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Dia dos Povos Indígenas: conheça o Etnoturismo e entenda como sua viagem para uma aldeia apoia populações originárias

Brasil, por Kleber Patricio

Shanenawa. Fotos: Divulgação/Vivalá.

Dia 19 de abril é celebrado no Brasil o Dia dos Povos Indígenas – os responsáveis por proteger um terço das florestas do país por meio de seu estilo de vida. Nos últimos 35 anos, cuidaram de mais de 20% da vegetação nativa brasileira, de acordo com uma análise do Instituto Socioambiental (ISA), pelo manejo sustentável de suas terras, na agricultura, caça, pesca e uso de materiais. O turismo em aldeias, quando feito de maneira responsável e sustentável, também é uma das poderosas formas de devolver para eles o protagonismo de contarem sua história em suas próprias palavras, de criarem emprego e renda e se manterem fortes e seguros em suas terras.

“Nunca na nossa história tínhamos tido essa oportunidade”. Essa frase foi dita pelo Cacique Teka Shanenawa, do povo shanenawa do Acre. A comunidade foi criada por ele há 15 anos e hoje faz parte de roteiros da Vivalá – Turismo Sustentável no Brasil, recebendo viajantes do Brasil e do mundo que contribuem e fortalecem a economia, a cultura e os negócios locais, como o artesanato.

Um dos exemplos de como o turismo pode gerar impacto positivo está dentro da família do cacique. Suas duas filhas puderam sair da aldeia e cursar faculdade em Rio Branco (AC). “O turismo sustentável na aldeia Shanenawa tem trazido muito aprendizado, conhecimento e ajuda financeira, dando oportunidade às pessoas de realizarem cursos, graduações e capacitações fora da aldeia para que, posteriormente, sejam aplicados dentro dela. Estamos divulgando nossa cultura, fortalecendo nossa comunidade e gerando emprego e renda dignos. O turismo sustentável da Vivalá veio somar. Nenhuma outra instituição construiu tanto e tão rapidamente conosco”, afirma o cacique.

Turismo nas aldeias fortalece as comunidades

Mas não basta realizar o turismo – é preciso ter responsabilidade socioambiental. “Para que a gente tenha um turismo positivo, é muito importante compreendermos a relação histórica que temos no país, nos apresentando uma grande oportunidade de fazermos uma reparação, por meio de experiências extremamente profundas para ambos os lados, os viajantes e as comunidades”, explica Dani Shanenawa, líder de campo da Vivalá no Acre.

A Vivalá atua com o turismo sustentável, turismo de base comunitária (TBC) e de aventura há quase uma década em 24 unidades de conservação brasileiras; entre elas, vivências indígenas na Aldeia Shanenawa (AC), Kariri-Xocó (AL) e Tenondé-Porã (SP). Ao todo, 27 expedições de Etnoturismo já foram realizadas, levando mais de 320 viajantes, ajudando a preservar 44 mil hectares de área protegida e injetando cerca de meio milhão de reais de forma direta (compra de serviços de TBC) e indireta (injetado pelos viajantes, em compra de artesanato, alimentação, medicina tradicional, presentes etc.).

Mais do que esses números, com o turismo nessas áreas, diversas melhorias são realizadas, até mesmo em questões como a infraestrutura de hospedagem, banheiros, acesso à água potável, refeitórios, regularidade jurídica e fiscal e bancarização, entre outras questões indígenas que ainda são presentes na realidade destas comunidades. Ações para saúde também fazem parte da atuação, como uma parceria com a Pantys contra a pobreza menstrual, que capta doações e as reverte em calcinhas absorventes sustentáveis que são entregues para pessoas que menstruam em aldeias indígenas. Durante as entregas também são realizadas rodas de conversa sobre o tema, além de capacitações de profissionais e oportunidades para pessoas empreendedoras das comunidades.

Conheça as Experiências:

Expedição Amazônia Aldeia Shanenawa – Terra Indígena Katukina Kaxinawá, Acre

No coração da maior floresta do mundo, a Amazônia, e dentro de um dos estados com a maior diversidade de povos indígenas do Brasil, se encontra a Aldeia Shanenawa, do povo Shanenawa, conhecido como povo do pássaro azul. Neste lugar repleto de fauna e flora, com tradições muito preservadas e grande acolhimento de seus moradores, a vivência atrai viajantes do mundo inteiro que buscam uma profunda conexão com a natureza e consigo mesmo, além de aprendizados e novas formas de ver o mundo.

Com saídas exclusivas ao longo do ano e 20 vagas disponíveis em cada uma, as expedições partem de Rio Branco, capital do Acre, e tem  valores de investimento a partir de R$5.690,50 para oito dias de vivência – incluindo hospedagens, transportes, alimentação, oficinas, vivências como banhos ritualísticos de ervas e de argila, pintura corporal, consagração de medicinas da floresta (ayahuasca, chamado de Uni pelos Shanenawa; rapé, sananga, kambo), visita à agrofloresta, plantio de árvores, muita música e danças tradicionais, seguro, guias e facilitadores. Saiba mais sobre a Expedição Amazônia Aldeia Shanenawa no site da Vivalá.

Expedição Kariri-Xocó – Terra Indígena Kariri-Xocó, Alagoas

Outra forma de adentrar territórios indígenas de maneira consciente, autorizada e profunda é no encontro da Caatinga com a Mata Atlântica às margens do Rio São Francisco e na divisa de Alagoas com Sergipe, onde habita o povo Kariri-Xocó. A expedição é repleta de muita natureza e saberes ancestrais. Grande parte das vivências acontecem no espaço cultural criado pela comunidade, inclusive o ritual do Toré – uma consagração de medicinas tradicionais da floresta, como a Jurema e o rapé –, banhos ritualísticos, oficina de ervas, danças, músicas e navegação com mergulho no Velho Chico.

Com saídas de Aracaju (SE) e valor a partir de R$2.850, a Vivalá está com inscrições abertas para as próximas saídas, no segundo semestre de 2024, com dez vagas disponíveis para cada grupo. Saiba mais sobre a Expedição Kariri-Xocó no site da Vivalá.

Expedição Tenondé-Porã – Terra Indígena Tenondé-Porã, São Paulo

Para quem busca uma vivência mais curta, mas também muito significativa, a boa notícia é que existem roteiros acessíveis e próximos da capital mais populosa do país. A expedição para a terra indígena Tenondé-Porã é perfeita para conhecer os hábitos, a luta por autonomia e a resistência do povo Guarani.

A terra indígena Tenondé Porã tem uma extensão aproximada de 16 mil hectares, abrangendo cerca de 10% da totalidade da cidade de São Paulo e de outros três municípios. É possível caminhar pelas exuberantes trilhas do território e vivenciar o nhanderekó (modo de ser) do povo originário que vive e resiste nas fronteiras da maior metrópole do Brasil. A experiência pode ser realizada em um único dia e é excelente para quem está na capital paulista e quer ter uma vivência junto à natureza, mergulhando nos seus saberes ancestrais.

Os roteiros acontecem quatro vezes ao mês, tendo opções de Turismo de Base Comunitária (TBC) com foco na cultura local, ou de aventura, em uma trilha de 8,5 km entre as aldeias Kalipety e Yrechakã. A 55 km do centro de São Paulo, as vivências contam com transporte saindo da capital, com valores a partir de R$285 por pessoa. Conheça os roteiros: Cultural e de Aventura, ou acesse o site da Vivalá

Benefícios também para quem viaja

Tenondé Porã.

Diversos são os relatos de viajantes que conhecem uma nova cultura, cheia de costumes, modos de vida diferentes, saberes ancestrais, medicinas da floresta, cantos, danças, rituais e gastronomia, entre outros aspectos, e voltam com energias renovadas; que aprenderam e conheceram lugares, pessoas e ritos que nem sabiam ser possível ou que simplesmente não veem a hora de voltar ao que, até então, era o desconhecido. Esse é o caso de Nicole Talamini, que conheceu a Aldeia Shanenawa, em 2023, junto de seu filho João, de sete anos.

“Após pegar a estrada até a Aldeia, fomos recepcionados e acolhidos pelo povo Shanenawa. Eles nos envolveram nas suas danças, músicas e rodas com muito respeito e atenção. O cronograma de atividades foi incrível e bem elaborado, tendo tempo para conversar, conhecer a cultura, fazer atividades e novos amigos. As conversas sobre as medicinas foram muito importantes para compreender, tranquilizar e se aventurar ainda mais na vivência. Foi uma viagem emocionante, reflexiva e gratificante. Vou guardar lindas memórias e o João, com o zelo e o carinho das outras crianças, se sentiu acolhido e parte da família, adorou as brincadeiras e o banho de açude. É um lugar para se reconectar, sentir e vivenciar a força da natureza, refletir, se conhecer, aprender e amar com o povo de coração puro e cheio de amor; espero voltar mais vezes”.

Mais do que ter acesso e conexões com os locais, as expedições possuem momentos de informação, seja sobre algo relacionado a cultura ou de alguma tradição. Essas aberturas fazem com que o viajante consiga se desconectar da rotina agitada e, ao retornar, leve consigo tudo o que foi descoberto em terras indígenas. “Desconectar da rotina, do caos e do celular. Que experiência forte! Explicar bem ao certo o que eu vivi, talvez nem consiga, mas sem dúvidas, só agradeço por poder viver essa experiência tão enriquecedora. Não somente por conhecer a cultura dos povos originários de verdade e toda sua espiritualidade e respeito com a natureza, mas muito mais que isso: o poder e a força do que é ser uma mulher”, define Marina Stepanski, que visitou o povo kariri-xocó.

Novos roteiros são protagonizados por indígenas

Tenondé Porã.

Uma das novidades para 2024 são as novas opções de enriquecimento cultural por meio de outros povos originários. A Vivalá chegou até o povo Yanomami, localizado na maior terra indígena do Brasil, a Terra Indígena (TI) Yanomami, com 2,2 milhões de hectares entre o Amazonas e Roraima, onde serão lançados dois roteiros de aventura em parceria com esta comunidade.

Expedição Monte Roraima – Parque Nacional Monte Roraima

O Parque Nacional Monte Roraima fica na fronteira do Brasil com a Venezuela. Acerca do monte há uma cosmologia envolvida, cheia de lendas, espiritualidade e cosmovisões. O roteiro, com estreia prevista para o meio de 2024, será guiado pelos anfitriões indígenas Taurepang, e contará com a subida ao Monte e uma linda experiência de imersão na cultura local e no folclore Makunaima, que compreende os aspectos sacros da sabedoria ancestral de indígenas de diferentes etnias.

Segundo Alberto Rabelo, que participou da construção do novo roteiro ao Monte Roraima, o lugar é diferente de todas as montanhas e rochas que ele já subiu e caminhou. “O topo do Monte Roraima, com toda a sua potência ancestral e a sua magia antiga é um universo com mais de três bilhões de anos de idade e carrega uma biodiversidade endêmica, única e linda, além dos aspectos acerca da espiritualidade e que o transformam em um verdadeiro santuário”.

O contato e a troca de energia com os locais também acrescentaram bastante à expedição. “O intercâmbio que tive com os Taurepang me transformou completamente e foi um divisor de águas na minha concepção de mundo”, destaca Alberto.

Expedição Yaripo – Parque Nacional do Pico da Neblina e Terra Indígena Yanomami, Amazônia

A expedição ao Pico da Neblina, ou Yaripo – como chamam o pico em Yanomami – irá estrear no segundo semestre deste ano e terá experiências feitas com exclusividade global da Vivalá pelos próximos três anos. A atração, considerada a maior aventura do Brasil, ficou fechada de 2003 a 2022 e é retomada agora tendo a Vivalá como uma das duas empresas que conseguiram a anuência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) para realizar o etnoturismo na área e o credenciamento pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A maior montanha do Brasil possui 2.995 metros e fica dentro do Parque Nacional do Pico da Neblina e da Terra Indígena Yanomami, a maior do Brasil.

Lá, vivem cerca de 30 mil indígenas e, durante a expedição, será possível ter contato com os Yanomami da região de Maturacá, um povo considerado de recente contato (há menos de 70 anos houve o primeiro contato com as populações não indígenas. A região é remota e é necessário 2 horas de carro e 6 horas de voadeira (barco) da cidade mais próxima, São Gabriel da Cachoeira, ou 1,5 horas de avião fretado de Manaus. A experiência é bastante marcante e de grande desafio físico.

“Os cenários são deslumbrantes. Lá você encontra uma Amazônia extremamente única, cheia de serras e altitude; ou seja, uma Amazônia totalmente diferente e cercada de montanhas. E, é claro, estamos pisando num solo sagrado para os Yanomami. Todos aqueles que pretendem subir o Pico da Neblina recebem uma benção dos tuxauas para proteção durante toda a jornada. Os Yanomami reverenciam a montanha que, pra eles, é viva. O caminho até a montanha deve ser feito com muito respeito à natureza e aos espíritos que ali habitam. Durante todo o caminho sentimos a força e a hospitalidade desse povo. Os Yanomami o tempo todo usam a língua originária deles, um ponto muito forte de sua cultura – o Yanomami é a primeira língua deles e o português é falado com dificuldade por alguns indígenas”, conta a produtora de experiências da Vivalá, Letícia da Silva.

Ambas as aventuras – Monte Roraima e Pico da Neblina –, são consideradas de trekking/hiking, e contam com percursos de 70 a 140 Km e com duração de 10 a 12 dias, com extrema conexão com a natureza e com as comunidades locais. Os interessados em realizar o roteiro podem se inscrever nas listas de interessados para a Expedição Monte Roraima e para a Expedição Yaripo.

Seja um viajante sustentável ao visitar uma aldeia

Yaripo.

Apesar de ser uma baita experiência, realizar uma viagem de etnoturismo requer atenção e estudo de alguns pontos, principalmente para que a expedição seja prazerosa e positiva tanto para quem a faz, quanto para quem recebe. Durante o pré-embarque, a Vivalá orienta os viajantes a respeito do comportamento adequado em experiências na natureza e junto a comunidades tradicionais.

Algumas das dicas são ações que podem ser colocadas em prática durante todo o ano, como por exemplo o uso de cosméticos e produtos de higiene biodegradáveis e reutilizáveis e até mesmo pesquisar sobre as comunidades e aprender sobre as culturas. Outras sugestões que são orientadas pela Vivalá dizem a respeito da expedição, como por exemplo conferir as regras de visitação, levar uma sacola de pano para servir de lixo temporário, seguir orientações dos guias e comunidade local e praticar o consumo consciente. Confira todas as dicas clicando aqui e seja um viajante sustentável.

“Ficamos extremamente felizes em somar no processo de desenvolvimento do etnoturismo no Brasil. Entendemos que essa atividade seja fundamental para que viajantes ressignifiquem sua relação com os povos indígenas brasileiros, os originários de nosso território, nossos antepassados, para que possam garantir seus direitos e passar adiante grandes ensinamentos sobre seu estilo de vida e relação com a natureza, que desconhecemos em grandes centros urbanos. Para comunidades indígenas ou outras organizações que queiram desenvolver tais programas em suas terras, entrem em contato com a Vivalá; há muito o que ser feito”, ressalta Daniel Cabrera, cofundador e diretor Executivo da Vivalá.

Sobre a Vivalá

Monte Roraima.

A Vivalá atua no desenvolvimento do Turismo Sustentável no Brasil promovendo experiências que buscam ressignificar a relação que as pessoas têm com o Brasil, sua biodiversidade e comunidades tradicionais. Atualmente, a Vivalá atua em 24 unidades de conservação do país, contemplando os biomas da Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, e trabalha em conjunto com mais de 700 pessoas de populações indígenas, ribeirinhas, quilombolas, sertanejas e caiçaras.

Com 15 prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais, a Vivalá tem a confiança da Organização Mundial do Turismo, ONU Meio Ambiente, Braztoa, Embratur, Aberta, Fundação do Grupo Boticário e Yunus & Youth, além de ter uma operação 100% carbono neutro e ser uma empresa B certificada, tendo a maior nota no turismo do Brasil e a 7ª maior em todo o setor de turismo no mundo. Até março de 2024, a Vivalá já embarcou mais de 3 mil viajantes, além de ter injetado mais de R$4 milhões em economias locais por meio da compra de serviços de base comunitária e consumo direto dos viajantes. Para mais informações, acesse: https://www.vivala.com.br/.

(Fonte: DePropósito Comunicação de Causas)

Aquecimento do oceano impacta distribuição de corais e ameaça espécies exclusivas da costa brasileira

Brasil, por Kleber Patricio

Aquecimento do oceano deve impactar sobrevivência de espécie tropical Mussismilia braziliensis, ou coral-cérebro. Foto: João Paulo Krajewski/Acervo pesquisadores.

O aquecimento do oceano deve provocar mudanças drásticas na distribuição de importantes corais na costa brasileira. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Espanhol de Oceanografia preveem que, até 2050, o litoral do Norte e Nordeste se tornará menos favorável à sobrevivência dos corais, enquanto o contrário ocorrerá nas águas do Sul e Sudeste. As conclusões foram publicadas nesta terça (16) em artigo na revista científica “Diversity and Distributions”. A pesquisa alerta que espécies limitadas às regiões tropicais, como Mussismilia braziliensis, ou coral-cérebro, e Mussismilia harttii, podem ter dificuldades em migrar para o sul.

Os cientistas analisaram doze espécies de corais, predizendo suas distribuições para os anos de 2050 e 2100 diante um cenário intermediário de emissões de gases causadores do efeito estufa — os quais resultam nas mudanças climáticas que levam ao aquecimento do oceano. Os resultados permitem propor ações de conservação específicas para cada espécie, levando em consideração as tendências observadas nas populações de corais.

Espécies de maior abrangência encontram maior probabilidade de expandir sua presença ao litoral subtropical. Por outro lado, “o resultado que mais nos impressionou foi o grande declínio que previmos para duas espécies de coral-cérebro que só ocorrem na costa brasileira e que são importantes construtoras do maior complexo recifal do Atlântico Sudoeste, o Banco dos Abrolhos”, explica a primeira autora do estudo, a pesquisadora Melina Martello. “Com a perda dessas espécies, o ambiente deve reduzir a complexidade e biodiversidade associadas”, completa.

Segundo o trabalho, serão os corredores ecológicos que conectam as regiões tropical e subtropical do litoral brasileiro que, se preservados, aumentarão as chances de uma possível expansão e persistência dos corais. A criação de novas áreas de proteção marinhas – e fortalecimento das já existentes – na porção subtropical, por exemplo, podem assegurar a transferência de espécies para locais com clima mais favorável.

Agora, os pesquisadores pretendem investigar até que ponto a expansão dos corais é possível, conforme explica o chefe do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFRN, Guilherme Longo, também autor do estudo. “O coral é um animal que fica fixo no recife. Ele joga larvas na água, que derivam pelas correntes e atingem outro lugar. Então, o próximo passo é justamente incorporar ao modelo a capacidade biológica dos corais se dispersarem como estamos prevendo e verificar se isso é favorecido pelos sistemas de correntes vigentes na costa brasileira. Assim, poderemos ter uma ideia mais precisa da probabilidade desse cenário, que o estudo prevê ocorrer ou não”, analisa o cientista.

(Fonte: Agência Bori)

Tefé (AM) centraliza atendimentos em saúde da região central do Amazonas, mas tem pouco investimento estadual

Tefé, por Kleber Patricio

Acesso de populações à saúde no centro do Amazonas depende de vias fluviais; na foto, comunidade ribeirinha de Tefé (AM). Foto: Mario Oliveira/Site Visite o Brasil.

O município de Tefé, no Amazonas (AM), é um polo de influência para municípios da região conhecida como Triângulo, sendo uma referência não somente em prestação de diversos serviços públicos, incluindo acesso à saúde pública. Apesar dessa centralidade, o município conta com pouca contribuição estadual de investimento em saúde e pode enfrentar uma situação de sobrecarga de pacientes devido a essa falta de planejamento. O diagnóstico é de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de Manaus, publicada na revista científica “Saúde em Debate” no dia 29 de março.

O estudo descreve as articulações entre a atenção básica e a atenção especializada na região central do Amazonas a partir de dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e dos agravos da região a partir de bases do DataSUS, no período de 2015 a 2019. Os especialistas também realizaram entrevistas com gestores de saúde regionais em setembro de 2020 e abril de 2021 para tentar entender as dinâmicas políticas da rede de saúde.

Segundo revela o trabalho, o planejamento em saúde da região não leva em conta os fluxos de pacientes do território. Os pesquisadores também apontam que esse planejamento falha em estabelecer uma rede regional que descentralize o Sistema Único de Saúde (SUS). Para a pesquisadora coautora do estudo Michele Rocha El Kadri, da Fiocruz Amazônia, o trabalho contribui na discussão da política de regionalização adequada à realidade amazônica. “Neste planejamento, três aspectos merecem ser considerados: a grande extensão territorial, a dispersão da população e os fluxos fluviais do deslocamento dos usuários”.

As longas distâncias acabam sendo um dos desafios enfrentados pelo atendimento em saúde nesta região. Todos os municípios no entorno de Tefé são só acessíveis por via fluvial e o tempo desta locomoção depende da época de cheia ou seca dos rios. A distância entre Tefé e os demais municípios varia de 433 quilômetros (ou 10 horas e 47 minutos) a 32 quilômetros (ou 1 hora percorrida por lancha). Os pacientes com problemas de saúde mais urgentes são transportados por aeronaves à capital Manaus.

Segundo o trabalho, enquanto polos regionais como Tefé concentram equipamentos, profissionais e poder de decisão sobre o sistema de saúde, grande parte da extensão territorial dos municípios do interior do Amazonas permanece sem acesso a atendimento local e equipamentos de saúde. O acesso à saúde vai ficando mais restrito conforme o nível de complexidade da intervenção.

Além disso, outro ponto importante do estudo é levantar a questão da gestão tripartite na saúde entre governo federal, estados e municípios. Nesta região, o investimento em saúde acaba sendo subsidiado, na maior parte, pelo governo federal e pelo município de Tefé, que assume a responsabilidade de atender usuários de outros municípios. “É preciso definir melhor o papel de cada ente federativo quanto ao financiamento das ações de saúde e reforçar os serviços dos hospitais regionais para que não haja sobrecarga no atendimento”, finaliza El Kadri.

(Fonte: Agência Bori)

Sesc 24 de Maio celebra o choro com projeto especial ‘Choraço’

São Paulo, por Kleber Patricio

Hamilton de Holanda. Foto: Dani Gurgel.

Em abril, mês de nascimento de Pixinguinha (23/4), um dos maiores expoentes do Choro brasileiro, também é celebrado o Dia Nacional do Choro e o Sesc 24 de Maio comemora essa data com o projeto especial ‘Choraço’ trazendo artistas como Alexandre Ribeiro, Carmen Queiroz, Hamilton de Holanda, Yamandu Costa, Nilze Carvalho e Wanderléa, entre outros. Serão, ao todo, quatorze atrações até 5/5. Ingressos para os shows à venda a partir de 16/4 em sescsp.org.br/24demaio e nas bilheterias da rede Sesc SP a partir de 17/4.

O Choro surge na música brasileira no final do século 19, na cidade do Rio de Janeiro, como uma manifestação urbana, criado a partir de elementos de dança de salão, música popular portuguesa e africana. Mas, diferente de outras sonoridades dessa mesma categoria, como o Samba, é considerado aquele que mais se aproxima da música erudita, tendo como uma de suas características o lirismo, a valorização da forma, certa sofisticação de arranjos e instrumentação por parte da/o compositor/a. A identidade do choro enquanto gênero, no entanto, assumiu diversas novas tendências nas manifestações contemporâneas, com influências do próprio samba, valsa, polca, jazz, refletindo uma característica tradicional.

Wanderlea. Foto: Ione Cadengue.

Em 29 de fevereiro, o choro foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao propor uma série de shows de conjuntos e artistas solistas dedicados ao gênero, o Sesc 24 de Maio celebra a valorização da produção atual do choro, seja ela mais próxima da sonoridade tradicional ou inclinada à música de concerto e outras roupagens contemporâneas.

Alexandre Ribeiro & Quinteto de Cordas

Na primeira parte desta apresentação, Alexandre Ribeiro realiza uma apresentação solo e, na segunda parte, convida um quinteto de cordas formado por Amanda Martins, Sung Eun Cho, Maria Angélica Cameron, Sarah Nascimento e Jin Joo Doh, integrantes da Osesp. Juntos, vão tocar a belíssima suíte “Obrigado, Pixinguinha”, com cinco movimentos, composta por Alexandre Ribeiro e com arranjo de Tiago Costa.

Serviço: 23/4, terça, às 20h. No Teatro (1º subsolo). Classificação: 12 anos. Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia) e R$15 (credencial plena), à venda em sescsp.org.br/24demaio e nas bilheterias do Sesc SP.

Carmen Queiroz

Considerada uma das belas vozes da MPB e com 40 anos de carreira, Carmen Queiroz é especialista no gênero Choro. Nesta apresentação, ela convida dois parceiros musicais de longa data, os cantores Lula Barbosa e Maria Martha, que, como Carmen, têm uma forte relação com o Choro. O repertório apresenta a poesia de compositores letristas tradicionais, como Catulo da Paixão Cearense e Bello de Carvalho.

Serviço: 24/4, quarta, às 20h. No Teatro (1º subsolo). Classificação: 12 anos. Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia) e R$15 (credencial plena), à venda em sescsp.org.br/24demaio e nas bilheterias do Sesc SP.

Hamilton de Holanda

Neste espetáculo, Hamilton se junta a Salomão Soares nos teclados e Thiago “Big” Rabello na Bateria para nos contar se existe e onde está o limiar do choro e o jazz dentro do repertório da Música Brasileira mostrando as semelhanças musicais, rítmicas e melódicas desses gêneros considerados primos queridos dentro da programação do Choraço.

Serviço: 25 e 26/4, quinta e sexta, às 20h. No Teatro (1º subsolo). Classificação: 12 anos. Ingressos: R$60 (inteira), R$30 (meia) e R$ 18 (credencial plena), à venda em sescsp.org.br/24demaio e nas bilheterias do Sesc SP.

Choro da Leste + Regional Mateus Santos

Regional Mateus Santos e Choro da Leste são coletivos que nasceram na periferia da zona leste de São Paulo com intuito de formar e propagar a linguagem do choro de forma ampla e inclusiva. Unidos nessa roda, jovens musicistas reverenciam e relembram grandes referências do gênero, como Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Jacob do bandolim e outros, celebrando as continuidades da escola do choro.

Serviço: 27/4, sábado, às 15h. No Jardim da Piscina (11º andar). Classificação: Livre. Grátis.

Yamandu Costa 

‘Chorando por Amizade’ é um show inédito em homenagem ao choro, esse gênero tão importante, especial e de origem brasileira. As músicas escolhidas passam por clássicos de Ernesto Nazareth, João Pernambuco, Pixinguinha e outros compositores que marcaram a história e são a cara deste tipo de música no Brasil.

Serviço: 27 e 28/4, sábado às 20h e domingo. No Teatro (1º subsolo). Classificação: 12 anos. Ingressos: R$60 (inteira), R$30 (meia) e R$18 (credencial plena), à venda em sescsp.org.br/24demaio e nas bilheterias do Sesc SP.

Baile do Barão – Com Barão do Pandeiro & Regional 

Barão do Pandeiro nasceu e foi criado no meio do Choro e do Samba carioca. Desde então passou a tocar o instrumento que incorporou seu nome aos cinco anos de idade, tendo por inspiração João da Baiana. Cantor e ritmista, conviveu e acompanhou grandes nomes da música popular brasileira, como Nelson Cavaquinho, Clementina de Jesus, Zé Kéti, Paulo Vanzolini e Cristina Buarque de Holanda.

Serviço: 28/4, domingo, às 15h. No 5º andar. Classificação: Livre. Grátis.

60 Anos de Choros Imortais

‘60 Anos de Choros Imortais: Tributo a Altamiro Carrilho’ celebra um dos discos mais aclamados de Altamiro. Gravado com o histórico Regional do Canhoto, em 1964, o álbum permanece como obra referencial para chorões e choronas do Brasil e do exterior. O show conta com as participações dos seguintes solistas: Morgana Moreno, Andrea Ernest Dias e Toninho Carrasqueira.

Serviço: 30/4 e 1/5, terça às 20h e quarta às 18h. No Teatro (1º subsolo). Classificação: 12 anos. Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia) e R$15 (credencial plena), à venda em sescsp.org.br/24demaio e nas bilheterias do Sesc SP.

Choro da Quitanda

Grupo formado 2016 por seis jovens instrumentistas que se encontravam frequentemente no centro de São Paulo, promovendo e participando de rodas de choro. Com suas múltiplas referências, o grupo aproveita uma instrumentação característica de choro para desenvolver um repertório com novas linguagens e sotaques. A proposta da apresentação é de música e dança para bebês e crianças e, seus adultos de referência, no dia. Nessa ocasião, haverá um baile de choro.

Serviço: 1/5, quarta, às 14h. No Espaço de Tecnologias e Artes (4º andar). Classificação: Livre. Grátis.

Choro Interior 

Para essa apresentação, 11 músicos do estado de São Paulo se reúnem para criar a maior roda de choro interior paulista. O grupo é composto por representantes das cidades de Bauru, Ribeirão Preto, Leme, Araraquara, São Carlos e Lençóis Paulista. No repertório trarão canções como a Rosa e Lamentos (Pixinguinha), Noites Cariocas e Doce de Coco (Jacob do Bandolin).

Serviço: 2/5, quinta, às 20h. No Teatro (1º subsolo). Classificação: 12 anos. Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia) e R$15 (credencial plena), à venda em sescsp.org.br/24demaio e nas bilheterias do Sesc SP.

Nilze Carvalho

Em celebração aos 40 anos da série de LPs “Choro de menina”, a cantora, instrumentista e compositora, Nilze Carvalho, criou um espetáculo instrumental, voltando às raízes, ao lado do seu cavaquinho e bandolim, em um repertório comemorativo à toda a série e acompanhada por um tradicional regional de choro.

Serviço: 3/5, sexta, às 20h. No Teatro (1º subsolo). Classificação: 12 anos. Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia) e R$15 (credencial plena), à venda em sescsp.org.br/24demaio e nas bilheterias do Sesc SP.

Vitor Lopes e convidados

Nesta roda, os músicos e musicistas convidados vão interpretar choros de grandes nomes do estilo como Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros, Joaquim Callado, João Pernambuco, Zequinha de Abreu, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, dentre outros.

Serviço: 4/5, sábado, às 15h. No Jardim da Piscina (11º andar). Classificação: Livre. Grátis.

Wanderléa canta choros 

A escolha de Wanderléa por explorar os chorinhos em seu novo disco é um testemunho de sua maturidade artística e dedicação à música brasileira. Sua interpretação única e genuína dessas melodias clássicas traz um frescor e uma energia renovada ao gênero, conquistando tanto os amantes dos chorinhos tradicionais quanto aqueles que estão sendo apresentados a essa forma de arte pela primeira vez.

Serviço: 4 e 5/5, sábado, às 20h e domingo às 18h. No Teatro (1º subsolo). Classificação: 12 anos. Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia) e R$15 (credencial plena), à venda em sescsp.org.br/24demaio e nas bilheterias do Sesc SP.

Água de Vintém

Em arranjos próprios que misturam a espontaneidade e improvisos, típicos de uma boa roda de choro, os instrumentistas visitam páginas desconhecidas de compositores do século XIX e mostram que a riqueza e profundidade da obra de mestres como Ernesto Nazareth, Erothides de Campos, Bonfiglio de Oliveira e Mário Álvares.

Serviço: 5/5, domingo, às 15h. No Jardim da Piscina (11º andar). Classificação: A12. Grátis.

Sobre o Projeto Choraço

Inaugurado em 2019 na unidade Sesc 24 de Maio, o projeto Choraço busca oferecer aos públicos um panorama do gênero na atualidade. A curadoria inclui artistas e grupos que fazem referência à história do Choro e seus personagens: as obras de Joaquim Calado, Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Izaías e seus Chorões dentre outras figuras essenciais para a música popular brasileira são celebradas a partir de arranjos e interpretações contemporâneas. Paralelamente às apresentações, o projeto inclui atividades formativas que investigam a diversidade estética do Choro, tanto a partir da história, quanto por meio de estudo dos instrumentos e suas possibilidades expressivas.

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Sesc 24 de Maio

Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo (SP)

350 metros do metrô República

Fone: (11) 3350-6300.

(Fonte: Sesc 24 de Maio)

Cidade de Cunha (SP) realiza mais uma edição de seu Festival do Pinhão

Cunha, por Kleber Patricio

Foto: Daniel Dan outsideclick/Pixabay.

A cidade de Cunha (SP), localizada entre as Serras do Mar e da Bocaina, a 220 km da capital paulista e a 270 km da fluminense, realiza até 5 de maio a 22ª edição de seu tradicional Festival do Pinhão. Durante os quatro finais de semana a programação acontece na Praça da Igreja Matriz com atrações musicais e barracas gastronômicas onde o ingrediente principal será o pinhão.

Alguns hotéis, restaurantes e bares também participarão da ação oferecendo pratos à base do fruto em seus menus; entre eles, risotos, sopas e tortas.

O evento, realizado pela Secretaria de Turismo e Cultura, também visa valorizar a cultura local, o turismo sustentável e o desenvolvimento econômico da cidade, contribuindo para a preservação das tradições e do patrimônio natural.

Programação

2ª semana

19/4 (sexta) – 21h Rodrigo Zanc

20/4 (sábado) – 15h Melissa Moraes e Arnaldo Freitas | 21h Daniel Franciscão

21/4 (domingo) – 15h Trinca Brasil | 21h Gabriel Violeiro e Ricardo Fernandes

3ª semana

26/4 (sexta) – 21h Grupo Violado

27/4 (sábado) – 15h Música de Interior | 21h Mazinho Quevedo

28/4 (domingo) – 15h Sales e Santos | 21h Fábio Satim

4º semana

3/5 (sexta) – 21h Duo Aduar

4/5 (sábado) – 15h Cícero Gonçalves e Tavinho Limma | 21h Yassir Chediak

5/5 (domingo) – 15h Robert Junior e André Viola | 21h Ramon e Rozado.

Serviço:

22° Festival de Pinhão

Praça da Matriz de Cunha – SP

Entrada gratuita

De 12 de abril a 5 de maio de 2024.

(Fonte: AD Comunicação)