para gerar maiores impactos.

Um exemplo de alternativa sustentável de produção é o modelo de Roça sem Fogo. Desde 2016, com patrocínio da Petrobras, o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), por meio do programa Florestas de Valor, contribui para a implementação da metodologia no norte do estado do Pará, com foco no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Paraíso, no município de Alenquer. “Tradicionalmente, os agricultores utilizam o método de limpeza do terreno para a plantação conhecido como corte e queima. Além de ser tradicional, em um primeiro momento o método é mais barato. Mas ele traz o impacto de alta emissão de gases de efeito estufa que contribui para o aquecimento global”, explica Jonas Gebara, coordenador de projetos do Imaflora.

Produtor Agroflorestal que aplica a técnica em seu roçado.

Além da emissão de gases, a técnica pode causar a mineralização do solo, fazendo com que ele fique endurecido, perca a qualidade e fique exposto a erosões. “Com a perda da qualidade do solo ocasionada pelo uso do fogo, a produtividade vai caindo, reduzindo o tempo de utilização dessas áreas”, explica Jonas. Já com a Roça sem Fogo, aliado a técnicas corretas de manejo e aspectos como o uso de adubação verde, ocorre o inverso: em três anos um solo degradado se recupera, resultando na melhora da eficiência agrícola, na produtividade e numa colheita que gera renda o bastante para que o agricultor possa preparar a roça do ano seguinte. Além disso, ao invés de emitir, o processo gera a retenção de gases de efeito estufa. Na capoeira – que é a vegetação secundária que cresce em áreas desmatadas –, acumulada ao longo de um ano, existem cerca de sete toneladas de carbono estocados.

Além dos efeitos nocivos para o clima e para o solo, com consequências para a produtividade, o uso do fogo também pode gerar incêndios não intencionais, com consequências para a propriedade do agricultor, para unidades vizinhas e áreas florestais. O programa Florestas de Valor já conseguiu levar a implementação do Roça sem Fogo para 56 hectares, com cerca de 50 famílias beneficiadas. Após a implementação, as áreas são acompanhadas pelo Imaflora, para verificar se todos os critérios estão sendo seguidos e se há necessidade de qualquer auxílio por parte dos produtores, como treinamentos e capacitações. Em seu ciclo anterior mais recente, entre os anos de 2018 e 2020, as ações de implantação e manutenção de áreas sustentáveis de produção agrícola tiveram um impacto climático positivo de 2.509 toneladas de carbono que deixaram de ser emitidas com a adoção da prática da Roça sem Fogo ou foram removidas da atmosfera pelo crescimento de espécies arbóreas cultivadas nos sistemas agroflorestais.

Jonas entende que o programa se divide em três aspectos: sensibilização, execução e comprovação. “A sensibilização acontece quando o produtor percebe o efeito na prática, vendo os resultados de vizinhos, por exemplo; daí, partimos para a execução. Já a comprovação dos benefícios é feita por meio de estudos, que podem influenciar a adoção da prática em políticas públicas”, afirma. O Florestas de Valor vem trabalhando em uma metodologia para realizar o inventário de emissões do projeto e demonstrar seus resultados.

Os próximos passos são a implementação de sistemas sustentáveis de produção agrícola, que incluem o Roça sem Fogo em mais 180 hectares até 2024. Atualmente, são 117 hectares entre Sistemas Agroflorestais (SAFs) e Roça sem Fogo, e a meta é chegar a 314 até 2025. Para a formação dos SAFs foram plantadas 50 mil mudas e beneficiadas mais de 169 famílias.

Campanha | Com o objetivo de disseminar informações sobre a técnica para os produtores agroextrativistas das regiões norte e oeste do Pará, especificamente nos municípios de Santarém, Alenquer e Oriximiná, o programa realiza no mês de dezembro a campanha “Roça Sem Fogo. Menos Fumaça. Mais Alimento”. A iniciativa apresenta informações básicas sobre os benefícios da transição do modelo de preparação da roça e como é possível aplicá-la no bioma amazônico. Para mais informações, acesse o Instagram @florestasdevalor ou o link  https://bit.ly/InfograficoRocaSemFogo.

(Fonte: Imaflora)